Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
CIÊNCIA E CIDADANIA

'Mapas Digitais' chega ao Icuí para levantamento compartilhado do bairro, em Ananindeua

Projeto desenvolvido pela Sectet envolve universitários dos respectivos territórios, na identificação da cartografia dos seus locais de moradia

Por Carol Menezes (SECOM)
19/04/2021 16h57

Até quarta-feira (21), deve ser concluída a ação de levantamento dos logradouros no bairro do Icuí, em Ananindeua, pela equipe à frente do projeto Mapas Digitais, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet). Nesta etapa, são mapeados comércios, escolas, igrejas, praças, vendas populares, hospitais, postos de saúde, dentre outros, para a elaboração de 10 mapas digitais do bairro. O resultado final será disponibilizado aos moradores por meio de aplicativo também desenvolvido pelo projeto.

De acordo com Edilza Fontes, secretária interina da Sectet, as informações levantadas, além de indicar a moradores e visitantes onde encontrar produtos e serviços, ajudam o planejamento do governo estadual na identificação de problemas mais urgentes para que as políticas públicas sejam criadas e implementadas nos bairros.

"Os moradores participam nos orientando sobre como percorrer o bairro e eles mesmos também passam a conhecer ainda mais sobre o local ondem vivem. Assim, são protagonistas desse processo”, explica.

Metodologia - Desenvolvido em parceria com a Faculdade de Tecnologia em Geoprocessamento da Universidade Federal do Pará (UFPA), o projeto dos Mapas Digitais atinge os bairros que fazem parte do programa Territórios pela Paz (TerPaz), criado pelo Governo do Estado.

A equipe percorre as ruas do Icuí em dupla, cumprindo todas as recomendações sanitárias exigidas durante este período de pandemia como a utilização de máscaras, uso do álcool em gel e o distanciamento social.

O bairro é subdividido em quadras. Previamente, por análise de imagens de satélite, foram identificados os pontos de interesse para mapeamento. O trabalho dos alunos consiste em percorrer cada quadra e conferir se a informação virtual confere in loco, senão ele atualiza a informação. Os estudantes carregam uma tabela com os pontos a serem identificados.

Francilene Pompeu, 55, é bolsista do projeto desde dezembro de 2020. Ela mora na Cabanagem, e entende que o trabalho é essencial para que a comunidade se sinta vista pelo poder público. "E também para dar uma noção real do que é o bairro. Às vezes, o Google Maps mostra algo que não existe, como asfalto em certas ruas, que não são asfaltadas, e vai servir também, para quem não conhece o bairro, ficar conhecendo, saber se movimentar", avalia a moradora.

Aluno do curso de Tecnologia em Geoprocessamento, Ronalth Lopes, 35, também conta que o trabalho permite colocar em prática tudo o que aprende em sala de aula. "A gente mora nesses bairros, sabe da realidade, das dificuldades, e temos a chance de fazer uma análise mais profunda não só indo às ruas, mas conversando com os moradores, entender o que elas passam, suas necessidades. Vamos transformar essas informações em um banco de dados que dará origem aos mapas", detalha.

Vivência - Paulo Alves de Melo é professor da Faculdade de Tecnologia em Geoprocessamento da UFPA e coordenador do projeto. Ele conta que os levantamentos no Icuí começaram no dia 12 de abril, após o mesmo trabalho ter sido feito na Cabanagem, em Belém, e no bairro Nova União, em Marituba. 

"Além de identificar os potenciais da área, como comércio e serviços, também vemos a problemática ambiental, como pontos de alagamento, descarte irregular de lixo e igarapés poluídos. Essa cartografia é participativa e colaborativa, pois ela conta com o envolvimento direto da comunidade através de jovens universitários desses territórios que foram selecionados e que integram o projeto como bolsistas. São eles que realizam esse levantamento e identificam tanto os potenciais quanto a problemática inerente aos territórios e ao bairro", explica o professor Paulo Melo.

Social - Para Julio Alejandro Quezada, diretor geral do Núcleo de Relações Institucionais da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), pasta responsável pela execução do TerPaz, o mapeamento se contextualiza na diretriz principal do programa: estabelecer a presença do Estado, permanente e orgânica, com serviços públicos de qualidade que transformem as condições de vida das comunidades locais.

“O desenvolvimento local é entendido como aquele movimento que alavanca e impulsiona o incremento dos arranjos econômicos, comerciais, sociais e culturais que existem, os quais podem ser ampliados e outras atividades que podem ser criadas na própria comunidade. A ampliação e melhoria das atividades econômicas e comerciais abre oportunidades formais de trabalho e renda, de novos investimentos e de resultados qualitativos na vida das pessoas das comunidades do territórios. Esse processo é possibilitado pelo conhecimento das potencialidades identificadas, geoespacilizadas e correlacionadas pelos dados fornecidos pelos Mapas Digitais”, explica Alejandro Quezada.

Em conjunto - São mais de 90 serviços públicos, das 36 secretarias, fundações e órgãos estaduais participando do TerPaz. As instituições se articulam de forma intersetorial para a elaboração dos Mapas Digitais, acrescentando outras ferramentas e recursos facilitadores desse desenvolvimento. Por exemplo, cursos técnicos e profissionalizantes, capacitação em empreendedorismo, microcrédito responsável, assessoria técnica em elaboração de projetos e educação financeira etc.

Embora o desenvolvimento econômico, comercial, empreendedo e de microcrédito responsável sejam a alavanca para o desenvolvimento local/territorial, simultaneamente, estão os serviços públicos da educação que prioriza escola para as crianças, adolescentes e jovens; da área da saúde, como uma abrangência quantitativa e qualitativa de atendimentos nos diversos serviços demandados pelas comunidades; o esporte e lazer com diversas modalidades esportivas e incluindo as diversas etapas da vida e a pessoas com deficiência; da segurança pública sem ameaças à integridade física e moral, entre tantas outras ações, que são o desafio para todos os gestores.