COP26: Pará e Microsoft discutem investimentos tecnológicos sobre previsão de desmatamento
Em reunião nesta segunda-feira (8), durante a Conferência Climática da ONU, a COP 26, na cidade escocesa de Glasgow, a empresa Microsoft apresentou para representantes dos governos do Pará e do Maranhão um sistema desenvolvido para análise e previsão de degradação ambiental. Criada em parceria pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Microsoft e Fundo Vale, a ferramenta usa Inteligência Artificial (IA) para prever áreas sob risco de desmatamento na Amazônia, fornecendo informações para evitar a ocorrência de degradação.
Para fazer as análises, a ferramenta usa algoritmo de IA e um modelo de risco desenvolvidos pelo Imazon e recursos avançados de nuvem de computadores do Microsoft. Durante a reunião, os estados que compõem o Consórcio de Governadores da Amazônia Legal apresentaram propostas para melhorar o sistema. "A gente colocou para eles a necessidade de acrescentar filtros, como projetos de infraestrutura, projetos que estão planejados para acontecer, que são grandes indutores de desmatamento e eles precisam considerar isso dentro do sistema de previsão de desmatamento do Previsa. Outra questão é mapeamento de áreas de regeneração secundária, sugerimos para que seja colocado com filtro da base desse sistema de informação, bem como a importância de manter os insumos de dados do Previsa sempre atualizados", afirmou Rodolpho Zahluth Bastos, Secretário Adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas).
Além do mapa de calor, a plataforma também indica municípios, unidades de conservação, terras indígenas, territórios quilombolas e assentamentos rurais sob risco de desmatamento. Essas informações podem ser usadas por órgãos públicos para o planejamento e a execução de ações preventivas, de combate e de controle do desmatamento. Outra sugestão apresentada na reunião foi a de que o sistema possa ser disponibilizado de forma offline, para poder ser utilizado em áreas de difícil acesso à internet. "A gente sugeriu que eles tornassem o Previsia um sistema offline, porque tem muitas regiões na Amazônia, particularmente no Pará, que não possuem internet ou internet por satélite e, por isso, existe a dificuldade de acessar sistemas que são mais pesados para navegar, como sistemas de mapeamento cartográfico", completou o secretário adjunto.
"O nome já diz, Previsa, tenta fazer uma previsão dessas áreas. Então, se você souber utilizá-las, consegue identificar quais são as áreas que estão na iminência de serem desmatadas num período de um ano, então podemos fazer um monitoramento nessas áreas. Esse primeiro contato é fundamental com os órgãos de meio ambiente", afirmou Andrea Coelho, assessora da Semas.