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Santa Casa de Misericórdia do Pará celebra 371 anos em defesa da vida e da saúde no Estado

Servidores e usuários comemoram mais um ano de dedicação e empenho, sobretudo no enfrentamento à pandemia de Covid-19, desde o ano passado

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
24/02/2021 13h41

Santa Casa de Misericórdia é o sexto hospital mais antigo do Brasil e sua trajetória de 371 anos se confunde com a história de BelémUma das mais importantes instituições hospitalares do Brasil completa 371 anos nesta quarta-feira (24). A Santa Casa de Misericórdia do Pará é o sexto hospital mais antigo do País em atividade e uma das maiores maternidades do Brasil, com mais de setecentos partos por mês. O hospital oferece aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) cerca de 500 leitos, tendo como foco principal a área materno-infantil.

Para comemorar a data, servidores e usuários da Santa Casa participam esta semana de uma programação especial, que se iniciou na última segunda-feira (22) e culminou hoje, no dia da fundação (24 de fevereiro de 1650), com o culto ecumênico na capela do hospital e a entrega de bolos em cada um dos setores do hospital, que atende apenas usuários do SUS.  

Bruno Carmona, presidente da Fundação Santa Casa, diz que o tempo de existência da Santa Casa se confunde com a fundação de Belém. “São poucos anos de diferença, quando a gente fala de uma instituição de quase 400 anos, com uma cidade que tem pouco mais de 400 anos de fundação.  Então desde sempre a Santa Casa atende a população da capital e do estado do Pará, e é importante reconhecer o trabalho dessa instituição para a sociedade, nesses quase quatro séculos de existência, atendendo os paraenses e pacientes de outros locais fora do estado”, destaca Bruno.

Enfermeira que responde pela Diretoria de Planejamento, Orçamento e Gestão (DPOG), Walda Valente diz que o cuidado com a saúde dos que buscam a Santa Casa está incorporado ao cotidiano dos servidores. "Nós somos referência para 144 municípios. Nós atendemos as pessoas que buscam a Santa Casa, porque acreditam no nosso trabalho, e isso é gratificante”. 

Referência materno-infantil, Santa Casa faz mais de 700 partos ao mês e mais de 33 mil atendimentos em urgência obstétrica ao ano“Trabalho nessa instituição há 16 anos e sou muito grata a ela. Quando eu prestei o concurso pra Santa Casa, vim para cá porque ouvia o que as pessoas falavam pelo ato de trabalhar na Santa Casa, que é o ato de servir, ato de você ajudar o próximo. Acho que é isso que nos conduz, é o que nos move e que precisa envolver a todos nós que fazemos parte deste hospital. Estamos aqui com um propósito, que é cuidar da saúde das pessoas que aqui nos procuram. Esses 371 anos de Santa Casa é também nosso. A gente pode comemorar como o nosso aniversário, porque nós fazemos parte dessa instituição”, diz Walda Valente. 

ATENDIMENTOS

A gestão atual avalia como bastante positivo o balanço de atendimento aos usuários do SUS, realizado pela Fundação Santa Casa do Pará, em 2020, quando se tornou referência para pacientes acometidos pelo novo coronavírus. 

A gestão aumentou o número de leitos de UTI, com o apoio da Sespa e do governo do Estado, e teve que fazer adaptações no hospital para poder receber os pacientes com Covid-19 e continuar atendendo normalmente a população, com números significantes. Isso demonstra o trabalho integrado dos profissionais que atuam na instituição.

“Um hospital deste tamanho, desta imponência, com todos esses anos de história, ele só é feito por conta das pessoas que aqui trabalham, e aqui vem dar o seu empenho, o seu suor em prol da sociedade. Sem a participação e o empenho de todos eles, jamais teríamos atingido os números, os bons resultados, nessa pandemia. Obviamente, nenhum de nós sabíamos enfrentar uma pandemia, por nunca termos vivido e acredito que o saldo é bem positivo, dentro das limitações e das dificuldades que enfrentamos no dia a dia”, diz Bruno Carmona.

