Dia Internacional da Biodiversidade conscientiza sobre a preservação ambiental no Pará
Celebrado neste sábado (22), o Dia Internacional da Biodiversidade é uma data importante, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de tratar sobre a conscientização sobre a importância da diversidade biológica e incentivo à proteção da biodiversidade, especialmente na Amazônia. Para garantir a preservação ambiental e das populações que habitam neste meio, são promovidas ações institucionais por meio de políticas públicas voltadas para a criação de áreas protegidas. Neste aspecto, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará - IDEFLOR-Bio possui um papel fundamental para a preservação ambiental no território paraense.
A Região Amazônica possui um dos maiores bancos biogenéticos e uma diversidade de ecossistemas, além de uma grande extensão territorial, sendo um grande desafio para o governo federal e estadual garantir a gestão e conservação das florestas e rios para evitar os danos ambientais causados pela ação predatória do homem, além do incentivo à preservação e pesquisa científica.
Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio, o Estado do Pará abriga o Bioma Amazônico, ocupando uma área de 4.196.943 km2 ou aproximadamente 40% do território brasileiro.
De acordo com o diretor de Gestão da Biodiversidade do IDEFLOR-Bio, Crisomar Lobato, o Bioma Amazônico é composto pelo contexto ecológico urbano e rural, sendo que essas duas áreas se complementam. “Diante deste cenário, temos a responsabilidade de preservar e usar sustentavelmente os recursos naturais em benefício das populações urbanas, além de que nas áreas urbanas, temos que trabalhar com as áreas verdes que são bosques e praças, para que possamos ter qualidade de vida”, destacou.
Crisomar Lobato também explica que além de imensa riqueza natural, o Estado conta com uma diversidade cultural bastante expressiva em função da existência de Povos Indígenas e populações tradicionais, onde estão as comunidades quilombolas, seringueiros, ribeirinhos, castanheiros, e pescadores artesanais. “A diversidade biológica tem importância fundamental na economia nacional, considerando que o crescimento do mercado mundial de produtos biotecnológicos e no setor da agroindústria depende diretamente da biodiversidade existente. Indissociavelmente ligada à rica biodiversidade brasileira está a sociodiversidade, o nosso extenso patrimônio sociocultural”, explicou.
O diretor enfatiza que no Estado do Pará é fundamental a criação de Unidades de Conservação da natureza de proteção integral e de uso sustentável, que surgem a partir de estudos e pesquisas, das espécies da flora e fauna que precisam ser protegidas, principalmente quando se tratam das populações e espécies ameaçadas de extinção. Além do apoio aos trabalhos de sociobiodiversidade em terras indígenas e territórios remanescentes de quilombos. “Mas em comparação a extensão desse patrimônio, não apenas pela diversidade biológica e social, mas pela dimensão territorial, ainda tem muito a ser feito: além de criação de novas unidades conservação, o Estado tem como grande desafio a gestão dessas unidades, assim como a promoção da integração da gestão de áreas protegidas no território paraense, a proteção de seu patrimônio genético, e também preservar as espécies ameaçadas de extinção”, explicou.
O representante do Ideflor-bio também explica que as Unidades de Conservação têm conselhos deliberativos e consultivos e é importante que as populações que moram próximas a esses locais sejam inseridas nesses conselhos, que envolvem as associações, sindicatos, igreja e a população, que debatem sobre os rumos e características das unidades para o benefício e perpetuação das mesmas.
No Pará, aproximadamente 33% do estado conta com Unidades de Conservação da natureza, federais, estaduais, municipais e reservas particulares (RPPN). Além disso, também estão envolvidas as áreas indígenas, terras quilombolas e áreas de forças armadas, que representam aproximadamente 58% do território paraense, tendo mais relevância, as áreas de proteção integral, que são aquelas que garantem realmente a preservação da biodiversidade em seu potencial.
Ao todo, são 26 Unidades de Conservação Estaduais, sendo dez de Proteção Integral, que somam 5.503.727,00 hectares, e dezesseis de uso sustentável, com 15.502.639,00 hectares, alcançando 17% do território do Pará. Já as Unidades de Proteção Integral na Região Metropolitana de Belém, que se destacam, são o Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna e o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia. Na Região da Calha Norte, funciona a Estação Ecológica do Grão-Pará, que possui 4.245.819,11 hectares, e a Reserva Biológica Maicuru, com 1.151.760,95 hectares, que estão entre as maiores Unidades de Proteção Integral do mundo.
No Estado também existem as Unidades de Uso Sustentável, entre os destaques estão a Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó – APA Marajó, com 5.532.517,70 hectares, que contém as Reservas Extrativistas de Soure, Mapuá e Terra Grande Pracuúba, Parque Charapucu e Reserva Ecológica da Mata do Bacurizal, totalizando uma área de 5.914.322,30 hectares, sendo maior que o Estado do Rio de Janeiro.
Atuação
Para garantir a manutenção e preservação da biodiversidade no Pará, o IDEFLOR-Bio desempenha um papel importante no Estado e desenvolve uma série de ações que contribuem para a preservação do Bioma Amazônico.
De acordo com a presidente do Instituto, Karla Bengtson, a entidade atua dentro do Sistema Estadual de Meio Ambiente, sendo responsável por estudar e proteger a biodiversidade do estado do Pará que está inserido no Bioma Amazônico. “Temos que além de preservar as amostras da biodiversidade, isto é, especialmente às espécimes da flora e da fauna ameaçadas de extinção, se tornando um papel único, afinal o IDEFLOR-Bio é um órgão específico e voltado para isso, assim como de desenvolver as comunidades e o uso sustentável dos recursos naturais. Temos também um trabalho relevante referente ao trabalho de desenvolvimento sustentável dos recursos naturais, tanto para populações tradicionais, como para o setor industrial, sendo responsável por fazer manejo florestal e recuperação de áreas alteradas”, explicou.