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PESQUISA E PESCA

Fapespa integra pesquisa para a melhoria da qualidade e segurança alimentar de crustáceos

Projeto Camarões Marinhos tem financiamento da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) em parceria com o Governo da Inglaterra

Por Giovanna Abreu (SECOM)
31/08/2021 12h48

Identificar os pontos críticos da cadeia produtiva paraense para garantir maior qualidade e segurança alimentar dos crustáceos comercializados no Estado. Esse é um dos principais objetivos do Projeto Camarões Marinhos, financiado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em parceria com o Governo da Inglaterra (Newton Fund, Universidade de Salford), e em fase de conclusão.

A pesquisa sobre os camarões marinhos, de água doce, levanta a demanda, oferta e a segurança alimentar de crustáceos no nordeste do Pará, observando a situação atual, os desafios e as direções futuras.

“Nosso intuito é identificar em que ponto da cadeia produtiva o pescado pode sofrer contaminação em relação a possíveis patógenos (organismos capazes de causar doenças em um hospedeiro), desde o rio, na pesca, no transporte, no mercado, no ato de congelar e de descongelar. Verificamos vários fatores que influenciam na sanidade do pescado”, explica a coordenadora da pesquisa no Brasil e bolsista da Fapespa, a professora doutora, Cristiana Maciel. 

O estudo coletou amostras de crustáceos nos mercados, feiras e em sistemas de cultivo de aquicultura marinha e de água doce, além de amostras de solo e água. Foram coletadas mais de 700 amostras que tiveram seus DNA sequenciados, com método de nova geração de metagenômica, que estão sendo analisados na Inglaterra, para verificar o potencial patogênico de todas as etapas. 

De acordo com a coordenadora, após a análise dos dados, será possível ter ideia dos produtos, das demandas e da perspectiva de crescimento. “O projeto deixa de herança a necessidade de retorno às comunidades, para possíveis intervenções, a partir da construção de estratégias de manejo mais produtivas e mais seguras que viabilizam a produção. Toda ação deve ser integrada aos produtores, para melhorar a qualidade de vida deles e do produto”, afirma Cristiana Maciel. 

Em três anos de projeto, pesquisadores visitaram comunidades tradicionais de ribeirinhos do Pará, em Abaetetuba e Caratateua, que usam o camarão-da-Amazônia e o caranguejo-Uçá como fonte de proteína animal e renda.

O projeto é oriundo do Programa Institucional Links – Inovação Social, aderido pela Fapespa, por meio do Conselho Nacional de Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), British Council e Newton Fund. 

INCENTIVO

A professora destaca a importância do incentivo da Fapespa para as mulheres paraenses na ciência. “Tomei um susto quando parei para pensar o quanto a minha história tem a participação da Fapespa. A Fundação tem contribuído enormemente para as pesquisas paraenses, montando laboratórios, linhas de pesquisa, incentivando a produção de conhecimento. É uma contribuição fantástica”, assegura. 

A Fapespa foi criada há 14 anos para fomentar pesquisa em ciência, tecnologia e inovação no Estado do Pará. Desde a fundação, a instituição se destaca pelo apoio financeiro a projetos, como os programas os programas StartUp Pará e Barômetro da Sustentabilidade.