Foram realizados no último ano, 33.807 atendimentos na Urgência e Emergência obstétrica do hospital, uma média de 2,8 mil atendimentos/mês. Para a enfermeira Carmem Peixoto, da gerência do setor, esses acolhimentos mostram a importância da Santa Casa para as mulheres que a ela recorrem, mesmo durante a pandemia da Covid-19.

Janely Souza da Silva, 23 anos, teve sua pequena Isadora de parto normal, pesando 3,356 kg. Ela veio do município de Melgaço, no Marajó, passar uns dias em Belém e teve sua terceira filha na Santa Casa.

“Estava fazendo o pré-natal quando resolvi vir para cá visitar os parentes, aí acabei tendo a Isadora. O atendimento na Santa Casa é ótimo, me atenderam super bem, desde o momento em que procurei a maternidade. Só tenho que agradecer o cuidado que tiveram contigo e com a minha filha”, destaca Janely.

De janeiro a dezembro de 2020, Santa Casa fez 8,5 mil partosDe janeiro a dezembro de 2020, foram realizados na maternidade da Santa Casa 8.537 partos, dos quais 4.018 foram normais e 4.519 cesáreos.   

A Santa Casa do Pará encerrou o último ano com uma produtividade significativa em vários setores, como é o caso da Neonatologia, Banco de Leite Humano, Ambulatório e a área de Diagnóstico por Imagens.

NEONATOLOGIA

Em média, são realizadas 200 altas por mês das crianças internadas na área de neonatologia da Santa Casa. Para garantir uma assistência de excelência, a instituição investe na capacitação da sua equipe multiprofissional em técnicas cientificamente comprovadas, que garantam a esses bebês o menor tempo possível de internação, cumprindo todos os protocolos de atendimento necessários, de forma humanizada e segura para a melhor evolução dos pequenos pacientes.

BANCO DE LEITE

A integração entre os diversos setores do hospital e o Banco de Leite Humano trouxe um avanço para área hospitalar. Em 2020, foram feitas 5.686 visitas domiciliares, pelos integrantes do Corpo de Bombeiros, parceiros da Santa Casa, o que possibilitou uma arrecadação de 2.623 litros de leite humano, para o consumo de bebês prematuros e de baixo peso, internados na área de neonatologia do hospital.

AMBULATÓRIO

Michele Ferreira da Paixão, 35 anos, moradora de Castanhal, nordeste do estado, relata que está na sua quinta gestação e devido à gravidez de alto risco começou a fazer seu pré-natal na Santa Casa. Ela diz que, no início da gestação, teve que ficar dez dias internada na Santa Casa, devido a um forte sangramento, e ao receber alta foi encaminhada ao ambulatório da mulher, onde está sendo acompanhada pelos profissionais que atuam no setor.

“Em Castanhal, ninguém sabia o motivo do meu sangramento e, quando cheguei, aqui descobriram o que tenho: placenta prévia, que é quando a placenta cobre o orifício do útero, e por isso não posso ter um parto normal, pois o meu bebê pode sufocar. Se fosse ter no interior, eu poderia perder meu bebê, mas graças a Deus vim para cá e está sendo ótimo, já até passei com a psicóloga e minhas consultas estão todas marcadas”, diz Michele Paixão.

A produção na área ambulatorial da Santa Casa, em 2020, foi de 56.930 atendimentos pela equipe multiprofissional da Fundação (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais). Também foram realizados 3.796 procedimentos cirúrgicos, além de 670.242 exames laboratoriais, tanto para pacientes internados como pelos que são atendidos no ambulatório do hospital.

Na área de Diagnóstico por Imagens e Endoscopia foram feitos 76.792 exames, entre os quais raio-X, tomografia, ultrassonografia, ecocardiograma, ressonância e endoscopia.

HISTÓRIA

Fundada no dia 24 de fevereiro de 1650 como Irmandade da Santa Casa de Misericórdia do Pará, aSanta Casa: fundada como irmandade em 24 de fevereiro de 1650 instituição passou por muitas mudanças administrativas e logísticas durante os séculos. Entre elas, duas importantes intervenções do Estado. A primeira, em 1890, realizada pelo governador Justo Chermont, que a transformou em Associação de Caridade, e a segunda, em 1990, quando virou Fundação Estadual, no governo Hélio Gueiros, como se mantém até hoje.