Emater realiza capacitação de técnicos e agricultores para a produção sustentável de pimenta do reino
Cerca de trinta pessoas, entre técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) e agricultores dos municípios de Igarapé – Açu, São Francisco do Pará e Magalhães Barata participaram da capacitação sobre pipericultura sustentável, promovida pela Emater, por meio do Escritório Regional de Castanhal, que abrande 19 municípios.
O evento contou com a parceria da Adepará, da Ufra, as Secretarias Municipais de Meio Ambiente de Igarapé Açu e da empresa exportadora de pimenta do reino Tropoc, que investe em tecnologias voltadas a produção sustentável da cultura.
De acordo com o coordenador do escritório local da Emater em Igarapé Açu, Tonildes de Ataíde, a proposta é levar as informações e treinamento usando a experiência e conhecimento do corpo técnico da Emater.
“Esse evento faz parte de uma programação de capacitação de técnicos, pois a gente parte do princípio que ‘santo de casa’ tem que fazer milagre. A Emater tem técnicos de nível elevado que podem compartilhar seus conhecimentos com outros técnicos que por fim levam essas informações aos produtores. Então surgiu a ideia de promovermos uma capacitação com um técnico que tivesse expertise na cultura de pimenta do reino, e nós temos no regional de Castanhal o Ricardo Dohara que conhece amplamente sobre o cultivo de pimenta e tem as informações que a gente precisa trazer para o campo.”, explicou Tonildes.
A parte prática da capacitação ocorreu em uma propriedade localizada na comunidade de Matapiquara em Igarapé Açu e envolveu orientações que incluíram desde a escolha das mudas, preparação da terra, plantio e adubação voltada ao melhoramento da produção, além de outros aspectos relacionados a colheita, secagem e armazenamento, considerados fatores essenciais para a qualidade e valorização do produto, como esclarece o engenheiro agrônomo da Emater, Ricardo Hideo Dohara.
“ Hoje, no mercado internacional, a questão dos agrotóxicos e da salmonella - contaminação química e biológica – está restringindo alguns produtos e a pimenta do reino não foge a isso, pois ainda há alguns problemas de contaminação que podem acontecer no momento de secagem da pimenta. Por isso, nós estamos orientando os agricultores sobre todo o processo de produção e principalmente para a secagem a campo. A nossa pimenta é de qualidade, porque é seca ao sol em vez de secador mecânico. Mas a secagem ao sol exige que o ambiente esteja protegido para que os animais não circulem onde está sendo feita a secagem”, explica o engenheiro.
A capacitação visa preparar os técnicos e produtores para a produção de uma pimenta sustentável, que hoje engloba questões sanitárias, econômicas, ambientais e sociais.
“A secagem da pimenta ao sol é uma das exigências da União Europeia para a importação do produto, porque elimina a secagem mecânica, que utiliza lenha no secador, o que aumenta o desmatamento. Além disso, a fumaça gerada na queima da lenha impregna na pimenta, sendo considerada nociva a saúde de quem consome o produto.”, esclarece Fernando Limberti, representante da Tropoc na capacitação.
Para os agricultores que produzem a pimenta do reino na região, como Claumir Souza, que há cinco anos começou a investir na cultura, a capacitação traz motivação para avançar nos investimentos do setor.
“ Essa é a primeira vez que eu tenho acesso a uma capacitação desse nível, aprendi muita coisa nova e estou muito otimista pra plantar ainda mais pimenta do reino.”
Para o secretário de agricultura de Igarapé Açu, Antônio Alves Neto, a ação também representa a consolidação da parceria com a Emater para o desenvolvimento da agricultura.
“Eu acredito que essas parcerias institucionais são fundamentais para levar a gente a avançar no setor agrícola do município. Nó sempre podemos contar com a Emater e esse curso está trazendo experiências e aprendizados importantíssimos e nos mostrando ainda mais a necessidade de atuarmos em parcerias.”, conclui o secretário.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de pimenta do reino, ficando atrás apenas do Vietnan. Há menos de uma década, o Pará era o maior produtor de pimenta do reino do Brasil. Atualmente o estado ocupa a segunda posição, produzindo mais de 30 mil toneladas de pimenta por ano.