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Cachoeira do Arari e Salvaterra recebem energia de qualidade

Por Redação - Agência PA (SECOM)
03/04/2017 00h00

O governador Simão Jatene está na Ilha do Marajó, onde participa da inauguração de duas novas subestações que vão levar energia firme para os municípios de Cachoeira do Arari e Salvaterra, a partir desta segunda-feira (3). As obras fazem parte da segunda etapa da conexão do Marajó ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e devem beneficiar quase 15 mil famílias, nos dois municípios, com energia elétrica de qualidade.

Na maioria das cidades marajoaras a energia ainda é proveniente de termoelétricas. Esse sistema, além de poluir o meio ambiente, não consegue gerar energia suficiente para abastecer residências e empreendimentos que dependem da eletricidade firme e constante para funcionar a contento, como destaca Maria José Gama, conhecida como dona Zezé, proprietária de um pequeno restaurante em Cachoeira do Arari, e que há 10 anos adia o projeto de ter um espaço climatizado devido ao fornecimento irregular de energia.

“Nós temos uma usina que funciona com dois motores, mas a cidade cresceu e esse equipamento não está mais dando conta do recado. Então, quando dá uma pane em um desses motores não tem como levar energia pra cidade toda e aí a gente vai para o racionamento, ou seja, quando tem luz para um lado, não tem para o outro, e vice-versa”, conta dona Zezé, que sonha em melhorar o ambiente e a qualidade do serviço no seu empreendimento.

“A gente sempre sonhou em colocar ar condicionado no restaurante, para dar mais conforto a nossa clientela, mas com o sistema que tínhamos isso não era possível. A gente acredita que com a chegada do ‘linhão’ esses problemas vão ser resolvidos. Essa energia está chegando pra trazer melhoria de vida para o povo marajoara”, comemora dona Zezé, que já planeja a compra das centrais de ar para o seu estabelecimento.

O início do projeto de interligação do Arquipélago do Marajó ao SIN foi o sinal que o agricultor José Marques esperava para finalmente investir no plantio de arroz em Salvaterra. O potencial da região para a agricultura atraiu a atenção do empresário, que deixou o Mato Grosso pra traz e se mudou para a cidade conhecida como ‘princesinha do Marajó’. “Nós não teríamos condições de produzir no Marajó se não tivesse a perspectiva da energia firme. Assim que tivemos a certeza que a energia estava chegando, viemos pra cá e iniciamos os nossos investimentos”, conta José Marques, que já se anima até a ampliar o sistema de produção.

“Estamos trabalhando para produzir e industrializar um arroz 100% marajoara, fazendo a cadeia completa aqui mesmo. Com a chegada da energia firme vamos ter condições de iniciar o processo de irrigação da plantação e instalar a indústria, o que é muito bom para o desenvolvimento da cidade”, reitera o agricultor, lembrando que a energia firme também contribui para a queda do preço final do produto. “Além de maior eficiência, teremos menos custo com a geração de energia por motores de óleo diesel”.

Para se ter uma ideia, desde que as cidades marajoaras começaram a ser vinculadas ao Sistema Interligado Nacional e passaram a deixar de utilizar usinas a diesel para a geração de energia, houve uma significativa redução de consumo do combustível que abastecia os motores e que eram altamente nocivos ao meio ambiente. Segundo informações da Celpa, a redução anual foi de mais de 33 milhões de litros de diesel, o que representa uma economia de mais de R$ 112 milhões.

Esse volume deve crescer com a ampliação de municípios interligados ao SIN. Em breve, a iniciativa vai permitir a conexão de outras cidades próximas, como Soure, Santa Cruz do Arari, Anajás, Chaves e Afuá. Com isso, ocorrerá a desativação gradativa das usinas termoelétricas que ainda funcionam na ilha.

Investimentos - A primeira etapa do projeto, conhecida como Marajó I e concluída em 2013, recebeu investimentos na ordem de R$ 179,5 milhões, aplicados na ampliação de duas e construção de seis novas subestações, além da construção de 685 quilômetros de rede. Essa primeira fase atendeu aos municípios de Portel, Melgaço, Curralinho, Breves, Baião e Bagre.

Já para segunda etapa, que está em andamento, o investimento total gira em torno de R$ 242 milhões e prevê ainda a construção de mais seis novas subestações e 794 quilômetros de rede. A conclusão de todo o trabalho no Marajó beneficiará, diretamente, cerca de 450 mil pessoas.

Internet - Em 2016, uma tecnologia inédita no estado foi utilizada pela Celpa para dar início à segunda etapa de interligação do Marajó. Na oportunidade, cabos subaquáticos foram instalados para conectar as subestações de Vila do Conde, em Barcarena, e de Ponta de Pedras, no arquipélago. Além de energia elétrica, os cabos também continham uma estrutura de fibra óptica, para levar internet em alta velocidade.

Através do cabo subaquático foi possível implantar, em Ponta de Pedras, a Cidade Digital, que disponibiliza acesso gratuito de internet em escolas e praças. Gradativamente o projeto alcançará os outros municípios da ilha.

(Com informações da Assessoria de Comunicação da Celpa)