Secult promove Semana do Patrimônio Histórico, a partir desta terça-feira, 17
Para celebrar o Dia do Patrimônio Histórico, comemorado em 17 de agosto, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e seu Sistema Integrado de Museus e Memoriais (SIMM) e Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (DPHAC) realiza de 17 a 22 de agosto a Semana Nacional do Patrimônio, programação alinhada com as diretrizes do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e que ocorre em todo o país. Com o tema “Rios, florestas e cidades na Amazônia paraense – os sentidos do patrimônio”, as ações consistem em atividades e debates sobre a dinâmica do Patrimônio Cultural na atualidade. Neste período, as visitas a todos os espaços museais do SIMM serão gratuitas.
A iniciativa tem como objetivo trazer reflexões sobre a paisagem das cidades paraenses, as práticas culturais que traduzem e identificam homens e mulheres amazônidas e suas relações com o meio ambiente, traduzido por saberes e fazeres.
“Preparamos uma programação que vem discutir o que é e como podemos perceber esses espaços de memória coletiva que a gente designa como patrimônio. Para além dessa chancela institucional das grandes coleções dos museus. O que é esse território do patrimônio? Reconhecer também esses campos no nosso cotidiano, através das práticas, dos fazeres e crenças, que são geradas pela relação que nós temos com nossa própria realidade e nosso ambiente e que determina nossos elos comunitários. Discutir esses campos de memória, esses territórios do simbólico, como eles se formam na Amazônia, quais são nossas peculiaridades que constroem todo esse nosso simbólico, com a nossa paisagem, com a nossa cultura, nossas práticas, crenças e atividades”, explica o diretor do Sistema Integrado de Museus e Memórias, Armando Sobral.
Além de lives, a programação deste ano trará a exposição híbrida (presencial e on-line), "Abaeté - Paisagens Virtuais", a primeira virtual do SIMM. A mostra tem a curadoria de Nando Lima, da coordenação de Curadoria e Montagem do Sistema Integrado de Museus da Secult, Anselmo Paes, coordenador do Museu do Círio e do fotógrafo convidado, Valério Silveira.
“No ambiente virtual serão apresentadas 15 fotografias que desvelam as paisagens do município. Este ambiente pode ser acessado por meio do site do SIMM, no espaço dedicado ao Museu do Círio, na aba exposições. É importante destacar aqui que o visitante não terá acesso a sala, mas às imagens da exposição com textos sobre as obras, além de informações adicionais sobre o município. Já a mostra presencial, será na sala de Multimídia do Museu do Círio, no complexo feliz Lusitânia, com 14 fotografias. Ao todo são 29 fotografias que se complementam e trazem experiências diferentes e complementares do registro e etnografia de Abaetetuba. No geral, as imagens de Valério Silveira nos apresentam um estudo sobre a paisagem de Abaetetuba considerando o saber-fazer de artesãs e artesãos, o meio natural, e mesmo o espaço doméstico das casas-oficinas”, explica Anselmo.
O diretor do Museu do Círio também destaca que apesar de ser a primeira, o SIMM tem outras agendas de exposições neste formato previstas para este ano. “Este formato é uma solução não só para nosso tempo de pandemia, mas é também uma expectativa de inclusão, porque você pode alcançar pessoas fora do centro, fora da capital. Desta forma, espaços pequenos como o Museu do Círio, por exemplo, sem salas para exposições temporárias, podem ser contemplados no ambiente virtual e fazer com que o Círio cresça ainda mais nesse ambiente”.
Percurso comentado - Outro ponto alto da programação deste ano é o percurso comentado “O olhar para e pelo patrimônio da Cidade”. De acordo com a historiadora, antropóloga e técnica de Gestão Cultural do SIMM, Dayseane Ferraz, a caminhada educativa vai iniciar do Forte até o Memorial da Navegação, no Mangal das Garças. “A ação em grupo permitirá o exercício do olhar para o rio, para as edificações presentes na malha urbana, para suas transformações e para os testemunhos materiais e imateriais produzidos e praticados pela sociedade”, explica.
Para participar do percurso, os interessados devem agendar sua participação através do e-mail: sim.educacao@gmail.com ou pelo telefone: 4009-8695. Os grupos serão formados por até 15 pessoas que devem cumprir todos os protocolos sanitários para a prevenção da Covid. As lives poderão ser acompanhadas por meio do canal da Secult no YouTube: Secult Pará.
A Semana do Patrimônio Histórico no Pará também dialoga com os produtores e artesãos de Miriti que participam do projeto “ O patrimônio que a gente faz”, um quadro que vai ao ar no Instagram da Secult com relatos e experiências desses fazedores de cultura, além de suas visões sobre patrimônio histórico, cultura e paisagens. Já no Canal da Secult no You Tube e no site do Sistema Integrado de Museus será disponibilizado o documentário “Girândula, memória e Miriti” (2008) de Armando Sobral, produto do Edital Monumenta, em que o autor faz maquetes históricas sobre o patrimônio histórico arquitetônico através do miriti.
