Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE

Sespa lança campanha 'Março Lilás', de prevenção e combate ao câncer do colo de útero

Com ênfase no autocuidado, iniciativa intensificará orientações para que secretarias municipais estimulem o exame preventivo para detecção precoce da doença

Por Mozart Lira (SESPA)
10/03/2021 17h15

Nesta quinta-feira, 11, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lança oficialmente a campanha “Março Lilás”, de prevenção e controle do câncer do colo do útero. Por causa da pandemia, as mobilizações serão feitas por webconferências ao longo deste mês, que abordarão aspectos diversos da doença, o mais recorrente dos tipos de câncer entre mulheres no Pará.

Com o tema “Autocuidado: todos juntos na prevenção do câncer”, a campanha intensificará orientações às secretarias municipais de Saúde para que façam a busca ativa das mulheres que nunca fizeram o exame preventivo, o PCCU, ou que estão há três anos sem fazê-lo; a ampliação da oferta do PCCU; e a melhoria na qualidade do exame citopatológico.

“Por meio das conferências transmitidas pela internet, alertaremos ainda para os sinais e sintomas que devem direcionar a mulher a buscar atendimento na rede de atenção à Saúde no SUS”, explica a coordenadora de Atenção Oncológica da Sespa, Patrícia Martins.

Segundo ela, a campanha se justifica porque o Instituto Nacional do Câncer (Inca) informa que a região Norte se destaca no cenário nacional, por ser a única onde o câncer uterino é o mais incidente, e é a maior causa de morte por câncer entre as mulheres, superando o câncer de mama, que é o maior do País. Em 2019 foram diagnosticados 657 novos casos de câncer de colo de útero no Pará. Em 2020 foram registrados 201 casos da doença, redução devida à subnotificação causada pela pandemia da Covid-19. 

As faixas etárias que têm registrado maior número de casos são as que estão entre 40 a 49 anos (28%) e 30 a 39 anos (21%), no período entre 2016 e 2020. O câncer do cólo de útero ainda é o mais recorrente entre as mulheres paraenses, seguido pelo câncer de mama. Para este ano, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é que ocorram 720 novos casos desse tipo de câncer no Pará. 

Em relação à mortalidade, nos últimos quatro anos foi registrada uma média de 300 óbitos ao ano, com exceção de 2020, com 75 mortes, possivelmente explicada pela subnotificação devido à pandemia da Covid-19.  

Patrícia Martins enfatiza que o exame preventivo é a principal estratégia para detectar lesões precursoras do câncer e fazer o diagnóstico da doença. A realização periódica do exame permite reduzir a morbimortalidade pela doença.

“O exame pode ser feito em unidades de saúde da rede pública que tenham profissionais capacitados para isso, já que o material só pode ser colhido por um profissional enfermeiro”, observou.

Patricia Martins ressalta, ainda, a importância de elevar a cobertura vacinal contra o Papilomavírus Humano (HPV) no Estado, uma vez que o câncer do colo de útero é causado pela infecção persistente de alguns tipos desse vírus chamados oncogênicos.

Segundo a Coordenação Estadual de Imunizações, no Pará, em 2020, a média de cobertura total de ambos os sexos não ultrapassou os 50% e o ideal é que esse percentual ultrapasse os 80% ao ano. A vacina está disponível nas unidades de saúde para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos.

ATENDIMENTO

No Pará, os serviços de prevenção ao câncer obedecem a um fluxo de atendimento que se inicia na Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da residência do usuário do Sistema Único de Saúde (SUS). Na UBS, um médico clínico generalista, diante de um diagnóstico suspeito, pode encaminhar o paciente ao centro de referência adequado para a definição do quadro clínico, mediante exames e biópsias.

Caso o diagnóstico indique tratamento oncológico, o paciente pode ser encaminhado para um dos cinco hospitais públicos de alta complexidade e referência em câncer disponíveis no Pará, como o Ophir Loyola, o Oncológico Infantil Octávio Lobo e Hospital Universitário Barros Barreto, em Belém; o Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, e a Unacon do Hospital Regional de Tucuruí.

PROGRAMAÇÃO

O secretário de Saúde do Pará, Romulo Rodovalho, destaca a importância das webconferências inseridas nas abordagens preventivas no enfrentamento à doença. “Ao ser bem orientada, a população como um todo colabora para a prevenção e contribui para que o diagnóstico seja feito rapidamente, evitando a morte de tantas mulheres”, frisou.

O secretário estará abrindo a solenidade virtual, nesta quinta-feira, 11, às 9 horas, por meio do link (https://meet.google.com/sus-ptdb-qjn). Na sequência, Patrícia Martins abordará o tema “Fortalecimento do Programa de controle do câncer de colo de útero e mama e rede de serviços no Estado do Pará” e as ações prioritárias da campanha deste ano.

No dia 17, a partir das 8h30, a webconferência trará os seguintes temas: “Prevenção, Diagnóstico e Tratamento Precoce do Câncer de Colo de Útero”; “Diretrizes do Rastreamento e Protolocos do Câncer de Colo de Útero/ INCA”; “Qualidade do Exames Citopatológicos do Colo do Útero” e “Sistema de Informação do Câncer (SISCAN) e seguimento”. No dia 24, às 9 horas, a temática será “Serviços de referência de diagnóstico e tratamento precoce do câncer de colo do útero e mama”. 

Segundo o titular da Sespa, o público será estimulado a participar para esclarecer dúvidas, pedir orientações e conhecer mais sobre os sintomas e o tratamento dessa forma de câncer.