Seminário fortalece combate ao racismo na escola
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial (Copir), realiza até quarta-feira (29), na sede do Instituto Federal do Pará (IFPA), em Belém, o II Seminário de Educação para as Relações Étnico-raciais na Educação Básica, voltado para gestores, professores, estudantes e demais interessados no tema. O evento foi aberto na última segunda-feira (27), com uma conferência proferida por Raquel Dias, coordenadora geral de Educação para as Relações Étnico-raciais, do Ministério da Educação (MEC).
Raquel Dias abordou a temática “Enfrentamentos, Diálogos e Novas Práticas Pedagógicas para as Relações Raciais na Educação Básica”, ressaltando a determinação dos profissionais da educação no Pará em avançar na implementação das leis 10.639 e 11.645, que instituíram o ensino da cultura e história afro-brasileiras, africanas e indígenas no currículo da educação básica. Segundo ela, o Pará tem sido um dos Estados que mais requisitaram esse tipo de formação, demonstrando a persistência e a determinação da pauta dentro do sistema de ensino.
“Ainda há, de um modo geral, no País, um déficit de compreensão sobre o que são essas leis e como aplicá-las, pois, muitas vezes, caímos na pedagogia do evento. Claro que há trabalhos maravilhosos nesse sentido, inclusive aqui no Pará, mas o preconceito ainda dificulta muito essa implementação. Precisamos sair da caixinha da educação eurocêntrica, que acontece há séculos no País. Nós dizemos que fomos colonizados pelos portugueses, mas, se pensarmos em números, tivemos três vezes mais africanos do que portugueses no nosso período de colonização. Precisamos entender que as nossas raízes são feitas de muitas culturas”, frisou.
Mais interesse - A coordenadora da Copir, Creusa Santos, explicou que cerca de 200 pessoas, entre membros de movimentos sociais, professores, gestores, alunos e pesquisadores devem participar dos três dias de evento, cujo objetivo é desenvolver atividades pertinentes à questão das relações étnico-raciais na escola, buscando minimizar o racismo no ambiente escolar. “De 2015 para cá percebemos que houve um interesse maior por parte das escolas nessa temática, muito em virtude das formações que a Seduc tem realizado de forma permanente”, destacou Creusa Santos.
A Seduc, por meio da Copir, e o IFPA assinaram um Termo de Cooperação Técnica para que os alunos das licenciaturas do Instituto que fazem estágio na rede pública estadual possam ajudar a dinamizar a implementação dessas legislações, por meio da rede Minha Escola contra o Racismo, que visa acelerar esse processo.
Nesta terça-feira (28), em reunião com diversos órgãos interessados no assunto, foi discutido o início da reestruturação do Fórum Paraense de Educação para Igualdade Racial, mais um importante aliado na luta contra o preconceito racial dentro das escolas.