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INCLUSÃO SOCIAL E ECONÔMICA

Projeto Girândola completa seis meses incentivando empoderamento feminino

Ação se volta às mulheres em situação de violência doméstica, contruibuindo com a promoção da autonomia financeira para que elas possam sair do ciclo de violência

Por Dayane Baía (ARCON)
26/08/2021 13h46

Equipe e mulheres assistidas pela Sejudh, promotora do projeto Girândola, que combate o cenário de violência contra o público femininoO Dia Internacional da Igualdade Feminina celebrado nesta quinta-feira (26) chama atenção para a importância da luta em defesa de uma sociedade mais igualitária nas questões de gênero. As disparidades entre direitos e oportunidades para homens e mulheres, ainda muito presentes, provocam conflitos dentro e fora dos lares. O Projeto Girândola, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), tem promovido ações para combater esse cenário há seis meses. 

A estudante de Pedagogia Elke Canuto, 47 anos, conta que viveu momentos muito difíceis em um relacionamento abusivo, com episódios de violência doméstica. “Não adianta ter apenas as leis para proteger a mulher, tirar a mulher de perto do seu agressor, se não der a ela esperança de um futuro melhor. A grande maioria tem filhos, e pensar no futuro dos filhos, como vai ser o amanhã, às vezes, faz com que a mulher continue junto com seu algoz”, avalia. 

Moradora de Ananindeua, ela integra o Projeto Girândola que atende mulheres em situação de violência doméstica, por meio do acolhimento e identificação vocacional. O objetivo também é a promoção da autoestima e autonomia financeira. “O projeto diz para a mulher que nunca foi nada que nunca teve nada, diz que ela pode ser e pode ter, se ela se der a oportunidade. Traz esperança, olhar um futuro melhor, ter a chance de trabalhar, ter seu sustento com seu artesanato, com sua costura, fazendo suas bijuterias, etc”, afirma Elke.

Téc. em Enfermagem, Rosilene Oliveira: "cursos melhoram renda". A percepção é compartilhada por outra participante, Rosilene Oliveira, 48 anos, técnica de enfermagem, que já teve um empreendimento no passado. “Para ser respeitada na sociedade, você precisa de autonomia financeira. Quero ajudar mulheres a serem donas de seu próprio negócio e não cometer erros que eu cometi quando tinha meu empreendimento, servindo refeição. Por não saber administrar a parte contratual, eu fiquei num prejuízo muito alto. Perdi a minha renda, meu capital, minha casa. Passei por muitas dificuldades e até hoje me encontro desempregada”, conta.

Para Rosilene, um dos destaques do projeto é o despertar do potencial da mulher dentro e fora de casa. "Através dos cursos a mulher pode trazer uma renda para sua família”, pontua.

De acordo com Márcia Jorge, coordenadora de Integração de Políticas para as Mulheres da Sejudh e presidente do Conselho Estadual da Mulher, 400 mulheres estão em atendimento nos municípios de Ananindeua, Bragança, Breves e Castanhal, sendo 100 em cada localidade. 

“Estamos no "Agosto Lilás", mês de referência da luta das mulheres em defesa da lei Maria da Penha. O governo do estado tem feito um trabalho em parceria com organismos de políticas das mulheres. O Girândola atende o eixo Geração de Renda e Autonomia Econômica para as Mulheres, do Plano Estadual de Política para as Mulheres, conduzido pela Sejudh”, explica Márcia.

O Girândola é direcionado para mulheres em situação de violência doméstica, e desta forma contribuir para a saída do ciclo da violência de seus agressores com a autonomia financeira. “É importante destacar que essas mulheres são integradas aos programas da rede de atendimento de saúde, assistência social, educacional e formação profissional, com acompanhamento futuro dos empreendimentos”, acrescenta a coordenadora.

Incentivo - O Governo do Pará desenvolve ações ao longo do ano que incentivam o empreendedorismo feminino, como o Projeto Ela Pode, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet); Projeto Girândola, coordenado pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh); e a linha de crédito Empodera, do Banco do Estado do Pará (Banpará).

A autonomia financeira é um dos instrumentos de libertação à opressão e violência que reverberam em outras áreas como a segurança e saúde, que demandam políticas de valorização da mulher. 

Cursos sobre atividades econômicas são levados aos sete bairros atendidos pelo programa Territórios pela Paz (TerPaz). O conteúdo da formação presencial aborda o empreendedorismo feminino com estímulo à autonomia financeira e socioemocional das mulheres paraenses, levando em consideração suas realidades, percepções e trajetórias. Nas formações são trabalhadas as seguintes temáticas: assertividade, liderança, redes de relacionamento, finanças e ferramentas digitais.