Batalhão de Choque recebe a visita de crianças com deficiência
O Batalhão de Choque da Polícia Militar do Pará recebeu na manhã desta sexta-feira, 17, um grupo de 12 pacientes, entre crianças e adolescentes, atendidos pelo Instituto de Organização Neurológica do Pará. Com problemas que vão da hiperatividade à deficiência mental, as crianças tiveram uma manhã diferente, na qual puderam conhecer a rotina da corporação militar e ver de perto as armas, equipamentos e veículos utilizados na rotina de atuação. “Nunca pensei que eu fosse andar em um ônibus tão importante”, disse, empolgado, o adolescente Luis Fernando Santos, 19 anos, no veículo especial que é utilizado pelo Batalhão de Choque, a caminho das operações
A deia da visita foi da terapeuta ocupacional Kelenne Miranda, profissional do Instituto de Organização Neurológica do Pará. Todas as sextas-feiras, ela leva seus 52 pacientes para interagir com a sociedade através de passeios em praças e pontos turísticos da cidade. Depois de uma visita ao Batalhão Ambiental do Utinga, a terapeuta resolveu solicitar ao Batalhão de Choque a experiência da interação com a companhia para reforçar os trabalhos diários no desenvolvimento de várias funções neurológicas. “Aqui eles estão sendo estimulados a conviver em sociedade, a estar mais participantes na comunidade, a ter essa sensação de que eles também são cidadãos, que têm direitos e deveres e, assim, precisam conhecer como se dá a organização dessa instituição militar dentro da sociedade”, destacou a terapeuta.
O Batalhão de Choque da Polícia Militar, unidade que integra o Comando de Missões Especiais, está completando 25 anos em 2017. Possui um efetivo de 229 homens que atua predominantemente no controle dos distúrbios civis e no apoio ao patrulhamento de algumas áreas da cidade. A unidade costuma visitar hospitais e receber alunos de escolas estaduais para estimular a aproximação com a sociedade.
“O que mais atrai as crianças nesse tipo de demonstração não são as armas e o poder de força atribuído a elas e sim, o carisma despertado pela figura do policial militar. Todas as crianças fazem questão de tirar fotos com eles. É muito importante esse tipo de ação para humanizar a nossa corporação. O policial é acima de tudo um amigo do cidadão”, disse o major Mauro Prata, comandante do Batalhão de Choque.
Durante a visita, os policiais exibiram vídeos institucionais sobre a rotina do batalhão e ensinaram didaticamente aos visitantes sobre o uso das armas com segurança e responsabilidade. “Essa aproximação é importante para desmistificar muita coisa que se cria em relação ao nosso trabalho. Apesar do nome 'Tropa de Choque', a nossa atuação é humanizada. Procuramos priorizar a preservação da ordem pública e evitar a letalidade. Buscamos estabelecer a ordem com o mínimo de força necessária”, disse o capitão João Júnior, um dos comandantes do batalhão que esteve à frente das demonstrações .
Além do estímulo ao desenvolvimento neurológico dos pacientes, a visita foi decisiva para mudar os planos de uma das crianças. “Estou aprendendo aqui sobre um montão de coisas. Quando eu crescer, eu quero ajudar as pessoas. Eu ainda estou pensando no que vou ser. Poderei ser um médico, dentista ou quem sabe um policial agora. Me deu vontade grande de me tornar um depois de hoje”, revelou Breno Ribeiro, 11 anos.
A experiência do garoto foi acompanhada de perto pelo pai, que também se surpreendeu com o que passou a conhecer sobre a rotina da corporação. “O que a gente ouve falar da polícia de choque é bem diferente do que pude ver aqui hoje. Realmente eu percebi que eles atuam para ajudar a sociedade e pude mostrar isso na prática para o meu filho”, disse o auxiliar administrativo Haroldo Ribeiro.