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Emater faz degustação com “Tambaqui Mirim” produzido em Unidade Demonstrativa de Inhangapi

Por Governo do Pará (SECOM)
09/08/2021 12h13

Cerca de seis meses após o povoamento do tanque da primeira Unidade Demonstrativa de Piscicultura Familiar do Município de Inhangapi (UDPF), desenvolvida com o apoio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), uma amostra dos peixes foi coletada e usada em um evento de demonstração no fim de julho para avaliar a possibilidade de comercialização no mercado local do produto pesando até 400 gramas. 

De acordo com o médico veterinário da Emater, Kenji Oikawa, responsável pelo projeto, a ideia é avaliar o sabor do peixe ainda pequeno (tambaqui mirim) e, também, garantir a viabilidade econômica para o produtor familiar local.

“O tambaqui é geralmente consumido de dois quilos para cima, mas para que ele chegue a esse tamanho, demoraria mais de um ano. Na atual conjuntura, em que a ração está muito cara por conta dos valores da soja e do milho, os custos seriam muito altos. Produzindo nesse tamanho, de 300 a 400 gramas, se torna viável economicamente, porque dá para produzir duas safras por ano”, afirma Oikawa.

O produto foi testado na propriedade da família de seu José e dona Maria Santos, onde está instalada a Unidade Demonstrativa. Foram fritos 25 peixes, que foram servidos com açaí, também produzido pelos agricultores.

Além da família de dona Maria e seu José, foram convidados para avaliar o produto, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Inhagapí, das Secretarias de Meio Ambiente e de Agricultura do Município e dos escritórios local e regional da Emater. O produto foi aprovado por todos os degustadores que ressaltaram o sabor agradável, sem o “gosto de barro” muito comumente descrito como presente em peixes criados em tanques.

“Fizemos esse teste de degustação e pela ficha que nós distribuímos está tudo excelente. Na próxima vez, pretendemos convidar também produtores para a avaliação e apresentação da UDPF e, em 2022, esperamos poder fazer um evento para mostrar que através da extensão rural, a piscicultura pode ser desenvolvida pelo agricultor familiar e contribuir para a solução do problema da fome no Brasil”, ressalta o veterinário.

Para seu José Santos, a expectativa agora é agregar valor à sua produção vendendo o tambaqui com o açaí. “O tambaqui com o açaí já melhora mais. Eu vendo o meu açaí para batedores em Castanhal, mas agora, junto com o tambaqui, quero também vender em Inhangapi, e já estou organizado o ponto”, conta seu José.

Para o representante do Sindicato Rural do Município de Inhangapi, Pedro Menezes, a assistência prestada pela Emater contribui para o sucesso dos agricultores familiares.
“Quando o produtor vai buscar informações onde tem que buscar, as chances de errar são menores. O seu José fez a coisa certa, procurando a Emater, e por isso o que nós estamos vendo aqui é um resultado positivo. Hoje, ninguém faz nada só, e quanto mais reunirmos esforços, melhor será para a produção familiar de Inhagapi”,

A instalação da Unidade Demonstrativa de Piscicultura Familiar é uma realização da Emater, por meio do escritório local de Inhangapi, vinculado ao Escritório Regional da Emater em Castanhal. 

A ação é desenvolvida em parceria com o Sindicato Rural de Inhangapi, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), e a Prefeitura de Inhangapi, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Secretaria Municipal de Agricultura.

A UDPF integra o Programa em Defesa da Amazônia Pró-Pirá, implantado em 2003, com atuações nas vertentes econômica, com a produção de peixes; ambiental, com a utilização racional dos recursos hídricos existentes na propriedade; e a educacional, levando a escolas a importância do plâncton para vida no planeta.

Além da UDPF instalada na propriedade de dona Maria e seu José Santos, outras três estão em andamento nas comunidades do Itaboca, Saudade e Pernambuco, também em Inhangapi.

Texto: Etiene Andrade (Ascom/Emater).