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Pará realiza levantamento de detecção de praga da bananeira

Diagnóstico da Adepará, após pesquisa nas regiões produtoras, atestou que o fungo não está presente no solo do Pará, 8º maior produtor de bananas do País

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
10/02/2021 12h34

Bananais avaliados pela Adepará nas regiões do Xingu, Carajás, Lago de Tucuruí, Araguaia e Baixo Amazonas estão livres do FOC R4TNão está presente no Pará o FOC R4T (Fusarium oxysporum f. sp. Cubense), fungo que pode permanecer no solo por até 30 anos e é considerada a praga mais destrutiva das bananeiras. É a conclusão do diagnóstico realizado pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), após pesquisas nos plantios do estado. O Pará é o 8º produtor de banana no ranking nacional, o que demonstra a  importância social e econômica do produto para o Estado.

"A cultura da banana tem grande importância social e econômica na região Norte, pois é uma fruta bastante consumida, fazendo parte da alimentação diária da maioria da população. É uma fruta com alto teor nutricional, de fácil acesso, sendo cultivada por grandes, pequenos e médios produtores, proveniente da agricultura familiar. Assim, representa um forte complemento de renda para pequenos agricultores.", avalia a engenheira agrônoma Clara Angélica Brandão, Fiscal Estadual Agropecuário - Responsável Técnica do Programa Fitossanitário da Bananeira e Helicônia/Gerência e Pragas Quarentenárias.

O diagnóstico precisou ser feito devido ao registro da praga na América do Sul, em junho 2019, na vizinha Colômbia. Dessa forma, no Pará os levantamentos foram realizados entre agosto e dezembro de 2020, em cinco Regiões de Integração do Estado: Xingu, Carajás, Lago de Tucuruí, Araguaia e Baixo Amazonas, totalizando 35 municípios amostrados e 684 propriedades inspecionadas, sobretudo nos municípios com maior área de produção de frutos de banana t5.

“O levantamento do FOC R4T teve como objetivo verificar a presença/ ausência da praga no Pará, e também realizar um diagnóstico fitossanitário da cultura da bananeira no estado do Pará”, informou o diretor-geral da Adepará, Jamir Macedo.

FUNGO

O FOC R4T (Fusarium oxysporum f. sp. Cubense) é considerado a praga mais destrutiva das bananeiras e umas das dez pragas mais importantes na história da agricultura. Trata-se de um fungo de solo de rápida disseminação e alta agressividade. Nomes comuns para designar a praga são: Mal-do-Panamá; Murcha de Fusário; Fusariose da bananeira.

A ocorrência dessa doença desencadeia processos infecciosos que podem causar a morte da bananeira, que passa a não produzir frutos e morre. Nos países onde a praga está presente, devido aos consideráveis danos econômicos, sociais e ambientais é considerada a praga mais destrutiva do mundo nas últimas duas décadas.

Os principais sintomas da doença são: síndrome das folhas amarelas e saia (amarelecimento nas bordas das folhas mais velhas), abortamento das folhas jovens, mancha marrom no interior do pseudocaule, rachadura no pseudocaule e má formação do ramo.

A praga pode dispersar-se através de material vegetal (material de plantio, partes de plantas contaminadas), solo e água. Acredita-se que ventos acompanhados de chuva poderiam dispersar Foc, entretanto há carência de estudos que confirmem esta hipótese. Em lugares secos, o vento pode arrastar partículas de solo contaminado, o que pode ser um veículo de dispersão de FOC R4T.

ECONOMIA

O FOC R4T afeta a produção de bananas, a segurança alimentar e nutricional. Por tratar-se de uma fruta altamente saudável para a alimentação, a banana faz parte da cultura de muitos países da América Latina e Caribe, tornando-se frutas de alto valor econômico. Portanto, como o FOC ainda não tem cura e nem tratamento, tão pouco material resistente a ser utilizado, o grande desafio é a prevenção.

Atualmente, a praga está presente na Austrália, China, Índia, Indonésia, Laos, Malásia, Moçambique, Taiwan, Filipinas, Vietnam, Inglaterra, Israel, Jordânia, Onan, Paquistão e Colômbia. Nos países onde ela está presente, devido aos consideráveis danos econômicos, sociais e ambientais é considerada a praga mais destrutiva do mundo nas últimas duas décadas, logo seria uma ameaça para a indústria de bananas a sua presença no Pará.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), são produzidas mais de 1 milhão de bananas na região da América Central e Caribe e mais de 2 milhões de pessoas dependem diretamente dessa cultura. Portanto, não é somente exportação, mas uma questão de segurança alimentar, já que a banana faz parte da dieta alimentar.

PROGRAMA

A detecção e sensibilização de produtores fazem parte de medidas preventivas da Adepará e foram realizadas com instituições parceiras, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).

No Pará, o diagnóstico teve início com as ações do Programa Fitossanitário da Bananeira e Helicônia. Em outubro de 2019, em ação com a Superintendência Federal de Agricultura no Estado – SFA-PA, Embrapa e Adepará, foram adotadas as providências em relação à capacitação dos servidores lotados nas áreas de produção de bananeiras e em áreas identificadas como rotas de risco (vias de ingresso potencial), no Plano de Ação para a prevenção da praga no Estado (no prelo), que resultou na capacitação de doze servidores para atuarem no diagnóstico de detecção da praga (11 engenheiros agrônomos e um técnico agrícola).

Em dezembro de 2020, como forma de articulação entre instituições públicas para elaboração de medidas preventivas da praga, foi publicada uma Portaria do MAPA criando o Grupo de Trabalho, que permanece monitorando a presença/ausência, no Pará.