Educação e saúde trabalham juntas na prevenção da gravidez precoce
Coordenado pela Sespa, o Programa Saúde na Escola promove treinamentos e assessorias para os municípios com ações voltadas para o público jovem
Neste domingo (26) é comemorado o Dia Mundial de Prevenção de Gravidez na Adolescência. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), recentemente, divulgada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). O Pará é um dos estados do Brasil em que a vida sexual começa mais cedo: a média nacional da idade de iniciação sexual ficou em 17,3 anos e, no Pará, a média ficou em 16,4 anos. O estudo apontou que 92% da população com 18 anos ou mais já havia tido relação sexual alguma vez e apenas 25,5% dos entrevistados admitiram usar preservativos.
Segundo Vera Bertagnoli, coordenadora estadual de Saúde do Adolescente e Jovem da Sespa, pesquisas mostram que 12 milhões de adolescentes na faixa etária entre 15 e 19 anos e 777 mil menores de 15 anos dão à luz em países em desenvolvidos. Dessa realidade, uma a cada quatro meninas não estudam e vivem em situação de vulnerabilidade social.
No Pará, o contexto é acompanhado de perto pela coordenação que põe em prática uma série de programação anual com o intuito de reduzir os índices e melhorar a realidade do estado. “Trabalhamos para dar ênfase e ampliar a prevenção. Outros problemas estão atrelados à gravidez precoce como, por exemplo, a evasão escolar. Por isso, estamos em constante parceria com a Seduc, o Unicef e as prefeituras dos 144 municípios, promovendo capacitação profissional e levando informação para empoderar essa menina”, pontua Vera Bertagnoli.
O Programa Saúde na Escola (PSE), que é coordenado pela Coordenação Estadual de Saúde do Adolescente e Jovens da Sespa, realiza treinamentos, assessoramento e monitoramento dos municípios paraenses quanto às ações voltadas para o público de jovens e adolescentes seguido as diretrizes do Ministério da Saúde.
Os profissionais de saúde dos municípios são capacitados para realizar o atendimento individual a adolescentes, incluindo a entrega do preservativo, de acordo com a realidade de cada um. Segundo dados da coordenação, a pasta capacitou no ano de 2020, 893 profissionais e, neste ano de 2021, capacitou 650 profissionais de saúde para acolhimento e atendimento das adolescentes como sujeitos de diretos, capazes de comportamentos de autocuidado em saúde. As capacitações ocorrem de forma presencial ou pela internet, com rodas de conversas, aulas interativas, estudos de casos e outras técnicas de ensino-aprendizagem.
O programa é realizado por meio de ações de prevenção promoção e práticas em saúde que contemplam 13 temas norteados e visam, sobretudo, contribuir para o enfrentamento das vulnerabilidades que envolvem o plano desenvolvimento das crianças e adolescentes da rede de escolas públicas, dentre elas a saúde sexual e à prevenção a violência. Nos atendimentos são abordadas as temáticas, qualquer agravo identificado pela equipe de saúde, as adolescentes são encaminhadas ao serviço de saúde do território para acompanhamento.
Educação Sexual
A Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por meio da Coordenação das Ações Complementares (Caec), vem desenvolvendo ações pedagógicas intersetoriais que complementam o currículo de modo diversificado, transversal, integrado e ou interdisciplinar, em favor da educação sexual no âmbito escolar.
São várias atividades realizadas desde a formação com os profissionais da educação, para fomentar o planejamento das aulas, o qual é contemplado pelo novo documento curricular aprovado, até o trabalho de envolvimento e conscientização das famílias.
“Isso é importante uma vez que este assunto ainda é delicado tratar, pois as famílias não compreendem que os direitos sexuais reprodutivos fortalecem o conhecimento dos educandos para prevenir doenças IST's/AIDS (Infecções Sexualmente Transmissíveis)”, explica Giovanna Costa, coordenadora da Coordenação das Ações Complementares (Caec) da Seduc.
Por meio de parcerias intersetoriais com a Secretaria Municipal de Saúde, com o Programa Saúde na Escola – PSE, com a UNICEF e Secretaria Estadual de Saúde, Instituto Liberta, os professores e colaboradores envolvidos na missão recebem material de apoio para auxiliar no planejamento pedagógico, dentre eles a caderneta dos adolescentes.
“Notamos que a escola ao executar o planejamento integrado e transversal, há interesse positivo dos estudantes pelo tema. As metodologias utilizadas são: oficinas, roda de conversa, produção textual, seminário, dramatização, seminário e cine-vídeo. Vale ressaltar que diante do cenário de pandemia, no momento a programação segue apenas com os profissionais da educação de maneira online”, enfatiza Giovanna.