Pesquisadores estudam possibilidades de antecipar o comportamento de epidemias
Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) estuda a criação de um framework (ferramenta digital) capaz de gerar projeções epidemiológicas
Segundo maior estado em dimensão territorial da federação ( o primeiro é o Amazonas), o Pará apresenta diversas complexidades características do contexto amazônico que podem potencializar os impactos doenças. Em razão disso, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) entende que é relevante a criação de um framework (ferramenta digital) capaz de gerar projeções epidemiológicas.
Os dados produzidos podem ser úteis para a tomada de decisão de gestores públicos, auxiliando na avaliação de impacto das intervenções, realocação de recursos hospitalares e otimização das estratégias de controle nas diversas regiões do Pará.
“Prevenir e controlar doenças com potencial epidêmico é uma grande atividade de saúde pública. Para proteger a nossa população, estamos incentivando o projeto que pretende produzir um framework capaz de gerar projeções sobre o comportamento de epidemias que afetam o Estado do Pará”, frisa o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
A melhor definição para framework é a de ser uma ferramenta que auxilia o programador a trabalhar com determinada linguagem. Por exemplo: um sistema de buscas dentro de um site pode ser implementado chamando a função busca em um determinado framework.
O projeto da Fapespa quer considerar determinados cenários a partir de modelos matemáticos e computacionais que possam auxiliar economicamente e com maior eficária políticas públicas para a rediução da incidência das doenças a nível de saúde pública, otimizando a aplicação dos recursos financeiros no local certo, em tempo hábil e no período correto. Desta forma, pode-se auxiliar as autoridades de saúde pública a tomar decisões importantes para mitigar um surto em um ambiente mutável, onde vários fatores impactam positiva ou negativamente a transmissão viral a nível local e regional.
Segundo a Fapespa, para a pesquisa, será necessário coletar, integrar e realizar o pré-processamento das diferentes bases de dados. Variáveis preditoras como casos, óbitos, cidades, microrregiões, regiões de saúde, data, idade dos acometidos, comorbidades dos acometidos, solicitações e ocupação de leitos (clínicos e de UTI), tratamentos e meios preventivos (ex: quantidade de vacinas aplicadas), dentre outras, são exemplos de variáveis a serem utilizadas para a formalização das técnicas. Desta forma, é possível produzir uma tabela com os dados necessários para o treinamento/calibração dos modelos definidos para assim produzir resultados sólidos.
Com base na pesquisa científica será criado um framework que contará com dados observados durante 12 meses pela equipe multiprofissional. Além disso, artigos e relatórios técnicos serão compilados e divulgados à comunidade científica e profissionais de saúde pública, que poderão utilizar o método em projetos similares para outros estados do Brasil.
*Texto de Rosane Linhares (Fapespa).