Fórum Agente Jovem mostra projetos criados por estudantes
Na Escola Estadual Frei Daniel, no Bairro do Guamá, um grupo de estudantes notou que outros alunos sentiam dificuldades de assistir às aulas porque esqueciam ou perdiam suas canetas. O grupo decidiu, então, montar o Clube da Caneta, para que o estudante que estiver sem esse material escolar possa emprestar uma, e devolvê-la ao final das aulas. “Hoje não falta mais caneta para eles estudarem”, disse a aluna Andressa Rodrigues, 18 anos, do 1º ano do Ensino Médio. Ela integra a coordenação do Clube da Caneta, com orientação da professora de referência, Renata Oliveira.
Essa iniciativa integra os resultados do uso da metodologia Agente Jovem, do Projeto Jovem de Futuro (PJF), desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) desde 2015, em parceria com o Instituto Unibanco.
O Projeto do Clube da Caneta foi apresentado nesta sexta-feira (24), no Fórum Agente Jovem, promovido pela Coordenação Estadual do PJF no Pará, no auditório da Escola Estadual de Ensino Técnico Professor Anísio Teixeira, no Bairro do Umarizal, em Belém. O Fórum reuniu 300 dos 600 agentes jovens que atuam em escolas da Região Metropolitana de Belém.
O Projeto Jovem de Futuro visa melhorar a gestão escolar, por meio de metodologias específicas, incluindo a do Agente Jovem, tornando a escola mais atraente ao jovem e evitando que abandone os estudos. São atendidas 154 escolas em 11 municípios, com 2.162 agentes jovens e 231 professores de referência. A coordenação estadual reúne os professores Michelli Alves e Carlos Saldanha, da Secretaria Adjunta de Ensino da Seduc.
O Jovem de Futuro conta com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e integra o Programa de Melhoria da Qualidade e Expansão da Cobertura da Educação Básica. O Fórum Agente Jovem foi realizado no município de Altamira, no último dia 14. No dia 23, reuniu agentes das USEs (Unidades Seduc na Escola) 14 a 20, localizadas na Grande Belém. Até o final deste ano haverá fóruns nos municípios de Santarém, Castanhal e Marabá.
Cinema na Escola - Outra iniciativa de estudantes apresentada no Fórum é o Projeto Cinema na Escola, desenvolvido na Escola Estadual Celso Malcher, no Bairro da Terra Firme. Integrante do projeto, a aluna Michelly Almeida, 19 anos, do 3º ano do Ensino Médio, contou que a ideia de exibir filmes no ambiente escolar foi uma estratégia para promover o olhar crítico dos estudantes sobre a realidade.
“O grupo de alunos da escola que participou da Gincana Literária na Feira Pan-Amazônica do Livro deste ano (promoção da Secretaria de Estado de Cultura - Secult), no Hangar, permaneceu unido. Então, veio o PJF para a Escola Celso Malcher. Daí surgiu o projeto de levar cinema para a escola. Até agora, apresentamos seis filmes aos alunos”, contou Michelly Almeida.
Ela obteve o primeiro lugar no concurso de redação da Gincana Literária da Feira do Livro, em maio deste ano. Estudantes e o professor de referência Waldinei do Carmo de Souza apresentaram um vídeo com depoimentos de estudantes sobre o ‘Cinema na Escola’.
Intervalo Cultural - A estudante Glenifer Pinheiro, 22 anos, do 3º ano do Ensino Médio, é agente jovem na Escola Estadual Justo Chermont, no Bairro da Pedreira. “Nós organizamos o Intervalo Cultural, que é o projeto de abrir um espaço no intervalo das aulas, com microfone e caixa de som, para que os alunos cantem e participem de atividades culturais. Isso é uma forma de integração da comunidade escolar”, ressaltou.
Com supervisão da professora de referência Arlene Lopes, e a partir da experiência do Intervalo Cultural, os alunos também partiram para organizar um happy hour por ano na escola, em um final de semana. “Em dezembro, vamos promover o 1º Show de Talentos da escola, a partir do Intervalo Cultural”, informou Glenifer Pinheiro.
No fórum, alunos da Escola Augusto Montenegro apresentaram o número musical “A Lenda do Açaí”. O aluno deficiente visual Carlos Augusto Lopes, da Escola Estadual Eunice Weaver, garantiu o fundo musical ao teclado, no café da manhã dos estudantes, antes da programação de palestras, com professores especialistas e o representante do Programa Pro Paz Juventude, Raimundo Rodrigues, além de gestores de USEs.