Belém deixa ranking de cidades mais violentas do mundo, aponta estudo internacional
Dados são da instituição “Segurança, Justiça e Paz”, entidade mexicana que produz o levantamento todos os anos
A capital paraense, Belém, deixou o ranking das cidades mais violentas do mundo. A informação é da instituição internacional “Segurança, Justiça e Paz” (Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal), entidade mexicana que produz o levantamento todos os anos, com base na taxa de homicídios das cidades com mais de 300 mil habitantes. Os dados foram divulgados, na última terça-feira, 20, e correspondem ao ano de 2020.
Desde que começou a ser realizado o levantamento, em 2007, Belém esteve por duas vezes entre as 50 cidades com maior índice de criminalidade do mundo - reflexo do descaso com a segurança pública e a impunidade aos criminosos. No ano de 2017, a capital paraense esteve na 10ª posição, e na 12ª, em 2018. Agora, não aparece mais na lista.
A realidade de quem vive no Pará começou a mudar, nos últimos dois anos. Sinônimo dos investimentos realizados e da integração entre as forças de segurança pública, de acordo com o secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Ualame Machado.
“É com grande satisfação que a gente constata que nenhuma cidade do estado do Pará consta nessa lista, uma lista em que a capital do Estado, por exemplo, compunha por muito tempo. Isso é resultado do trabalho integrado, o empenho realmente muito grande dos órgãos de segurança, em especial da RMB, que têm conseguido grandes êxitos, inclusive retirar Belém dessa triste lista. O trabalho também é resultado de uma polícia mais presente, com investigações precisas da Polícia Civil, um controle penitenciário, uma perícia técnica de qualidade, tudo isso resultando realmente em um maior enfrentamento aos crimes violentos e os resultados que se têm sido obtidos”, assegurou o gestor.
Sobre o levantamento Segurança, Justiça e Paz
Os números que basearam o ranking divulgado pela instituição internacional correspondem a dados estatísticos gerais de violência, como por exemplo, Crimes Violentos Letais Intencionais (homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte). Os números foram obtidos por meio de estatísticas oficiais, a exemplo dos informados pelas pastas de segurança pública ao Ministério da Justiça; além de demais estudos, como o Monitor da Violência e Anuário da Segurança Pública. Para identificar as cidades que irão compor o ranking, leva-se em consideração o cálculo da taxa de mortalidade (números de mortes por 100 mil habitantes), em cidades de todo o mundo, com população acima de 300 mil pessoas.
Tendência de redução – O monitoramento dos índices de criminalidade é realizado de forma constante pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social. Dados da Secretaria Adjunta de Inteligência e Analise Criminal (Siac), vinculada à Segup, corroboram a perspectiva de queda no número de homicídios, em Belém, numa análise comparativa do período de 1º de janeiro a 19 de abril dos anos de 2021 e 2018. A redução é de 68%.
Redução em outras cidades – Outro estudo, desta vez nacional, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra um cenário positivo em relação à segurança pública, baseado no Atlas da Violência. As cidades de Ananindeua, Altamira e Marituba costumavam estar entre os municípios, com mais de 100 mil habitantes, mais violentos do Brasil, no ano de 2017. Atualmente, demostram um menor número de ocorrências de criminalidade. Os números foram divulgados em 2019.
Dados atuais da Segup, mostram que Ananindeua, no período de 1º de janeiro a 19 de abril, ao comparar os anos de 2021 e 2018, registrou queda de 74% no número de homicídios. Em Marituba, no mesmo recorte, a diminuição do crime de homicídio foi de 86%.
Altamira está há mais de dois meses sem registrar nenhum Crime Violento Letal Intencional (CVLI), que reúne os casos de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Os dados foram consolidados no dia 18 de abril pela Siac.
Entre as ações desenvolvidas, que contribuíram para esse resultado positivo na segurança pública do Pará, está o programa de Territórios pela Paz. O Terpaz que identificou e atuou em momentos distintos, com a potencialização das ações de segurança e de serviços sociais, em sete bairros da Região Metropolitana com altos índices de criminalidade. Hoje, a realidade nesses locais é outra.
Houve ainda, a maior presença dos policiais militares nas ruas, com a iniciativa ‘Polícia Mais Forte’ e a melhoria das investigações criminais que chegaram com mais eficiência e celeridade nos criminosos, culminando em prisões e, com menos crimes acontecendo, a Perícia Criminal conseguiu agir com mais eficácia. Do lado de dentro do presídio, a intervenção penitenciária controlou o cárcere impedindo que crimes cometidos extramuros fossem articulados de dentro do presídio.
Novos investimentos devem ser feitos em breve na área, entre eles, a implantação nas principais cidades do Pará de câmeras de videomonitoramento com módulos de reconhecimento facial e de leitura de placas. Está em construção também o Centro Integrado de Comando e Controle estadual que reunirá toda as forças de segurança presentes na Região Metropolitana de Belém, tanto do Estado, Município e Federal, a exemplo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Polícia Rodoviária Federal.
Nos rios, a primeira base integrada flutuante da segurança pública está em processo de construção. A base ‘Antônio Lemos’ ficará localizada na margem direita do rio Tajapuru, no distrito de Antônio Lemos, município de Breves, controlando grande parte do fluxo oriundo dos estados do Pará, Amapá e Amazonas.
“A obra ampliará a fiscalização dos órgãos públicos na malha fluvial do Pará, especialmente em uma área considerada estratégica para a segurança pública, por estar localizada em um corredor histórico de transporte de drogas, contrabando, pirataria e crimes ambientais”, ressaltou o secretário.
(Texto: Aline Saavedra - Ascom/Segup)