Custodiados da Seap têm seus produtos comercializados na Feira das Mães

Internos produziram itens variadosO Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), realizou na manhã desta sexta feira (7) a Feira das Mães. No evento, os produtos em exposição e comercialização foram fabricados por custodiados do Estado. A feira ocorreu na Praça Batista Campos, em Belém.

Com a temática voltada para o Dia das Mães, que será no próximo domingo (9), foram reunidos os produtos de confecções voltados para a linha “A cara da mamãe”, produzida pela Cooperativa Social de Trabalho e Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), formada por mulheres privadas de liberdade do Centro de Reeducação Feminino, em Ananindeua. Além disso, itens de serralheria e marcenaria feitos por internos do Presídio Estadual Metropolitano 3 (PEM 3) e Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC), respectivamente, também estiveram em exposição na praça. 

A feira contou com a presença de servidores da Seap e internos. Por ser um local com muita movimentação de pessoas e famílias, e também mães, que eram o público-alvo, teve um grande fluxo de visitantes. A cabelereira Cidália Brito passou no local e visitou a exposição. “Eu estou achando muito interessante, é algo muito criativo e incentivador para as pessoas que confeccionam. Eles fazem um excelente trabalho”, afirmou.

A ex-governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, cliente fiel das feiras da Seap, relatou que quando soube do projeto fez questão de visitar. “Fiz questão de vir aqui fortalecer esse trabalho, para dar o meu apoio, e estou super feliz. Os produtos são lindos e eu comprei alguns”. A ex-governadora comentou a importância que a feira tem para a reinserção dos custodiados na sociedade.

“Eu achei um projeto belíssimo e muito importante, é assim que se faz reinserção. Os internos estão aqui porque em algum momento da vida cometeram erros e estão pagando por eles, mas também estão mostrando que estão dispostas a trabalhar e beneficiar a sociedade. Isso aqui mostra que a gestão do Estado e a gestão de Seap estão no caminho certo”, avaliou.

Em continuidade, Ana Júlia falou sobre a oportunidade que a feira disponibiliza para os internos. “É assim que construímos uma sociedade melhor, mais justa, com solidariedade e fraternidade. As pessoas precisam ter oportunidade, elas têm direito a essa oportunidade na vida”, destacou.

Gleiciane da Silva é custodiada e estava na feira comercializando produtos confeccionados por ela. “Eu estou me sentindo grata por ter essa oportunidade, de mostrar nossos produtos e nosso trabalho. Me sinto muito privilegiada”. Max Oliveira, interno há quase 10 anos, descreveu a emoção em ver seu trabalho de serralheria em exposição. “Para mim, é importante estar participando com meus produtos sendo expostos. Eu sendo interno me sinto privilegiado tendo essa oportunidade. É algo muito bonito, ver nossas artes aqui na praça, que nós mesmos fizemos. Para mim, é gratificante.”

O coordenador da Diretoria de Reinserção Social, Paulo Cunha, contou que ideia da Feira das Mães surgiu da necessidade de expor e comercializar os produtos feitos pelo internos. “Está sendo muito bem recebida. Os visitantes estão gostando e comprando os produtos”, disse. Segundo ele, os recursos arrecadados com os artigos vendidos serão destinados ao fundo penitenciário e para a cooperativa. Acerca do projeto “A cara da mamãe”, o coordenador explicou que a coleção foi o carro-chefe da feira, afinal é alusiva ao Dia das mães. "A ideia foi trazer para a praça para ser vendido como presente para as mães e ser realmente a cara da mamãe”, finalizou. 

A feira com produtos confeccionado por custodiados foi um grande sucesso. E a Diretoria de Reinserção Social vai discutir a possiblidade de ser algo não só para essa data, mas também para outras ocasiões, comercializando os produtos em praças públicas e expondo para a sociedade as artes que estão sendo produzidas dentro do sistema.