Adepará inspeciona lavouras de abacaxi em Santa Maria das Barreiras
A Fusariose, causada pelo fungo Fusarium subglutinans, tornou-se a principal doença da cultura do abacaxi no Brasil. Estima-se que, em ataques severos, as perdas giram em torno de 30% dos frutos e de 20% das mudas. Para evitar prejuízos nas lavouras paraenses, a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) realiza inspeções programas para levantamento fitossanitário da praga. De hoje, 20, até a próxima sexta-feira, 23, a ação ocorrerá em seis propriedades do município de Santa Maria das Barreiras, na região sul do Pará.
Em 2020, a Adepará estipulou medidas de controle oficial, através da Portaria nº 2.508, visando ao não comprometimento da cadeia produtiva paraense.
A característica da Fusariose é a exsudação, processo em que um líquido transpira pelos poros de uma planta e adquire consistência viscosa na superfície. A exsudação da praga é de uma substância pegajosa, de coloração marrom escura, que pode aparecer nas mudas, plantas e frutos. Pode ser mais facilmente identificada nos frutos durante a fase de maturação, quando esse processo ocorre nas cavidades florais.
Adra David, engenheira agrônoma e Fiscal Estadual Agropecuário (FEA) da Adepará, explica que as ações consistem “na realização de inspeções fitossanitárias contínuas para levantamento de ocorrência da praga, mapeamento das áreas de produção e educação sanitária, para evitar a disseminação e introdução de novas pragas”. Além da FEA, o Agente Fiscal Agropecuário (AFA), Paulo Henrique Lobato, também participa da ação de inspeção no município de Santa Maria das Barreiras.
PRODUÇÃO
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará é o maior produtor de abacaxi no Brasil, com uma produção de 22.726 unidades por hectare. A fruta, cultivada em uma área de 18.779 hectares, tem sua produção acompanhada pelos técnicos Adepará, por meio do Programa Fitossanitário da Cultura do Abacaxi.
Os municípios de Floresta do Araguaia, Conceição do Araguaia, na região sudeste, e Salvaterra, no arquipélago do Marajó, são os maiores produtores.
COMÉRCIO
A rastreabilidade do fruto garante o comércio de abacaxi paraense dentro e fora das fronteiras nacionais. Ou seja, sua cadeia produtiva está organizada e passível de acompanhamento desde o momento da produção até à comercialização do fruto, o que garante ao consumidor informações sobre a origem e as práticas de produção do produto consumido.
A ferramenta utilizada para fazer esse rastreio de frutas e vegetais frescos, no Pará, é o Guia de Trânsito Vegetal (GTV), documento que deve acompanhar as cargas de vegetais dentro do Estado. A Guia é emitida pela Adepará com base nas informações de cadastro de produtores. Ela identifica a origem, rota, quantidade do produto, finalidade e seu destino.