No dia 18, a live “Outros patrimônios, outras paisagens – a importância da representatividade e diversidade no campo patrimoniais” traz como debatedor, o Diretor do Museu D’água, no bairro do Jurunas, Henrique Montagne Figueira. Este é um dos mais de 70 projetos contemplados com editais da Lei Aldir Blanc sobre patrimônio, práticas populares e tradicionais, conhecimentos de populares, práticas folclóricas e resgate de memórias comunitárias.
“A grande questão é fazer com que a gente reveja essa centralidade da autoridade de quem diz o que é patrimônio e o que não é. Então a gente está na verdade subvertendo essa ordem de poder, ou seja, quem é que diz o que é patrimônio? Quem é que diz que é importante pra cultura? Patrimônio é um termo que vem de posse, de tesouro, então tem uma perspectiva de poder político. Então, quando chamamos o Museu do Jurunas da água, pra falar do patrimônio, de uma zona considerada periférica, não central, a gente está subvertendo isso. Quando gente chama pra um diálogo alguém de Abaetetuba, a gente coloca na exposição que o objeto central é uma maquete de miriti, mostrando a vida desse ribeirinho, estamos de certa forma submetendo essa ordem de poder que acaba elegendo apenas as artes clássicas, as belas artes, a arte sacra, colonial e etc”, destaca Anselmo Paes.
Um dos projetos de educação patrimonial da Secult, executado por meio de seu Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural (DPHAC), que faz o maior sucesso nas redes sociais, estará disponível em forma de coletânea, a partir desta quinta-feira (19), no site da Secult. O objetivo é disponibilizar o material rico em informações, como forma de facilitar pesquisas e estudos sobre patrimônio cultural no Estado. “O Conhecer para Preservar é um projeto que visa não só a valorização dos bens tombados pelo Governo Estadual, através da Secult/DPHAC, como também fazer com que a sociedade conheça e entenda melhor quais são esses bens, os que estão em processo de reconhecimento de seu valor cultural, além da divulgação do trabalho do departamento. Desta forma, já foram apresentadas 60 postagens, com bens móveis, bens imóveis, bens naturais e bens arqueológicos e antropológicos”, destaca Karina Moriya, diretora do Dphac.
Confira a programação completa
17/08 – 10h
Live de Abertura: Preservação de paisagem – processo de tombamentos de paisagens naturais
Mediadora: Sabrina Campos (turismóloga, mestre em antropologia – DPHAC) Debatedoras: Sue Costa (Professora do curso de Museologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio Cultural da UFPA); Rebeca Ribeiro (Arquiteta, Superintendente do Iphan no Pará) e Laís Costa (Pedadoga, gerente do IDEFLOR-Bio, Região Administrativa do Araguaia.)
17/08 – A partir das 09h
Exposição híbrida (presencial e virtual): "ABAETÉ - PAISAGENS VIRTUAIS"
Mostra presencial: Sala de multimídia do Museu do Círio
Mostra virtual: Site do SIMM-SECULT-PA
18/08 – 19h
Live: Outros patrimônios, outras paisagens – a importância da representatividade e diversidade no campo patrimoniais
Mediador: Emanoel Jr (CDPesquisa/SIMM/SECULT)
Debatedor: Henrique Montagne Figueira, Diretor do Museu D’água, no bairro do Jurunas
19/08 – 19h
Live: Paisagens etnográficas – caminhos e poéticas para pensar o patrimônio
Mediador: Anselmo Paes (Museu do Círio/SIMM/SECULT-PA)
Debatedor: Flávio Leonel da Silveira (Antropólogo – Docente e pesquisador da UFPA)
20/08 - 10h
Disponibilização do documentário “Girândula, memória e Miriti” (2008) de Armando Sobral. Canal do YouTube Secult Pará e site do SIMM.
20/08 – 19h
Live: Paisagens da memória e da história - a interiorização do olhar
Mediadora: Cássia da Rosa (MEP/SIMM/SECULT)
Debatedores: Dário Benedito (UFPA – Campus Bragança), Patrícia Chaves (Centro Cultural João Fona)
21/08 –09h30
Percurso Comentado – o olhar para e pelo patrimônio da cidade
Mediadores: Dayseane Ferraz (SIMM/SECULT), Raimundo Calandrino, Coordenação de Educação.
21/08 – 10h
Conteúdo: O patrimônio que a gente faz - (Instagram da Secult: Secult Pará)
Texto: Josie Soeiro (Ascom/Secult)