Projeto prevê centro cultural em prédio histórico de Santa Izabel
Um roteiro pelas escolas estaduais de Santa Izabel do Pará deu início à agenda de visitas da secretária de Educação, Ana Cláudia Hage, aos estabelecimentos da rede neste ano. Acompanhada da secretária de Administração, Alice Viana, e dos secretários adjuntos de Ensino, José Roberto Alves da Silva, e de Logística, José Roberto Pereira Damasceno, além do diretor de Engenharia, Luiz Paulo Mendes, a secretária iniciou a visita pela Escola de Ensino Médio Antônio Lemos, uma das mais tradicionais do interior do Pará, pela história e arquitetura do prédio.
Na Escola Antonio Lemos, Ana Hage e Alice Viana se reuniram com o prefeito Evandro Watanabe (DEM). O objetivo da visita foi fazer o reconhecimento das condições do prédio histórico e recolher informações para o processo de cessão de ocupação compartilhada do edifício com a prefeitura. A proposta é instalar um centro cultural, contemplando o Museu da Imigração do Pará no prédio original, e o centro de administração do município nos prédios mais recentes.
O projeto de restauro, que está sendo desenvolvido pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), preservará o funcionamento da escola de ensino médio. A proposta de uso compartilhado será analisada pelas secretarias de educação e de administração e, posteriormente, apresentada ao governador Simão Jatene, para decisão final.
O prefeito Evandro Watanabe defende o projeto como prioridade da gestão, considerando o valor histórico do antigo internato Antônio Lemos. O gestor disse que está empenhado no resgate desse patrimônio pelo significado que ele representa para a educação e a cultura de Santa Izabel. A prefeitura planeja apresentar o projeto a empresas privadas visando angariar parte dos recursos necessários às obras de restauro.
Ana Hage defende a nova utilidade do prédio considerando ser um projeto nobre e importante para a cultura do município. Ao mesmo tempo, ela requalifica o espaço educacional para manter funcionando a escola de ensino médio que sucedeu o antigo Internato, que originalmente lecionava curso de formação de professores.
Patrimônio – Em 13 de agosto de 1893, a Associação Protetora dos Órfãos fundou em Belém um internato de meninas que, além de estudarem as cinco séries do antigo curso primário, aprendiam a bordar, costurar e cozinhar, entre outras tarefas do lar. O estabelecimento cresceu e foi assumido pelo governo municipal. Foi quando o Intendente Antônio Lemos, no início do século 20, comprou um terreno de 70 hectares, na então Vila de Santa Izabel, e lá mandou construir o novo orfanato. A construção do prédio suntuoso sofreu várias interrupções até 1928, quando começou a funcionar mesmo com a obra inacabada.
Tombado pelo Estado em dezembro de 1982, o prédio precisa de obras de restauro. Ao edifício original foram adicionados anexos, desde os anos 1930. Em meados dos anos 1950 já era uma escola de formação de professores. Até que a Seduc assumisse a escola, o estabelecimento foi administrado pelo instituto da Congregação Filhas de Sant’Anna.
Diálogo - A secretária Ana Claudia Hage e três adjuntos visitaram quatro escolas de Santa Izabel do Pará nesta segunda-feira (20), abrindo a agenda regular de inspeção aos estabelecimentos do interior do Estado. Foi o primeiro roteiro de visitas com o objetivo de aproximar a gestão da Seduc às escolas.
Além da Escola de Ensino Médio Antônio Lemos, foram visitadas as escolas Irmã Albertina Leitão e Marieta Emmi, na área urbana, e a Magalhães Barata, no distrito de Americano. Em Santa Izabel, a Seduc mantém cinco escolas. Gestores e alunos ouviram da secretária Ana Hage palavras de incentivo e o compromisso de resolução de pendências de obras e equipamentos.
A equipe o Estado recebeu reivindicações de melhorias das instalações e soluções definitivas, como a cobertura de quadras esportivas e conclusão de obras que vinham sendo executadas em convênio com prefeitura local. A secretária informou aos gestores dos estabelecimentos que a Seduc está revendo os convênios com a prefeitura, considerando a mudança de gestão e o não cumprimento do cronograma de obras, como é caso da Escola Magalhães Barata.
Algumas obras passam por nova licitação para equacionar pendências. De 2011 a 2016 a Seduc entregou 152 obras, e até dezembro de 2018, a previsão é entregar 485, entre elas 226 quadras, 139 reformas e 86 obras financiadas com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), incluindo a reforma da sede da secretaria.
Outras 54 reformas e construções estão em andamento; destas, 40 são novas escolas. Das obras que serão executadas com recursos do BID, 17 já foram licitadas e 12 entram em fase de licitação nos próximos dias. Serão US$ 122 milhões para obras e reformas de 88 escolas e da sede da Seduc, na capital paraense financiadas pelo Banco Mundial, dentro do Programa Pacto pela Educação.
A partir desta segunda-feira (20), a secretária e os gestores cumprirão agenda de identificação in loco das condições de funcionamento dos estabelecimentos no interior do Estado. “Precisamos fazer essa experiência como um comprometimento que está dentro dos conceitos de mudança de atitude da gestão da Seduc. Isso também será importante para alcançarmos as metas que nos levarão a mudar o patamar da qualidade da educação paraense”, disse Ana Cláudia Hage.
Um exemplo da utilidade desse diálogo com a comunidade escolar foi a conversa aberta que a secretária manteve com uma turma de Matemática da Escola Marieta Emmi. Além de melhorias para a escola, os estudantes mostraram-se interessados na discussão da reforma do ensino médio. A secretária propôs que organizem uma turma para participar de sessões do Conselho Estadual de Educação, em Belém, onde se debate o tema.