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Ação integrada alerta sobre a importância da prevenção

Por Redação - Agência PA (SECOM)
28/02/2017 00h00

Com o slogan é “Neste carnaval, vamos acabar com a folia do mosquito”, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) vem apoiando diversas programações carnavalescas organizadas pelas gestões municipais no sentido de reforçar a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como hepatites virais e HIV/Aids, e também as quatro provocadas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A ação se estenderá até o dia 1º de março, por meio da Diretoria de Vigilância à Saúde. Um dos municípios que recebeu atenção especial da equipe de prevenção foi Vigia, um dos que recebem maior número de foliões nesta época.

De acordo com Andrea Miranda, assistente social que trabalha na coordenação de Infecções Sexualmente Transmissíveis da Sespa, a campanha preventiva deste ano já realizou 22 mil testes rápidos para as DST’s em todas as regionais de proteção social, distribuiu dois milhões de camisinhas, mais de 23 mil preservativos femininos e 37 mil sachês de gel lubrificante. As ações também envolvem distribuição de fôlderes e orientações para prática sexual segura. Cartazes e banners, alertando para o tema foram distribuídos entre as equipes de instituições parceiras, blocos carnavalescos e agremiações, e ainda expostos em locais de grande fluxo popular.

“O objetivo da ação é conscientizar principalmente os jovens, considerados uma população prioritária, devido o aumento do índice de Aids na faixa etária entre 15 e 19 anos. Somente no município de Vigia, onde encontra-se uma parte da equipe de prevenção, foram distribuídos cerca de 50 mil preservativos, e desenvolvidas ações preventivas na feiras e bairros, antes da saída dos blocos carnavalescos”, explica Andrea Miranda. 

"Esta ação é muito importante porque ela esclarece as pessoas e ajuda a prevenir problemas como uma gravidez indesejada e também as doenças sexualmente transmissíveis", concordou a estudante universitária, Ariana Costa. 

Com o apoio dos técnicos da Coordenação Estadual de Hepatites Virais, da Coordenação Estadual de DST/Aids, dos Centros Regionais de Saúde, das Secretarias Municipais de Saúde e também da própria da sociedade, as ações acontecem durante os eventos de carnaval promovidos em Mosqueiro, Marituba, Ananindeua, Benevides, Santa Bárbara, Barcarena, Abaetetuba, Moju, Baião, Soure, Salvaterra, Bragança, Cametá, Curuçá, Peixe-Boi, Salinópolis, Vigia, Marudá, Marapanim, Santarém e Conceição do Araguaia.

“É fundamental a integração das atividades em favor da prevenção, sobretudo em datas e eventos de grande concentração popular, em que a empolgação e o descompromisso podem contribuir para que a população reduza a vigilância e a crítica relacionadas a atitudes que podem prejudicar a saúde, como a não utilização de preservativos, expondo-se às doenças sexualmente transmissíveis, como Aids e as hepatites virais”, reforçou Rosicleia Ferreira, assessora da coordenação de DST-Aids da Sespa. Os Centros Regionais de Saúde (CRS) da Sespa representam o Estado em cada município de sua abrangência.

A força-tarefa para combate ao mosquito Aedes aegypti realizada pelo segundo ano consecutivo pela Sespa, visa lembrar os foliões sobre hábitos de higiene doméstica que são essenciais para evitar a proliferação do inseto. As ações de carnaval intensificam o trabalho da Secretaria, que ao longo do ano trabalha em conjunto com as 144 prefeituras para conter a proliferação do inseto.

Até o dia 15 de fevereiro deste ano 384 casos de dengue foram confirmados no Pará, o que configura uma redução de quase 72% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 1.365 casos. No mesmo período, em todo o Estado, foram confirmados 152 casos de febre chikungunya, outros 22 de zika e nenhum de febre amarela em humanos.

Casos de Aids e hepatites

A Sespa foca a campanha carnavalesca nos jovens, pois em todo o Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, o índice de Aids entre pessoas de 15 a 19 anos aumentou 30% de 2010 a 2014. No Pará, somente em 2015, foram diagnosticados 25 jovens que desenvolveram Aids e outros 61 portadores de HIV. No ano seguinte, 20 novos casos de Aids e 56 de HIV foram confirmados no estado. No mesmo ano, 506 pessoas desenvolveram a doença e outras 718 descobriram ser portadoras do vírus HIV, somando todas as idades.

No entanto, a faixa etária que predominantemente convive com o vírus HIV no Pará está entre 20 e 34 anos, totalizando 1.343 casos somados de 2012 a 2016. Na sequência, figuram as faixas de 35 a 49 anos; 50 a 64 anos; 65 a 79 anos e acima de 80 anos. No Estado, o número total de casos vem oscilando em função das campanhas em favor do diagnóstico precoce, o que favorece a qualidade de vida de quem recebe o diagnóstico precoce de HIV, quando a doença ainda apresenta percentuais baixos de carga viral. Para apreciação pública sobre casos de HIV e Aids, a Sespa mantém uma página com dados epidemiológicos sobre o assunto, incluindo municípios com mais registros confirmados e demais classificações.

Em função do estímulo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm diminuído no Pará. Em 2015, foram 1.102 casos da doença, dos quais 476 do tipo A, 386 do tipo B, 239 do tipo C e um caso somando os tipos B e D. No ano seguinte, os casos somaram 748, divididos entre os tipos A (129), B (342), C (276) e um caso somando os tipos B e D. Este ano, até o momento, já são 17 casos confirmados de hepatites no Pará, dos quais 13 positivos para B, três para C e um para o tipo A.

“Da infecção até a fase da cirrose hepática, pode levar de 20 a 30 anos, em média, sem nenhum sintoma. Campanhas como essa são feitas na tentativa de mudar este panorama”, explica Cisalpina Cantão, coordenadora estadual de Hepatites Virais. Este ano, dois técnicos do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde estão participando e conhecendo as ações desenvolvidas no período carnavalesco. A estratégia faz parte das ações de enfrentamento das hepatites na Região Norte.