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Hospital de Clínicas implanta laboratório de órteses de baixo de custo

Produção inicial será destinada ao atendimento de pacientes com Covid-19 ou em internação prolongada

Por Marcelo Leite (COSANPA)
09/04/2021 11h53

HC deu início à implantação de um Laboratório de Tecnologia Assistiva, onde as peças são confeccionadasEntre as dez comorbidades mais comuns em pacientes diagnosticados com o coronavírus no Pará, as cardiopatias ocupam atualmente o topo da lista. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a presença de algum tipo de doença no coração pode comprometer a defesa do organismo, tornando-o mais vulnerável ao vírus e suas complicações.

“Pacientes cardiopatas têm maior risco de complicações naturalmente por ter uma condição cardiopulmonar debilitada. O vírus causa um grave processo inflamatório e isso piora a condição cardiovascular ao ponto do paciente ter insuficiência respiratória aguda”, explica o médico cardiologista Maurício Fortuna, da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC). 

Referência em cardiologia, o Hospital de Clínicas é uma das unidades saúde do Estado que, desde o início da pandemia, vem prestando assistência a pacientes com esse perfil. Com base no estudo de comportamento e nos cuidados necessários para minimizar os possíveis efeitos de uma internação prolongada, o HC deu início à implantação de um Laboratório de Tecnologia Assistiva.

A iniciativa tem o objeto de facilitar o desenvolvimento de órteses e adaptações funcionais utilizadas para evitar que pacientes com pouca mobilidade adquiram lesões na pele, ocasionadas pelo contato contínuo de áreas proeminentes do corpo (cabeça, calcanhar, cotovelo e quadris) com a cama. 

As primeiras órteses e adaptações funcionais serão destinadas ao atendimento de pacientes diagnosticados com a Covid-19 e submetidos à técnica de pronação (posição de bruços). Utilizada com frequência em unidades de terapia intensiva (UTI), a técnica tem sido fundamental no processo do tratamento da doença. 

“O paciente tem uma melhora na capacidade respiratória nessa posição. Em alguns casos, acaba sendo a melhor posição para uma resposta do organismo ao tratamento. Por isso os dispositivos são importantes para mantermos uma posição segura e relativamente confortável”, explica Rodrigo Nogueira, terapeuta ocupacional na Fundação. 

Luiz Farias, 63, foi um dos pacientes com Covid-19 atendidos pelo Hospital das ClínicasDurante os 15 dias em que o esposo Luiz Farias ficou intubado em uma das UTIs do Hospital de Clínicas, Tania Farias acompanhou de perto a dedicação dos profissionais pela recuperação do companheiro de 63 anos. “Chegamos aqui e eu sabia que ele seria intubado. Fiquei preocupada, mas sempre que via ele naquela posição, com aquelas proteções, agradecia a Deus por cada funcionário desse hospital. Quando ele acordou, foi um uma alegria imensa”, contou Tania.

Para o técnico de enfermagem Luiz Farias, as lembranças são poucas e se resumem ao dia que foi intubado. “Deus me deu aquela intubação como presente de aniversário. Minha vida recomeçou ali porque foi isso que me salvou. Foram 14 dias dormindo e, desde quando acordei, a evolução tem sido muita boa. Tanto que recebi alta para terminar a recuperação em casa até voltar ao trabalho”, pontuou Luiz.

Aumento na produção

Com a implantação do Laboratório, o Hospital tem agora a capacidade de ampliar a o fornecimento de órteses e adaptações funcionais para a assistência de pacientes, com um diferencial para a redução de custos.

“Tendo um espaço reservado para essa produção, temos como desenvolver e colocar em prática novos projetos. Além disso, como os materiais são baratos em relação ao que há no mercado, reduziremos custos assistenciais com remédios e possíveis novas internações” complementa Lucas Muniz, que também atua como terapeuta ocupacional no HC.