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Hospital de Campanha do Hangar completa um ano e profissionais de saúde contam como é atuar na unidade

Atuam na unidade cerca de mil profissionais entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e outros

Por Melina Marcelino (SESPA)
10/04/2021 08h53

Atuar incansavelmente para salvar vidas. Esse é o lema dos profissionais que trabalham no Hospital de Campanha de Belém, instalado no Hangar – Centro de Convenções da Amazônia. Neste sábado (10), a unidade, implantada pelo Governo do Pará em abril de 2020, completa um ano de existência. O local é o maior centro hospitalar do Estado dedicado ao tratamento da Covid-19.

Ao longo de todo esse período, foram atendidos 5.433 mil pacientes atendidos e 3.717 estão recuperados da doença. Atualmente, o Hospital de Campanha opera com 160 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e 260 leitos de enfermaria. No total, atuam na unidade cerca de mil profissionais entre médicos, enfermeiros, técnicos de Enfermagem, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e muitos outros.

Para o secretário de Saúde do Pará, Rômulo Rodovalho, o legado do hospital de campanha foi pontuado por histórias especiais, que em comum valorizaram o amor à vida. “Pelo trabalho desenvolvido na Unidade e pelo número de pacientes recuperados, é gratificante ao Estado saber que o esforço empreendido pelos profissionais de saúde rendeu momentos de muita esperança e alívio aos pacientes e seus familiares. Por esse motivo, já possui uma história marcante e à parte na saúde pública do Pará”, destacou.

Quando recebeu o diploma de psicólogo, em 2005, Rogis Coutinho não imaginava que enfrentaria o desafio de atuar na linha de frente de uma das pandemias mais severas já enfrentadas no mundo. Com atuação no Hangar, essa vivência é um desafio, sobretudo, de humanidade.

“Muitas vezes estamos cansados e com problemas pessoais, mas sempre lembro de que as pessoas aqui dependem de um auxílio, uma escuta ou, até mesmo, uma presença. Isso dá forças em meio ao sofrimento. Existem dias muito felizes, outros com mais notícias tristes que alegres. Assim é a rotina aqui dentro”, diz o profissional.

Dentro do Hangar, a luta pela vida recomeça a cada segundo. Os sinalizadores agudos das máquinas e respiradores, em todos os setores, ecoam. Sem a existência de uma cura para a Covid-19, os profissionais de saúde investem no tratamento disponível para garantir a sobrevivência de pessoas com os casos moderados e agudos da doença.

Diante do alto número de pessoas contaminadas e ocupação de leitos, quem está na assistência alerta e pede que a população se conscientize sobre o perigo de não seguir o isolamento social, além das outras medidas de proteção, como o uso de máscaras.

“Essa doença é grave e muito séria. É fundamental que as pessoas não corram riscos desnecessários. Estamos aqui para cuidar de todos, mas sinto que muitos não ligam para o básico e isso é triste e preocupante. Vemos diversas pessoas nas ruas sem máscara, por exemplo, o que deveria ser evitado para contermos a propagação da doença”, diz a enfermeira Brenda Ramos.

De acordo com os últimos boletins divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa), o Pará já registrou 434 mil casos confirmados e 11 mil mortes por complicações da Covid-19.  em todo o Estado.

Vitórias diárias
 
“Quando nos referimos a um hospital de campanha, falamos de algo montado, certamente, em algum lugar que não foi inicialmente arquitetado para ser um hospital, no Hangar não é diferente. Mesmo assim, não nos distanciamos em nada das grandes unidades. Contamos com equipamentos de ponta e, sobretudo, com uma equipe preparada para o cuidado e atenção ao lado humano. Não são números, são vidas”, afirma Bárbara Freire, médica e diretora técnica do Hospital de Campanha.

Comemoração – O último dia do mês de março foi marcado por felicidade. O motivo foram as 32 altas de pacientes hospitalizados em um único dia. Entre os que precisaram de tratamento e comemoraram a volta para casa está a aposentada Maria José Francisca da Silva, de 66 anos. “Não sei mensurar o quanto fui bem tratada aqui e estou feliz. Eu tenho certeza que se eu não viesse para cá não resistiria a essa doença. A minha felicidade é de voltar para casa, poder estar com os meus netos, os meus filhos”, afirma.

Para Vanderley Silva, 42 anos, que estava ansioso pela alta da mãe, o sentimento é de alívio. A voz trêmula e as lágrimas nos olhos entregam a saudade e a felicidade. “Todos os dias nós intercedemos pela minha mãe, não só por ela, mas, também, por todos os que estão aqui dentro. Precisei deixar a minha mãe aqui sozinha, mas sempre tive a certeza de que ela sairia bem e curada. Hoje estou aqui para testemunhar e contar essa história”, comemora.

Mais cuidado – Mesmo sem nunca ter enfrentado a falta de insumos e medicamentos para o auxílio aos pacientes mais agravados, com o objetivo de garantir a autossuficiência do insumo essencial, uma usina oxigênio foi instalada na unidade.

A instalação da usina, que fica na área externa do Hospital de Campanha, durou três dias. “Nunca operamos com a falta de oxigênio para os pacientes. A usina chega para dar ainda mais segurança no atendimento aos casos mais graves. O objetivo é um só, restaurar vidas, sempre, com qualidade”, completa Bárbara Freire.
 
Texto: Alberto Dergan (Ascom/ Hospital de Campanha de Belém)