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Vacinas contra Covid-19 são seguras para amamentação, reforça Santa Casa

Especialistas afirmam que mulheres que estão amamentando podem se vacinar sem medo. Puérperas devem tomar preferencialmente a Pfizer ou Coronovac, na falta de Pfizer

Por Luana Laboissiere (SECOM)
30/07/2021 09h40

Em conformidade com as atuais diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), especialistas da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) reforçam que mulheres que estão amamentando podem receber com segurança as vacinas disponíveis no Brasil contra a Covid-19. 

A única ressalva vigente quanto a esse grupo é para puérperas, ou seja, mulheres que deram a luz em até 45 dias: para essas pessoas em condição de resguardo, as vacinas liberadas são de duas marcas específicas, Pfizer e Coronovac, com preferência para Pfizer. Dessa forma, a Coronovac só deve ser administrada se não houver Pfizer. Astrazeneca e Janssen encontram-se sob contraindicação, por conta da base da formulação. 

De acordo com a gerente geral de neonatologia da Santa Casa, a pediatra neonatologista Salma Saráty, mestra e doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria, a amamentação de jeito nenhum deve ser interrompida quando a mãe for vacinada contra a Covid-19, até porque a amamentação transfere anticorpos para a criança.

“A vacinação contra a Covid-19 no Brasil para mulheres que amamentam está liberada. Não existe nenhum trabalho que mostre que a vacinação possa ter ação negativa sobre o recém-nascido. Pelo contrário: em toda vacinação, a soroconversão na mãe se transforma em defesa, em anticorpos que passam para o bebê pelo leite materno. Essa lógica funciona para todas as vacinas e é provável, já há teorias e pesquisas mostrando que a defesa induzida pela vacina contra o coronavírus pode passar para o recém-nascido pelo leite materno”, explica. 

Entretanto, não se aconselha a chamada “intercambialidade”, quando se toma a primeira dose de uma marca e a segunda, de outra. "A intercambialidade ainda não está autorizada. Ela ainda é motivo de estudos”, anunciou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em 8 de julho, durante a divulgação do atualização do Plano Nacional de Imunização (PNI). A exceção é para puérperas que já receberam a primeira dose de Astrazeneca. Nesses casos, recomenda-se mudar para Pfizer na segunda dose.   

A nota técnica vigente do Ministério da Saúde a respeito do assunto, assinada pela secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Melo, considera excepcionalidades. “De maneira geral não se recomenda a intercambialidade de vacinas, no entanto, em situações de exceção, quando não for possível administrar a segunda dose da vacina com uma vacina do mesmo fabricante, seja por contraindicações específicas ou por ausência daquele imunizante no país (...), poderá ser administrada uma vacina contra a Covid-19 de outro fabricante”, pondera o documento.

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa) do Pará, o Plano Paraense de Vacinação (PPV/Covid-19) adota os pressupostos do Ministério da Saúde (MS), com a notificação de todos os 144 municípios. 

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) de Belém, a vacinação na capital segue o rigor oficial, respeitando cada particularidade dos grupos.

 

Custo-Benefício

Pesquisas universais mais recentes situam que a imunização não apresenta riscos evidentes ao leite materno, no sentido de efeitos colaterais para recém-nascidos ou crianças mais velhas, independentemente de as mães manifestarem as reações imediatas possíveis e sem gravidade, como moleza e febre.  

Sob a chancela da Rede Global de Bancos de Leite Humano (RBLH), da qual a Santa Casa faz parte, o aviso se estende a doadoras de leite materno. A iniciativa de doadoras permite ao Banco de Leite Humano (BLH) do Hospital, o maior da região Norte, tentar suprir uma demanda média mensal de 50 a 60 prematuros ou bebês de baixo peso internados. 

Na prática, significa que lactantes não devem deixar de se vacinar e nem interromper a amamentação ou doação de leite por conta da vacina.

“O entendimento científico de agora é que não existe indício de que as marcas de vacina aprovadas pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] façam mal para os bebês. Também não se aponta necessidade de prazo entre o momento da vacinação e amamentação: a mãe pode se vacinar e logo depois dar a mama”, especifica a gerente em exercício do BHL da Santa Casa, a nutricionista Vanda Heloíza Marvão, especialista em Tecnologia de Alimentos e mestra em Gestão e Serviços de Saúde da Amazônia.

 

Tranquilidade

Moradora do bairro do Barreiro, em Belém, a técnica de radiologia Gleiziane Ferreira, 28, que amamenta a única filha, Aylla Rebecka, de sete meses, recebeu a primeira dose há duas semanas - com total tranquilidade, segundo ela.

“Eu me informei bastante, consultei várias fontes, jornais e tudo. A pediatra, ainda, orientou pra eu não deixar de tomar. Pra mim, foi uma alegria. Me senti protegida e protegendo a minha bebê”, refere. 

Aylla Rebecka nasceu na Santa Casa em exato no dia do Natal do ano passado, 25 de dezembro de 2020. Nos primeiros seis meses, a criança recebeu aleitamento exclusivo e está em fase de introdução alimentar.

“É um bebê super saudável”, conta a mãe.

Texto: Aline Miranda/ ascom Santa Casa