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Adepará realiza primeiro monitoramento de doenças em aves de descarte

A coleta de material de 165 aves, em granjas de dois municípios, visa pesquisar Influenza Aviária e Doença de Newcastle

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
24/06/2021 20h35

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) realizou o primeiro monitoramento para pesquisa de Influenza Aviária (IA) e Doença de Newcastle (DNC) em aves de descarte no polo avícola que engloba os municípios de Santo Antônio do Tauá e Santa Izabel do Pará. Durante o monitoramento, entre os dias 21 e 23 de junho, também houve capacitação de médicos veterinários do Serviço Veterinário Oficial (SVO) do Pará e de veterinários que são responsáveis técnicos do setor privado.

Os profissionais foram treinados para executar coleta, identificação e conservação de amostras biológicas (suabes de traqueia e cloaca) para pesquisa dos vírus de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, bem como preencher o Termo de Colheita das amostras.

Letierre Lima, fiscal estadual agropecuária da Adepará e integrante da equipe da Gerência do Programa Estadual de Sanidade Avícola (Pesa), informou que foram coletadas 165 amostras de suabe de traqueia e 165 de suabe de cloaca, de aves de 11 granjas. A fiscal informou que a vigilância foi uma ação conjunta com o apoio do setor privado, por meio da Associação Paraense de Avicultura (Apavi), representada por Cláudio Afonso Martins, médico veterinário e presidente da entidade.

O monitoramento é uma diretriz do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), feito a cada três meses, período que termina a vida útil de produção das aves. "Essas ações foram feitas nos municípios próximos de Belém, inclusive na primeira granja registrada no Pesa, localizada em Santa Izabel. Anteriormente, um treinamento já tinha sido realizado em Santarém (região Oeste) e agora, pela primeira vez, na Região Metropolitana de Belém", acrescentou Letierre Lima.

Vigilância e capacitação - O monitoramento será contínuo em todas as granjas com aves de descarte e postura (produção de ovos pra consumo humano ou reprodução), e será dividido em etapas. Além das ações de vigilância, a capacitação será levada aos municípios de Tucuruí e Dom Eliseu.

“Essas ações representam um marco nas atividades realizadas pelo Programa Estadual de Sanidade Avícola, onde o objetivo é salvaguardar o plantel avícola paraense, garantindo a produção de alimentos inócuos e a manutenção da saúde pública”, explicou o gerente do Programa de Sanidade Avícola, Alexandre Chagas.

O treinamento reuniu a gerente regional da Adepará de Castanhal, Melina Nobre; a fiscal agropecuária de Castanhal, Sandra Costa; fiscal agropecuária de Santo Antônio do Tauá, Dráucia Gouvêa; fiscal agropecuário Paulo da Silva, e os responsáveis técnicos pelas granjas de postura.

Influenza Aviária – Segundo o Ministério da Agricultura, a Influenza Aviária é uma doença viral muito contagiosa, que afeta várias espécies de aves domésticas e silvestres. Ocasionalmente, também infecta mamíferos, como ratos, gatos, cães, cavalos, suínos e o homem.

Apesar de não ser detectada no Brasil, a IA tem uma distribuição mundial que pode gerar graves consequências ao comércio internacional de produtos avícolas.

Os vírus Influenza tipo A apresentam alta capacidade de mutação e, consequentemente, de adaptação a novos hospedeiros. A adaptação dos vírus causadores da Influenza Aviária ao homem já foi responsável por uma alta taxa de letalidade. A possibilidade de transmissão desses vírus entre humanos pode representar um alto risco para a população mundial.

Doença de Newcastle – Viral e contagiosa, a doença afeta várias espécies de aves, assim como répteis e mamíferos, incluindo o homem. A principal forma de propagação do vírus é por meio de aerossóis de aves infectadas ou de produtos contaminados. Além disso, vetores como roedores, insetos e artrópodes (aranhas, gafanhotos etc.) também contribuem para a disseminação do vírus.

Portanto, aplicar medidas de biossegurança nos estabelecimentos avícolas, com a limitação da exposição de aves domésticas a outras aves, é a principal medida de mitigação de risco para introdução do vírus da doença de Newcastle no plantel avícola nacional. (Com informações do Mapa).