Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
EDUCAÇÃO

Estudantes discutem a questão racial em projeto da Seduc

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/03/2017 00h00

Alunos do ensino fundamental menor, com crianças de 6 a 10 anos, da Escola Estadual Rui Barata, receberam nesta segunda-feira (20) o projeto Tela Negra, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) nas escolas da região metropolitana de Belém. Com o uso de filmes e documentários, a iniciativa leva para instituições de ensino discussões sobre as relações étnicas e raciais, objetivando fomentar o estudo da cultura africana e a promoção da igualdade racial.

Após assistirem aos filmes, os alunos têm um momento de reflexão e discussão, liderados por especialistas em educação da Coordenadoria de Educação para a Promoção da Igualdade Racial (Copir). Para Hilda Cristina Ribeiro, da Copir, o projeto tem papel importante na luta contra o racismo e o preconceito, pois as crianças passam a entender desde cedo que não devem tratar os colegas de forma diferente em função da cor.

"O maior objetivo é combater o racismo. Trabalhar a história africana com essas crianças é muito importante. Conhecer a sua identidade e cultura é primordial para esses pequenos, pois a maioria do povo brasileiro não conhece a própria história, então os estudantes precisam aprender e disseminar sua cultura", enfatizou Hilda Ribeiro.

Os estudantes assistiram ao filme "Pode me chamar de Nadir e vista a minha pele", que retrata o preconceito contra crianças negras e a forma como são tratadas na sociedade, e ao documentário "Disque Quilombola", que aborda a história do povo quilombola, as diferenças e realidades de um grupo que foi morar na cidade e outro que permaneceu no quilombo. A história é contada por crianças que se comunicam por meio de um telefone feito de lata e barbante. A aluna Izabel Ferreira, 9 anos, assistia a tudo com muita atenção. "Estou gostando muito", disse.

Formação – O ensino de História e Cultura Africanas e Afro-Brasileiras, obrigatório nas escolas do país, foi instituído em 2013 pela Lei 10.639. O Conselho Nacional de Educação aprovou as Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-Raciais e o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras e Africanas a serem executadas pelos estabelecimentos de ensino de diferentes níveis e modalidades, cabendo aos sistemas de ensino orientar e promover a formação de professores e supervisionar o cumprimento das diretrizes.

A Copir, da Seduc, tem promovido a formação inicial e continuada de professores da rede pública, além de trabalhar diretamente com o aluno, em projetos como o Tela Negra. As principais ações voltadas para a formação de professores são a Afro-Pará, que trabalha a formação inicial e continuada de professores da rede pública de ensino da capital e interior, e a Etnicidade, que foca na formação de professores e alunos quilombolas em diversos municípios do Estado. O projeto Tela Negra ocorre durante o ano e culmina no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.