Setur e Ideflor-Bio promovem curso de observadores de pássaros

A Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e o Ideflor-Bio iniciaram, nesta quarta-feira (4), as aulas práticas do “Curso de Observação de Aves”, destinado a qualificar Condutores Ambientais, credenciados no Parque Estadual do Utinga (Peut), “Camilo Viana”, na capital paraense. As aulas teóricas começaram na última segunda-feira (2), e somadas às aulas práticas, perfazem um programa de formação total de 20 horas.

A prática de observar as aves, também conhecida chamada por “Birdwatching”, é uma modalidade do ecoturismo para inserir o visitante, por meio do lazer, no meio ambiente natural, sem provocar degradações, inclusive às populações nativas. É uma atividade praticada no mundo inteiro e com milhões de adeptos. No Brasil, a atividade vem se popularizando cada vez mais, com a criação de sites especializados, grupos amadores, fotógrafos, divulgação das listas de espécies, e tudo impulsionado pela facilidade de câmeras digitais, binóculos, e até mesmo o uso de celulares com câmeras de alta definição.

"O curso de Observação de Aves foi realizado com exclusividade para os condutores habilitados e os condutores que estão prestes a se habilitar para o Parque Estadual do Utinga. Ele tem o objetivo de aprimorar e qualificar os serviços de turismo aqui no Peut, dando mais uma opção de atividade aos visitantes do Parque. Com o curso, o condutor vai estar apto a identificar as espécimes aqui do Parque e apresentar ao visitante", afirma a professora e turismóloga do Ideflor-Bio, Letícia Freitas.

Nos objetivos do curso, destacam-se a qualificação da comunidade local para conhecer e praticar essa modalidade de ecoturismo, abordagem da educação ambiental com atividades de observação de aves, popularização do “Birdwatching”, incentivo a uma “ciência cidadã” e conservação de ecossistemas naturais. As aulas encerram na sexta-feira (6), com novas atividades práticas, sob a instrução dos biólogos Danielson Aleixo e Fernanda Freitas, especialistas em ornitologia e observação de aves.

“Ainda em 2021, nós estamos avaliando a possibilidade de levar esse mesmo curso a oito municípios, das regiões oeste, nordeste, metropolitana até o Marajó, devido à variedade e beleza de aves que temos em nossa região, até para atender uma tendência dessa modalidade de turismo que cresce no mundo todo, que é a observação de aves”, ressalta Evandro Neves Jr., coordenador de Políticas Públicas de Turismo da Setur.

"Acho que o mais importante do curso foram as técnicas que nos passaram de como podemos observar os pássaros, de parque e de qualquer outro lugar,  de uma forma que a gente não cause stress para as aves ou para qualquer outro animal que esteja por perto. Falaram bastante sobre como podemos profissionalizar isso no futuro, como guias, e como é um hábito prazeroso", conta a aluna Samaia Queiroz.

História e Números

A prática da observação de aves é uma atividade centenária e muito difundida na América do Norte e Europa e, na última década, tornou-se cada vez mais comum em países como Índia, China e aqui no Brasil. Estima-se que hoje, no Brasil, são mais de 50 mil observadores de aves, número que aumentou consideravelmente depois de eventos como o Avistar Brasil, o lançamento da plataforma WikiAves e o advento das câmeras fotográficas. Estima-se que o mercado envolvido na observação de aves do Brasil tenha potencial para movimentar mais de R$ 90 milhões. O Brasil possui 20% de todas as espécies e pássaros do mundo, oferecendo uma grande diversidade para os amantes do birdwatching.

Texto: Douglas Dinelly (Ascom/Setur)