Equipe do Abelardo Santos promove reencontro do filho com a mãe, internada há dois meses
Aos quatro meses de gestação, a paciente enfrentou um aborto espontâneo e precisou passar por uma cirurgia no pâncreas
Com apenas quatro meses de gestação, a manicure Andreza Campos, de 22 anos, precisou se deslocar do município de Ananindeua, para utilizar os serviços do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Icoaraci, distrito de Belém. Sentindo fortes dores, ela foi internada no final de agosto e logo foi diagnosticada com pancreatite, no entanto, apresentou outras complicações que a levaram permanecer 66 dias na unidade.
Ao perceber a intensa saudade do filho, de 3 anos, que ficou em casa, a equipe multiprofissional do HRAS, promoveu uma estratégia de humanização para contribuir com a recuperação da paciente: um reencontro no próprio hospital.
No entanto, na visita, tudo precisava ser feito com segurança para a mãe e a criança. A equipe realizou uma avaliação prévia do estado de saúde da paciente, que foi considerado bom. O encontro aconteceu na área externa do bloco D, para preservar o menino do ambiente hospitalar. “Isso é muita importante pra mim, estar perto do meu filho, novamente”, declarou Andreza.
“Foi um dia muito feliz. Vivemos e fazemos tudo pelo nosso filho”, disse o marido de Andreza, o estoquista Ronald Campos, 23 anos, que também não poupou elogios para a equipe, apesar das circunstancias dolorosas que enfrentou. “Foram dias de luta, mais a equipe daqui foi muito boa, paciente e super atenciosa, o que fez ela melhorar bastante”, comentou.
Recuperação - Para a supervisora de enfermagem Vanessa Lins, o trabalho realizado pela equipe, que envolveu profissionais de enfermagem, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogos, assistente social e médicos foi além da parte técnica de cada especialidade, “Todos estavam dispostos a ouvir e falar com ela, contribuindo para o restabelecimento motor e emocional”, destacou.
“Depois desse dia emocionante para todos nós, notamos que a Andreza ficou mais forte para continuar o seu processo de reabilitação”, lembrou a supervisora de enfermagem.
Alta - Andreza recebeu alta do Hospital Abelardo Santos, no dia 29 de outubro, retornando para sua casa com todas as orientações realizada pela equipe do HRAS, relacionadas aos cuidados e a continuidade da sua assistência extra hospitalar.
Para o diretor executivo do Abelardo Santos, Marcos Silveira, todos os 1.200 profissionais da unidade estão empenhados em dar um atendimento humanizado e seguro à população paraense. “Trabalhamos para que esses pacientes que chegam até aqui, recebam um atendimento assertivo e rápido para voltar junto às suas famílias. A humanização é essencial para a recuperação de todos os pacientes. Durante os 66 dias de internação os profissionais ouviram, aconselharam e respeitaram as opiniões da paciente e dos familiares”, frisou o gestor.
Patologia - Com duas semanas de internação, as complicações no seu quadro levaram a perda do seu bebê, sendo necessário a realização de uma curetagem e dias depois operou para tratar a pancreatite. Após os dois procedimentos, foi direcionada para um dos 25 leitos clínicos da unidade e cuidada pela equipe multidisciplinar do 8º andar.
A técnica de enfermagem Lindalva de Jesus lembra que quando Andreza chegou à unidade, não falava e não tinha forças nem para caminhar. A profissional realizava os cuidados com a higienização, banho no leito, cortava as unhas, hidratava a pele e sempre conversava com a paciente. “Quando soube da alta dela fiquei tão feliz, que até chorei. Ela saiu daqui falando, dando alguns passos e 'tchauzinho', além de estar se alimentando por via oral”, disse.
A fisioterapeuta Cecilia Sousa, contou que no início Andreza além de apresentar um quadro deprimido, sentia muitas dores nos membros inferiores, porém com as conversas e os exercícios para fortalecer os movimentos ela foi adquirindo confiança e evoluindo. “Quando conseguimos deixa-la em pé, foi uma conquista”, comemorou.
Infraestrutura – Gerenciado pelo Instituto Mais Saúde em parceria com a Secretaria de Estadual de Saúde Pública (Sespa), o HRAS é público e agrega 340 leitos, entre clínico, cirúrgicos, de Unidades de Cuidados Intermediários – UCIs e Unidades de Terapia Intensiva – UTIs com perfil de atendimento Neonatal, Pediátrico e Adulto.
A unidade mantém uma infraestrutura de internação e ambulatorial, construída em 28 mil m². O HRAS tem um complexo cirúrgico com seis salas operatórias, sete leitos de sala de Recuperação Pós Anestésica (RPA) e três salas de indução, além da Hemodinâmica, para a realização de procedimentos neurológicos e vasculares minimamente invasivos.
*Texto de Roberta Paraense.