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EDUCAÇÃO ESPECIAL

Seminário debate atendimento à surdocegueira e deficiência múltipla

Por Redação - Agência PA (SECOM)
29/11/2017 00h00

A complexa realidade de estudantes que apresentam mais de uma deficiência é o tema central das explanações e debates que integram a programação do I Seminário Amazônico de Surdocegueira e Deficiência Múltipla Sensorial, aberto nesta quarta-feira (29), no Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC), em Belém. O evento é uma iniciativa da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio da Coordenadoria de Educação Especializada (COEES) e do Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica (Cefor), como parte do Pacto pela Educação do Pará.

A COEES atende 8.200 estudantes com deficiência e altas habilidades em oito unidades de ensino especializado e ainda em instituições conveniadas. As unidades Álvares Azevedo e Astério de Campos são referências no atendimento de cidadãos com surdocegueira.

“Queremos, com esse evento, possibilitar a formação de professores e levar informações aos pais e interessados em geral para que possamos fazer um trabalho integrado e com maior abrangência”, destacou a professora Kamila Vallinoto, coordenadora da COEES.

A secretária de Estado de Educação, Ana Claudia Hage, fez questão de participar da abertura do seminário, que prossegue na quinta-feira (30). Ela assistiu a uma apresentação de dança feita por dois alunos da UEES Astério de Campos, os irmãos Mauro Antônio Araújo, 48 anos, e Ivana Cláudia Araújo, 50, ambos com surdocegueira. Eles foram assessorados pelos professores Neuzilene Mesquita, Rafael Martins e Jane Cruz, além do diretor da unidade, Arlindo Gomes.

“A realização do seminário é uma conquista dos profissionais que atuam diariamente na inclusão social de pessoas com deficiência”, destacou a titular da Seduc. “A rede estadual de ensino é enorme, são mil escolas onde são atendidos 600 mil estudantes que enfrentam inúmeras dificuldades de deslocamento. Por isso, o trabalho integrado dos profissionais da COEES e de outras instituições parceiras é muito importante”, enfatizou a titular da Seduc.

Essa parceria entre a rede estadual de ensino e as famílias foi ratificada nos pronunciamentos dos dirigentes de instituições convidados a participar do seminário. A diretora geral do Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC) do Governo do Estado, Daniele Khayat, destacou que 18 órgãos atuam de forma conjunta pela garantia da cidadania de pessoas com deficiência. 

O professor Carlos Miranda, coordenador do Cefor, enfatizou o apoio da Secretaria Adjunta de Ensino da Seduc para expansão das ações de educação especial e adiantou que, em breve, uma nova parceria vai trazer reforço para essas ações: a da Universidade do Estado do Pará (Uepa).

Desafios

A professora doutora Maria da Piedade Resende da Costa, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), fez a palestra de abertura do evento. “Nesse trabalho voltado para pessoas com surdocegueira e com deficiência múltipla sensorial, é importante a participação dos pais para a definição de políticas públicas”, afirmou. Já sobre o papel da escola no processo, afirmou: “Sem o professor, não vamos para canto nenhum”.

No caso da surdocegueira, o atendimento une procedimentos para pessoas com deficiência auditiva e com deficiência visual para se chegar a um processo específico. “Nós investimos no aspecto tátil (uso do tato) como uma porta de entrada, de interação” explicou a professora Piedade. A deficiência múltipla sensorial é identificada na pessoa que, além da deficiência motora, tem uma deficiência visual ou auditiva, ou ainda uma surdocegueira.”

“Precisamos investir tanto na pesquisa como no ensino, na formação de professores, na orientação aos pais”, provocou a professora Piedade. “É muito difícil, porque nos casos de deficiência sensorial e motora o problema é visível. Rapidamente a gente percebe. Mas, a cognição tanto para mais como para menos é invisível aos olhos do educador, dos pais, de todas as pessoas”, acrescentou, lembrando os casos de infecção pelo vírus zika, que é uma das causas da deficiência múltipla sensorial em crianças.