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Adepará se reúne com cacauicultores de Anapu neste domingo (21)

Equipe da Agência e produtores locais discutiram sobre prevenção e orientações diante de uma possível entrada da praga monilíase no Pará

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
21/11/2021 21h11

Com o título de terceiro maior produtor de cacau do Brasil, o município de Anapu, no sudoeste paraense, localizado na Transamazônica, foi local de reunião entre a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) e produtores locais para tratar sobre a monilíase do cacaueiro, na manhã deste domingo (21), na sede do município de Anapu.

A monilíase é uma doença agressiva, que ataca os frutos do cacaueiro (Theobroma cacao), do cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum) e de outras plantas do gênero Theobroma em qualquer fase de desenvolvimento. Causada pelo fungo Moniliophthora roreri, é facilmente disseminada pelo vento e por materiais infectados, como plantas, roupas, sementes e embalagens.

No município de Anapu, a maioria dos produtores são agricultores familiares. Assim, a reunião foi ocasião para orientar, tratar sobre prevenção de uma possível entrada da praga monilíase no Pará e para informar sobre a importância do cadastramento dos cacauicultores na Agência de Defesa, já que a base de dados sólida é de fundamental importância para o trabalho de rastreamento e defesa agropecuária e para acompanhar uma possível entrada da praga em território paraense.

Para o presidente da Cooperativa de Produtos de Bom Jesus, Antônio Claudio Lima, a reunião foi de grande importância para os pequenos e os médios produtores para informar sobre os cuidados que precisam ser tomados para prevenir a entrada da praga monilíase no Pará.

“Essa orientação trazida pela Adepará foi muito proveitosa para todos nós aqui de Anapu. Aqui, não tínhamos conhecimento dessa praga e dos cuidados que precisamos ter para evitar a introdução dessa doença em nossa produção. Estamos muito satisfeitos com a vinda do Estado até nós para tratarmos sobre essa questão”, disse o representante dos produtores.

Produção

Atualmente, os maiores produtores paraenses de cacau estão concentrados na região da Transamazônica (BR-230), abrangendo os municípios de Anapu, Vitória do Xingu, Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará, Placas, Rurópolis e Trairão, e na Santarém-Cuiabá (BR-163). 

Hoje, o Pará exporta 52% na produção nacional de cacau, e com expectativa de produção de 150 mil toneladas até o final de 2021. Com a posição de primeiro produtor brasileiro, o estado conta, atualmente, com mais de 28.700 mil produtores envolvidos, trabalhando em um pouco mais de 205.494 mil hectares cacaueiros, segundo dados da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). Apenas em 2020, a cadeia produtiva do cacau movimentou, no Pará, o valor de R$ 1,9 bilhão. 

Para Luiza Helena Cardoso, representante da Associação de Trabalhadores e Trabalhadoras do Pilão Poente 3, a iniciativa e reunir com os produtores diminui distâncias e  proporciona uma comunicação direta com os produtores, o que facilita a adoção de procedimentos.

“A  reunião foi muito proveitosa, pois nos conscientizou sobre a questão da monilíase e nos informou sobre os cuidados que precisamos ter para nos prevenir quanto à entrada da doença em nossas produções”, avaliou a representante dos produtores da Vicinal Água Preta.

Monilíase

Detectada na Bolívia e Peru, a doença ocorre também no Equador, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Venezuela e outros países do continente americano. A praga ocasiona perdas na produção que podem variar de 50% a 100% da produção. 

A região amazônica é extremamente vulnerável à introdução de pragas presentes nos países e territórios de fronteira, por isso, o ingresso dessa praga em território paraense poderia provocar profundos desequilíbrios em ambientes agrícolas, urbanos e naturais, com reflexos econômicos, sociais e ambientais causados pelo desemprego e pela perda de renda no meio rural.  

“Por isso tudo se faz tão importante a orientação aos cacauicultores paraenses e o cadastramento deles em nossa base de dados. A possível entrada da monilíase causaria um impacto econômico, aumentando gastos, restringindo trânsito e mercado das amêndoas. Daí a importância de nós estarmos preparados para uma possível entrada dessa praga em nossas plantações”, informou a diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará. 

 

Cadastramento

Faz parte do Programa do Cacau da Adepará uma grande supervisão em todos os municípios da Gerência Regional de Altamira, que formam uma rota com os maiores produtores de cacau do estado: Altamira, Brasil Novo, Medicilândia, Anapu, Vitória do Xingu, Senador José Pórfiro, Uruará e Placas.  

Essa supervisão norteia as ações de campo em como conduzir as intensificações de levantamento de detecção nas propriedades produtoras de cacau, por isso se torna importante realizar o cadastramento de todos os agricultores na Adepará, por meio do no Sistema de Integração Agropecuária (SIAPEC 3), já que é a partir dessas informações que é formada a base de dados do Pará, que norteia os planos as ações. 

A Agência de Defesa do Pará dispõe de um plano, coordenado pela Gerência de Pragas Quarentenárias da Adepará, para uma possível chegada da praga ao estado, que segue as normativas do Programa Nacional de Prevenção e Vigilância de Pragas Quarentenárias Ausentes, o Plano Nacional de Prevenção e Vigilância de Moniliophthora roreri - PNPV/Monilíase. 

O PNPV/Monilíase estabelece as diretrizes e os procedimentos operacionais para aplicação de medidas preventivas e de contenção, supressão e erradicação de focos de Moniliophthora roreri por meio de educação fitossanitária; capacitação; elaboração, coordenação e execução de ações fitossanitárias para prevenção; e elaboração, coordenação e execução de ações fitossanitárias para contingência. 

Prevenção

Em supervisão nos municípios de Juruti foi verificada uma rota de risco com três pontos críticos partindo de Juruti, seguindo pela PA-192 até Itaituba. Entre esses dois pontos há a rodovia PA-260, que liga diretamente à cidade de Parintins, no Amazonas. 

A Adepará também está mapeando as rotas de risco, com o Amazonas, estado na divisa com Pará e Acre, tornando-se, portanto, a rota com mais chance de entrada da praga, mais especificamente pelos municípios de Juruti, Faro e Terra Santa. Também está intensificando o cadastramento de produtores no estado, promovendo ações de educação sanitária que orientem os produtores para saber identificar a doença no fruto e divulgando a importância de identificação da monilíase e do cadastramento dos produtores do fruto. 

A Agência de Defesa é a única do País a possuir uma equipe treinada e certificada internacionalmente para trabalhar na contenção da praga. A Agência está seguindo todas as orientações do Plano de contingência regulamentado pela Instrução Normativa (IN 13/ 2012) e pelo Programa Nacional de Prevenção e Vigilância (PNPV), da IN112- 2020.  

Serviço: A Adepará está presente nos 144 municípios paraenses e disponibiliza a Ouvidoria para receber denúncias. No www.adepara.pa.gov.br há os contatos dos escritórios das regionais e os telefones da sede são: 3210-1101, 1105 e 1121. Caso a preferência seja por celular, o contato é o (91) 99392-4264.