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Médico do Hospital Ophir Loyola alerta para o câncer de pulmão associado ao tabagismo

Nesta segunda-feira (31), se celebra o Dia Mundial Sem Tabaco e especialistas observam que o tumor maligno no pulmão é o primeiro em mortalidade no mundo 

Por Governo do Pará (SECOM)
31/05/2021 13h22

Dia Mundial Sem Tabaco estimula o fim do hábito de fumarO tabagismo é uma doença causada pela dependência física à nicotina e causa cerca de 50 doenças diferentes. O fumante ativo prejudica não só a saúde dele próprio, mas também da pessoa que inala a fumaça. E para alertar a população sobre os males causados por essa toxicomania, nesta segunda-feira, (31), se celebra o Dia Mundial Sem Tabaco.  

Em Belém, o especialista em cirurgia torácica do Hospital Ophir Loyola, Antonio Bomfim, destaca que o fumo, “é o principal fator de risco para o desenvolvimento de tumores malignos, como o câncer de boca, câncer de laringe e faringe, câncer de esôfago e ocasiona, principalmente, o câncer de pulmão, órgão onde se deposita as principais substâncias tóxicas do cigarro”.  Segundo ele,  90% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados ao tabagismo.

Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), desde o ano de 1985, o tumor maligno no pulmão é o primeiro em incidência e mortalidade. Cerca de 13% de casos novos de câncer são de pulmão.  Ainda conforme o Instituto, a taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980, entre homens e desde, meados dos anos 2000, entre as mulheres. Essa diferença deve-se aos padrões da aderência e da interrupção ao tabagismo constatados nos diferentes sexos. 

Atualmente, 440 pacientes estão em tratamento no Hospital Ophir Loyola, referência em oncologia, sendo 307 homens e 133 mulheres. Não é apenas o fumante ativo que adere ao carcinoma maligno, o passivo também pode adquirir a doença. Segundo o Ministério da Saúde, 30% dos fumantes passivos podem desenvolver o carcinoma pulmonar.

Os sintomas da doença podem ser diversos, como tosse persistente e com sangue, mudança no padrão da tosse, perda de peso, falta de ar e até mesmo complicações neurológicas.  “A faixa etária mais acometida é acima dos 50 anos, tanto para homens  quanto para mulheres, no entanto com a pandemia da covid-19 foram descobertos muitos casos devido à procura pelo diagnóstico da doença viral inclusive em pessoas entre 30 e 40 anos”, destaca o cirurgião torácico, Antônio Bomfin.

Aposentado, João Oliveira, 73 anos, mora no Pará há 40 anos e é natural do Rio Grande do Norte. Durante 20 anos, ele fumou três carteiras de cigarro por dia e, apenas em novembro de 2020, apresentou sintomas, mas pensava se tratar da covid-19.João Oliveira teve câncer de pulmão após 20 anos de fumante

“Eu estava tossindo muito e com a pandemia do coronavírus, as minhas enteadas acharam melhor eu fazer a tomografia e nela foi detectada uma lesão pulmonar do lado esquerdo no formato estriado e expansivo. Após o resultado, fui direcionado para fazer a biópsia, assim, foi confirmado o câncer”, disse João Oliveira, que realizou a cirurgia para a retirada do tumor no dia 25 de maio.

Segundo o Ophir Loiyola, o diagnóstico em fase inicial é obtido por meio do raio-x do tórax, complementado por tomografía computadorizada, exames indicados para investigar uma suspeita de câncer de pulmão. Quando o paciente tem sintomas, geralmente, o diagnóstico é dado de acordo com o que o indivíduo está apresentando. 

Sobre os riscos do tabagismo, Antônio Bomfim, alerta que se o indivíduo ainda fuma, precisa parar o quanto antes, pois o tabaco não traz benefício nenhum. Ele afirma que sem cigarro o indivíduo melhora a disposição, o olfato e o paladar.

“Após poucos meses sem o vício, a capacidade respiratória volta a funcionar com os parâmetros de quem nunca fumou. Após anos a função cardíaca também volta aos padrões e o risco de câncer vai diminuindo conforme vão passando os anos. Se o paciente tem câncer e continua fumando, o tabagismo atrapalha o tratamento, piorando o resultado”, enfatizou o doutor do Ophir Loyola. 

Para prevenir a doença, além de não fumar, é necessário evitar o tabagismo passivo, a exposição a agentes químicos (arsênico, asbesto, berílio, cromo, radônio, urânio, níquel, cádmio, cloreto de vinila e éter de clorometil), presentes em determinados ambientes de trabalho.

O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar para a decisão da melhor conduta para o paciente. De uma forma geral, pode ser feito com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, associadas ou não. “Em fases iniciais, a indicação é cirúrgica. Um tumor com menos de dois centímetros tem 90% de chances de cura, caso não tenha foco do câncer em outro local. Aqui, realizamos cirurgias de alta complexidade por técnica minimamente invasiva e com grandes benefícios ao paciente”, destaca o cirurgião torácico.

*Texto: Viviane Nogueira (Ascom / OPHIR LOYOLA).