Projeto Mapas Digitais do TerPaz realiza levantamento de campo no bairro do Bengui
A iniciativa é desenvolvida pelo governo do estado, por meio da Sectet, em parceira com a Faculdade de Tecnologia em Geoprocessamento da UFPA
Lideranças comunitárias do Bengui se reúnem na Escola Marilda Nunes para discutir formas de apoio ao projeto Mapas DigitaisNesta quarta-feira (18), tiveram início os trabalhos de campo do projeto Mapas Digitais no bairro do Bengui, em Belém. A iniciativa é desenvolvida pelo governo do estado por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), em parceira com a Faculdade de Tecnologia em Geoprocessamento da Universidade Federal do Pará (UFPA), e realizado nos sete bairros atendidos pelo Programa Territórios Pela Paz (TerPaz).
Para explicar a dinâmica do trabalho e solicitar apoio às equipes que percorrerão o bairro, foi realizada uma reunião, na tarde desta terça-feira (17), com as lideranças comunitárias do Bengui, na Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Marilda Nunes. “Posso dar apoio acompanhando as equipes nas quadras próximas da minha residência”, prontificou-se o professor, Diego Teófilo, um dos líderes comunitários presentes à reunião.
Coordenador do Mapas Digitais, Paulo Melo explica às lideranças comunitárias do Bengui como são levantadas as informaçõesMapeamento – O coordenador do Mapas Digitais, Paulo Melo, explicou como funciona o projeto e o aplicativo que reúne todas as informações levantadas nos bairros atendidos pelo programa TerPaz. Ele esclareceu que são levantadas informações quadra a quadra, identificando onde ficam logradouros públicos e privados como postos de saúde, escolas, paradas de ônibus, supermercados. Também são registradas informações ambientais como ruas sem pavimentação, sem iluminação, terrenos baldios, locais de descarte irregular de lixo, entre outros.
O coordenador enfatizou que são registrados não apenas os problemas, mas também as potencialidades dos bairros, com suas vendas, comércios, prestação de serviços. “Inclusive o aplicativo TerPaz Map permite a interação, possibilitando aos moradores enviar informações sobre seus pequenos comércios, como horário de atendimento e serviços de entrega”, adiantou Paulo Melo.
A gestora do TerPaz no Benguí, Juliana Chaves, destacou o forte movimento popular que o bairro registra e informou que as associações de moradores e projetos culturais também serão mapeadas e registradas no aplicativo. “Todo esse potencial cultural e de participação popular será registrado pelo Mapas Digitais e depois será objeto de detalhamento por meio de outro projeto de cartografia social”, anunciou Juliana.
Outra narrativa – Atento às nuances do Mapas Digitais, o professor Diego Teófilo destacou que o projeto possibilita outra narrativa sobre o bairro. “Além do estigma da narrativa da criminalização, esse projeto mostra outra narrativa que é sobre a vida do bairro, sua economia popular e vida cultural”, identificou o morador.
Ele também destacou que as informações levantadas podem ser usadas como subsídio para a elaboração de políticas públicas e criação de equipamentos públicos dos quais o bairro seja carente como espaços para a prática de esporte e lazer.
Concordando com Diego, o também professor Antônio Geovanys de Oliveira ressaltou que “com os dados levantados pelo projeto, podemos identificar as necessidades dos bairros e cobrar das autoridades e gestores municipais as políticas públicas de que precisamos”, disse manifestando interesse de que o projeto chegue logo no vizinho bairro do Mangueirão, onde mora.
TerPaz Map – O aplicativo do projeto Mapas Digitais está sendo finalizado e já conta com as informações sobre os bairros da Cabanagem e Jurunas, em Belém; Icuí, em Ananindeua e Nova União, em Marituba. Até o final deste mês o levantamento deve ser concluído no Benguí, Guamá e Terra Firme.
O lançamento do aplicativo será feito durante a inauguração da Usina da Paz do bairro do Icuí, prevista para o mês de setembro. “Inicialmente o aplicativo ficará disponível para o sistema androide e depois para o IOS”, informou o coordenador Paulo Melo.