Ação Cidadania integra campanha do Estado pelos direitos da mulher
Lançada no último dia 7 de março, véspera do Dia da Mulher, a campanha “Respeito às Mulheres em suas Diversidades” é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio das secretarias de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) e de Comunicação (Secom), além da Fundação Pro Paz. A campanha, que ocorre durante todo o mês de março, induz à reflexão e ação no combate à violência contra a mulher.
Como parte da campanha, na manhã deste sábado (11), na Praça dos Estivadores, no centro de Belém, ocorreu uma ação de Cidadania, envolvendo diversos órgãos do governo, direcionados ao atendimento à mulher. A população recebeu serviços de emissão de carteira de identidade e certidão de nascimento e orientação jurídica, com o apoio da Defensoria Pública e do Ministério Público, no compromisso de informar a sociedade feminina sobre os seus direitos.
“Essa ação cidadania faz parte das ações preventivas e educativas que faremos no mês de março com o objetivo de intensificar o enfrentamento à violência praticada contra as mulheres no Estado. Queremos envolver a sociedade na reflexão sobre esse problema, e essa ação aqui proporciona essa aproximação”, disse a coordenadora de Integração de Políticas para as Mulheres da Sejudh, Maria Tavares da Trindade.
A dona de casa Francisca Geniere, 34 anos, aproveitou para tirar a carteira de identidade e conhecer o trabalho oferecido por diversos órgãos do governo no atendimento às mulheres vítimas de violência. “Nunca passei pelo problema, mas conheço várias mulheres que já passaram por isso, e é sempre bom a gente se informar para saber como ajudar”, disse.
Psicólogas e assistentes sociais do Pro Paz Mulher fizeram atendimento e prestaram orientações sobre os diversos tipos de violência praticados contra a mulher. Como a inibição às vezes impede algumas mulheres de procurar auxílio, agentes do Pro Paz estiveram nos sinais e ruas próximas à praça para fazer a abordagem direta com possíveis denunciantes de violência.
Estímulo – “Muita gente desconhece os nossos serviços, e infelizmente a gente sempre encontra mulheres vítimas de violência. Não podemos deixar de ir ao encontro dessas pessoas para incentivá-las a fazer a denúncia, porque muita gente ainda se sente acanhada para fazer isso, e assim, com essa aproximação, ajudamos a quebrar essa barreira e não só esperar que elas venham até a gente”, disse a coordenadora do Pro Paz integrado, Naiana Santos.
O evento também contou com profissionais da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), que fizeram testes rápidos de HIV e hepatites virais. Acadêmicos do curso de nutrição da Escola Superior da Amazônia (Esamaz) deram orientações nutricionais ao público. Para os cuidados com o corpo, a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Seel) destinou professores para ministrar aulas de alongamento e dança.
Com o objetivo de capacitar as mulheres profissionalmente, os serviços nacionais de Aprendizagem Comercial (Senac) e de Aprendizagem Industrial (Senai) e o grupo Embeleze ofereceram cortesias de cursos para mulheres que participarem da Ação Cidadania, preferencialmente àquelas que estejam em atendimento nos serviços voltados à situação de violência doméstica ou familiar.
O grupo de percussão dos alunos do Pro Paz nos Bairros e a Companhia de Dança Caminhos foram as atrações culturais do evento, que atraiu inclusive homens envolvidos na causa de combate à violência contra a mulher. O mototaxista Marcelo Correa, 40 anos, é casado há 20 anos e admite que já cometeu abusos contra a esposa. Hoje, ele se diz um vigilante atento e ativo da causa.
“Quando ouvi um choro dela, atinei para o problema e resolvi mudar e enxergar a minha companheira como minha esposa de verdade. Vim pegar orientações hoje de como proceder melhor nessas denúncias. Já denunciei duas vezes violências contra vizinhas minhas e hoje esses dois casais fazem parte do nosso grupo religioso, no bairro do Guamá”, contou.
Auxílio – O depoimento do mototaxista foi visto como um reflexo positivo pela desembargadora Diracy Alves, coordenadora do Núcleo de Violência Contra a Mulher do Tribunal e Justiça do Estado (TJE). “Esse depoimento é muito importante porque assim a gente sente que o nosso trabalho já está repercutindo em meio à sociedade. Já avançamos, conquistando esses parceiros para a conscientização sobre a igualdade de gêneros”, frisou.
A defensora pública e coordenadora do Núcleo de Atendimento Especializado à Mulher da Defensoria, Clívia Croelhas, coordenou a equipe de orientação jurídica, com o fornecimento de senhas para o atendimento de pessoas durante a semana. “Fornecemos 15 senhas em apenas uma hora de serviços. É muito importante esse tipo de aproximação, porque a razão de a Defensoria Pública existir é a sociedade”, asseverou.
A Polícia Civil também esteve presente, na prestação de um serviço fundamental de auxílio às mulheres. “Estamos aqui com a unidade móvel, que fornece todas as etapas do boletim de ocorrência, assim como as medidas protetivas, previstas na Lei Maria da Penha, a toda mulher que prestar queixa de qualquer tipo de violência sofrida”, informou a delegada Aline Boaventura, diretora de Atendimento a Grupos Vulneráveis, vinculado ao grupo de atendimento à mulher.
“A importância desse dia é a possibilidade de todos os órgãos do governo estarem vindo para a rua, expor como essa rede de atendimento à mulher funciona. Queremos trazer para a sociedade todos os nossos parceiros, para esclarecer, em campanhas educativas e preventivas, e cada vez mais levantar esse assunto para que a sociedade possa estar discutindo junto com a gente as melhores formas de combate à violência contra a mulher”, destacou o secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, Michell Durans.