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Projeto Árvore da vida eterniza o laço entre mãe e filho, no Abelardo Santos

Hospital aposta em projetos de humanização para reestruturar o setor de obstetrícia

Por Governo do Pará (SECOM)
24/05/2021 15h43

Símbolo que perpassa pela fecundidade e imortalidade, a placenta é a primeira morada dos seres humanos.  Na medicina, ela representa as raízes da criança no terreno da mãe. Como uma forma de eternizar a gestação, em Belém, uma ação afetiva com o organismo foi lançada no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, em Icoaraci. Ao ter alta da maternidade, a família do bebê leva para casa o carimbo da placenta da genitora, grafado em uma folha de papel. 

O projeto Árvore da Vida foi lançado neste mês de maio, em homenagem ao Dia das Mães, e faz parte de uma reestruturação do setor de obstetrícia da unidade hospitalar.Já usado em outras capitais do Brasil, este Projeto entra, pela primeira vez, na rede Estadual de Saúde do Pará, com o objetivo de humanizar o parto e fortalecer o elo entre mãe e filho. 

Depois do parto, o órgão passa por um processo de higienização, para então, receber o trabalho artístico. Com tintas à base de água, a placenta é colorida e depois é carimbada numa folha de papel cartão. Após secar, a obra é entregue à família.

O Projeto tem como o nome Árvore da Vida, por fazer alusão ao formato de um vegetal com ramificações. O caule é alusivo ao cordão umbilical, e os galhos são as extensões dos vasos sanguíneos, seguido pelo tecido placentário, o qual faz referência às folhas.

Emoção - Ao se deparar com o trabalho feito pela equipe de enfermagem do HRAS, a recepcionista, Hiulany da Cunha dos Santos, de 26 anos, ficou emocionada. “Não conhecia o projeto e fiquei surpresa com a sensibilidade do trabalho realizado no Abelardo Santos”, disse a moradora do bairro do Tapanã.  Mãe de primeira viagem, ela faz questão de ter todos os registros do parto e da gestação. “Fico muito feliz em ter, no nascimento do meu primeiro filho, tanta atenção e cuidado. Desde a recepção, os cuidados dos profissionais de saúde, até esse presente que é o formato da minha placenta”, agradeceu a mãe do pequeno Pyetro dos Santos Fonseca.

Após o nascimento, a equipe multiprofissional anexou nas portas das enfermarias os dados do bebê, como forma, inclusive, de segurança e registro do pequeno. O certificado substitui, em tempos de pandemia da Covid-19, os tradicionais enfeites de porta de maternidade, comuns em unidades da rede privada. Na peça, estão o nome, a data, o dia e o peso da criança.

Chegando ao mundo, às 7h58, desta quarta-feira (19), Ryan Furtado Gomes, contagiou sua família de emoção e alegria. “É um dos momentos mais lindos das nossas vidas. É indescritível um parto”, comentou Jessica Luiza Furtado, de 30 anos. O bebê que nasceu com 4.222 kg e 55 centímetros, é o segundo filho da camareira. “Já não sou mãe de primeira viagem, e ainda sim, receber e conhecer mais sobre o elo de mãe e filho, é emocionante. Agradeço ao hospital Abelardo Santos pelos cuidados e atenção. Levarei, muito feliz, as lembranças para casa”, ressaltou.

A placenta - O diretor clínico do Hospital Abelardo Santos, Paulo Henrique Ataíde, explicou que a placenta é um órgão que, de acordo com a necessidade, tem a função de realizar as trocas de nutrientes entre a mãe e o bebê.  “A placenta é ativa. Até o nascimento da criança ela faz parte do seu corpo, assim como faz parte do corpo da mãe. Este é o órgão que entrelaça a dualidade entre eles”, disse. O médico ainda aponta que é através da placenta que o bebê respira, já que ocorre a troca de oxigênio e gás carbônico.Além de tanta importância na gestação, a placenta é, também, um canal de alimentação. 

“Durante a gestação, o bebê recebe diretamente os nutrientes por difusão do sangue materno. A placenta também é um órgão endócrino muito importante durante a gravidez, pois ela está envolvida em diversos hormônios: estrogênio, progesterona, gonadotrofina coriônica (HgC), além do hormônio lactogênio placentário. Como a gente pode perceber, o órgão é o primeiro aconchego do ser humano, assim, nada mais é que o elo biológico mais forte entre mãe e filho”, detalhou.

A maternidade  - O diretor geral do Abelardo Santos, Marcos Silveira, reforça que o acolhimento obstétrico, vem passando por uma reformulação no atendimento, desde que a unidade passou a ser administrada Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia – ISSAA.  “Estamos buscando sempre a melhoria da assistência, tendo em vista, o papel fundamental da humanização desde o atendimento na urgência até a alta dos pacientes.  Desde janeiro deste ano, até maio, já realizamos quase mil partos, entre normais e cesárias. 

O nascimento é um momento de grande intensidade, uma mistura de sentimentos e sensações, uma experiência que marcará para sempre a vida desta mulher, e por isso, nosso objetivo é eternizar, positivamente, esse momento”, frisou o gestor.Além da distribuição do material afetivo, o Abelardo Santos passou a desenvolver um trabalho terapêutico, no momento do parto, com massagens para alívio da dor, exercícios, banho com água morna e musicoterapia, com o objetivo de ter a mulher como protagonista deste momento, sendo sempre respeitada e acolhendo as suas necessidades.

Para o secretário de Saúde do Estado, Rômulo Rodovalho, o HRAS é uma unidade estratégica para o Governo do Estado no atendimento à saúde. “Nesta nova gestão, o Abelardo Santos vem se empenhando em redesenhar seu atendimento. Além de atender a mais de 20 especialidades médicas, a unidade é “porta-aberta” para a obstetrícia e pediatria. Entendendo a necessidade de contribuir com um parto humanizado, atendendo às necessidades da mãe e do bebê, o hospital passa por uma repaginação, onde pequenas ações são responsáveis por eternizar positivamente este momento único que é o parto”, explicou o titular da pasta. Em 2020, o Abelardo realizou 1.572 partos normais e 1.277 cesáreas, resultando em 2.849 procedimentos. No entanto, nos meses de maio, junho e julho, os atendimentos obstétricos ficaram suspensos em virtude da pandemia da Covid-19.

Texto: Roberta Paraense.