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Doação de medula óssea: um gesto de amor que salva vidas

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/02/2017 00h00

A medula óssea é um líquido presente no osso da bacia. A informação, apesar de simples, ainda carece de entendimento por boa parte da população. Daí porque muita gente reforça uma crença equivocada de que a medula está localizada no pescoço ou na coluna vertebral. Este líquido, que se regenera naturalmente, pode salvar vidas que dependem unicamente de um transplante.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, a fila de espera em todo o país é longa. Em 2016, ela já superava a marca de 1.500 pessoas. O aumento da demanda deve-se a um fator em particular: a compatibilidade. No caso desse tipo de transplante, as chances de se encontrar um doador compatível são de uma em 100 mil. No Pará, a missão de captar doadores e reforçar a importância do cadastro de medula óssea é da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa).

A espera por um doador geneticamente compatível é o que determina o tempo que esse indivíduo permanecerá no aguardo pela intervenção cirúrgica. Parentes diretos, como pai, mãe e irmãos têm maior probabilidade de serem compatíveis. E quando isso não ocorre, os pacientes passam a depender do banco de dados de doadores, que inicia então a busca por um possível candidato.

É no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), criado em 1993, em São Paulo, que estão concentradas as informações de pessoas dispostas a doar medula óssea. Atualmente, o banco conta com quatro milhões de doadores cadastrados. No Pará, de acordo com o Hemopa, eles são 110 mil. No entanto, é necessário aumentar o número de cadastros para ampliar as chances de quem aguarda por uma medula compatível.

Para se cadastrar basta se dirigir à unidade mais próxima do hemocentro estadual e fornecer os seus dados. O candidato precisa atender a alguns requisitos básicos, como ser maior de 18 anos, não ter histórico de HIV ou câncer e preencher um formulário. Na ocasião, a equipe especializada fará uma entrevista e retirará 5 ml de sangue para fazer os testes necessários e cadastrá-lo no Redome.

“Nós temos uma equipe capacitada para atender todos que chegam ao Hemopa e já aproveitamos para reforçar a necessidade deste cadastro também para quem vem doar sangue”, explica Juciara Farias, gerente de captação de doadores do Hemopa.

Se o banco de dados indicar a existência de compatibilidade, o doador será convocado para fazer novos testes, mais detalhados. Se o resultado for positivo, ele será encaminhado para o transplante, que é considerado um processo rápido. A medula é extraída do osso da bacia do doador e depois injetada no paciente, como um soro na veia. Todos os custos de deslocamento, hospedagem, internação e demais procedimentos são bancados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Contudo, a espera ainda é um processo penoso para quem precisa resistir a um tratamento longo, como é caso dos pacientes vítimas de anemias graves, câncer e outras doenças. O advogado paraense Leandro Guedes, 28, conhece bem essa situação e comemora uma vida nova graças a um transplante.

Aos 18 anos ele foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer no sistema linfático, presente no seu histórico familiar. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença deve atingir 1.460 pessoas no Brasil nos próximos dois anos. Na região Norte estão previstos 180 casos nesse período, e na capital paraense, 60.

“Ter câncer é como entrar em uma disputa desleal, numa verdadeira corrida contra o tempo, onde cada minuto é precioso. O transplante exige um tempo certo para ser feito e toda essa demora em iniciar o tratamento e encontrar um doador compatível é extremamente prejudicial para o paciente”, relata o advogado.

E foi devido a uma longa espera que o seu primeiro transplante de medula não funcionou. Depois dessa tentativa a família de Leandro iniciou uma grande campanha para conseguir outro doador compatível. Ele lembra das dificuldades que passou até ser submetido ao segundo transplante, que desta vez utilizou um cordão umbilical.

“Depois da primeira tentativa nós passamos por uma parte muito difícil, custosa e complicada do tratamento. Justamente por não ter conseguido encontrar nenhum doador compatível precisei fazer um transplante de cordão umbilical. Tudo teria sido mais simples se eu tivesse achado um doador compatível desde o início, certamente não teria passado por tanto sofrimento”, detalha.

Mesmo com quatro milhões de doadores registrados no banco do Redome, a margem de compatibilidades ainda é um obstáculo. Nem todos os casos encontram solução, como o de Leandro. Felizmente hoje, ele pode comemorar a sua cura. Ele é um dos militantes da causa da doação e sempre que pode busca conscientizar as pessoas sobre o tema.

“Acredito que quanto mais falarmos sobre o assunto, mais esclarecimentos dermos à sociedade, maior será o número de pessoas dispostas a doar, o que facilita a busca por um doador compatível. Muitas pessoas não resistem ao tratamento por não conseguirem encontrar alguém com as características necessárias para a cessão da medula, e muitas vezes, quando ela aparece, pode ser tarde demais”, alerta o advogado.

Onde fazer o cadastro? - Basta ir a qualquer unidade do Hemopa de sua cidade e declarar que deseja fazer o cadastro para o transplante de medula óssea. O Hemopa está presente em Belém, Castanhal, Marabá, Santarém, Abaetetuba, Altamira, Tucuruí, Capanema e Redenção. As coletas são feitas de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h, e aos sábados, das 7h30 às 17h.

Em Belém está localizada na sede da Fundação Hemopa, na travessa Padre Eutíquio, nº 2.109, bairro de Batista Campos, e também na Estação de Coleta Hemopa-Castanheira, que funciona no térreo do Pórtico Metrópole (Rodovia BR-316, KM-01). No interior, estão distribuídos os hemocentros regionais e hemonúcleos da rede estadual. São eles:

Hemocentros Regionais

Castanhal
Travessa Floriano Peixoto, Alameda Rita de Cássia, Conjunto Maria Alice, casa B-2 e B-3.
Fone: (91) 3412-4400
Funcionamento para coleta de sangue: 7h às 13h, de segunda a sexta-feira.
Atendimento Transfusional 24h

Santarém
Avenida Frei Vicente, s/n, Alameda 30 e 31. Bairro Aeroporto Velho
Fone: (93) 3524-7550 / 3524-7558
Funcionamento para coleta de sangue: de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h.
Atendimento Transfusional 24h

Marabá
Rodovia Transamazônica, Quadra 12, s/n - Bairro Amapá
Fone: (94) 3312-9150 / 3312-9156
Funcionamento para coleta de sangue: de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h
Atendimento Transfusional 24h

Núcleos de Hemoterapia 

Altamira
Avenida Brigadeiro Eduardo Gomes, s/n (entre travessa Batalho e avenida João Rodrigues) - Bairro Recreio.
Fone: (93) 3515-8150
Funcionamento para coleta de sangue: de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 13h
Atendimento Transfusional 24h

Tucuruí
Avenida Raimundo Veridiano Cardoso - s/n (BR 422) - Bairro Santa Mônica
Fone: (94) 3787-8601
Funcionamento para coleta de sangue: de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h
Atendimento Transfusional 24h

Redenção
Avenida Santa Tereza, s/n. Bairro Centro.
Fone: (94) 3424-4099
Funcionamento para coleta de sangue: de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h
Atendimento Transfusional 24h

Capanema
Rodovia BR-308, km zero, s/n, bairro São Cristóvão
Fone: (91) 3411-1450
Funcionamento para coleta de sangue: de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h
Atendimento Transfusional 24h

Abaetetuba
Travessa Santos Dumont, s/n - Bairro São Lourenço
Fone: (91) 3751-3041
Funcionamento para coleta de sangue: de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 12h
Atendimento Transfusional 24h