Ideflor-bio monta viveiros florestais na terra indígena Alto Rio Guamá
Estruturas foram instaladas nas aldeias Cajueiro e Teko-Haw, da etnia Tembé, na região do Gurupi
Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio) implantaram dois viveiros florestais nas aldeias Cajueiro e Teko-Haw, na terra indígena Alto Rio Guamá, da etnia Tembé, região do Gurupi, no município de Paragominas. A ação, que ocorreu de 23 a 30 de novembro, tem como objetivo a produção de mudas destinadas à implantação de sistemas agroflorestais do Projeto Gestão e Restauração Florestal da Terra Indígena Alto Rio Guamá (Tiarg).
Objetivo é apoiar a restauração florestal da área, oferecendo treinamentos e disponibilizando uma estrutura mínima para que os indígenas possam produzir suas mudas, com foco na segurança alimentar e geração de rendaSegundo o engenheiro florestal Pedro Simões, mestre em Ciências Florestais, cada viveiro possui capacidade de produção de 9.500 mudas. Para os trabalhos de produção de mudas e manutenção dos viveiros, diversos materiais e equipamentos são necessários, além de insumos para uso inicial. As estruturas foram equipadas com um sistema de irrigação completo, com bomba e caixa d’água de 5 mil litros. De acordo com Pedro, o Projeto é de apoio à implementação da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI), instituída pelo Decreto Federal de n° 7.747 de 5 de Junho de 2012.
A presidente do Ideflor-bio, Karla Bengtson, afirma que o Projeto em si tem o objetivo de apoiar a restauração florestal da área, oferecendo treinamentos e disponibilizando uma estrutura mínima para que os indígenas possam produzir suas mudas, tendo em vista a necessidade de promover o fortalecimento de cadeias de produtos da sociobiodiversidade, com foco na segurança alimentar e geração de renda para os indígenas que vivem no território.
A atividade foi coordenada por Pedro Simões e executada por parte da equipe técnica da GSBio/DGBio, a bióloga Hanoica Caceres e o técnico Reginaldo Fernandes, que receberam o apoio do engenheiro agrônomo, Emmanuell Carrolo, do E. R. Carajás, com o suporte da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), que realizaram o transporte de materiais e insumos. Os servidores envolvidos no Projeto realizaram teste para detecção de Covid-19 na Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa), exigência da Funai para autorizar a entrada na terra indígena.
O trabalho do Ideflor-bio junto ao povo indígena Tembé vem sendo desenvolvido há alguns anos, principalmente, por conta da importância do território para a preservação da biodiversidade da Amazônia e também para a manutenção dos conhecimentos indígenas sobre o uso da terra. A Tiarg contém a última grande área de floresta primária do nordeste paraense, sendo refúgio de muitas espécies de flora e da fauna ameaçadas de extinção no estado do Pará.
A bióloga Hanoica Caceres explica que para a consecução dos trabalhos, a equipe técnica foi dividida, uma parte ficou responsável pela montagem da estrutura física (metálica) e, a outra, pela construção das telas de cobertura dos viveiros (tela de sombreamento), que são constituídas de material permanente, de longa duração e permitem um sombreamento de 50%.
Ainda será realizada a montagem de cinco viveiros florestais, além de capacitações em coleta, beneficiamento e armazenamento de sementes e técnicas de produção de mudas nas Regiões do Gurupi e Guamá. As ações fazem parte do Diagnóstico Etnoambiental e Etnozoneamento do Projeto Gestão Ambiental e Territorial da Terra Indígena Alto Rio Guamá, elaborado em 2017 pelo Ideflor-bio, em conjunto com os povos indígenas da etnia Tembé.