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Fundação ParáPaz ajuda mulheres vítimas de violência doméstica a reconstruírem suas vidas

Em dez meses, número de atendimentos já superou o do ano passado. Nesta quarta (25) se iniciam os 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher.

Por Giovanna Abreu (SECOM)
25/11/2020 13h05

ParáPaz Mulher atende exclusivamente mulheres com mais de 18 anos, vítimas de violência doméstica e sexual “Não deixem o medo dominar vocês. Deem o primeiro passo e saibam que é possível transformar a vida. Não podemos aceitar nenhum tipo de violência, precisamos nos libertar. A minha decisão de denunciar, por mais difícil que tenha sido, me fez renascer. Agora posso estudar e trabalhar sem ninguém me controlando”. Esse é o pedido de Luzia Saraiva, uma das mulheres assistidas pelo ParáPaz Mulher, em Ananindeua, para todas as mulheres que sofrem qualquer tipo de abuso ou violência. 

A Fundação ParáPaz assistiu apenas em outubro de 2020, 298 casos de violência física contra mulheres no território paraense Após um casamento de 29 anos, com agressões psicológicas e físicas, que foram se tornando cada vez mais frequentes, Luzia decidiu dar o primeiro passo, através da denúncia.

“Ele me fazia acreditar que era cuidado quando me vigiava na saída do trabalho. Não me deixava estudar e dizia que eu era incapaz de sobreviver sem ele”, conta.

Em 2019, Luzia procurou a Delegacia da Mulher e foi encaminhada para o atendimento integral da Fundação ParáPaz Mulher, o que fortaleceu a sua decisão.

“Me senti amparada e segura desde o primeiro atendimento. Há mais de um ano estou em acompanhamento e já me sinto mais forte. Estou cursando Serviço Social para ajudar outras mulheres”, reforça.

A psicóloga do ParáPaz, Izabela Lobo, integra uma equipe multiprofissional que acolhe e acompanha mulheres que buscam atendimento A Fundação ParáPaz fez mais de 8,3 mil atendimentos na Região Metropolitana de Belém e interior do Estado em 2019. Em 2020, de janeiro a outubro, esse número de atendimentos foi superado, com 8.318 registrados. Apenas no mês de outubro, foram contabilizados 298 casos de violência física; 379 de abuso psicológico; 172 casos de violência moral; 55 de abusos sexuais e 45 casos de violência patrimonial. 

Segundo Izabela Lobo, psicóloga do ParáPaz, uma equipe multiprofissional acolhe e faz o acompanhamento psicossocial de mulheres que buscam atendimento. Atividades individuais e grupais, com momentos reflexivos e escutas qualificadas, fazem parte da rotina da Unidade. 

“Para que a mulher reestruture a sua vida, superando aquele momento, são feitas orientações, projetos e encaminhamentos, de acordo com a necessidade de cada uma. Oferecemos um ambiente seguro e que garanta o conforto que elas precisam”, explica a psicóloga.

O ParáPaz Mulher atende exclusivamente mulheres com mais de 18 anos, vítimas de violência, com atendimento humanizado para garantir direitos e qualidade de vida. 

16 DIAS DE ATIVISMO

A campanha internacional dos ‘16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres’ começa nesta quarta-feira (25), no Dia Internacional pela Eliminação deste tipo de abuso, e segue até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos. O objetivo é provocar a reflexão sobre os tipos de violências que mulheres, como a Luzia, estão sujeitas e de que maneira é possível superá-las.

No Brasil, a mobilização abrange o período de 20 de novembro a 10 de dezembro e é coordenada desde 1991 pelo Centro para Liderança Global das Mulheres. A campanha nacional deste ano, com o tema Onde Você Está que Não me Vê? busca alcançar mulheres vítimas de violência, especialmente, durante a pandemia de Covid-19. 

“Toda a campanha é de extrema importância pra nós, mulheres. A violência e suas consequências, como preconceito, discriminação, exclusão e desigualdade são patologias culturais e para transformar essa realidade é necessário que a violência seja desconstruída através da visibilidade e da discussão”, ressalta a psicóloga do ParáPaz.

SERVIÇO 

Para celebrar o início da Campanha e o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, nesta quarta-feira (25), às 19h, será transmitida a live “Viver em paz é viver sem medo” no Facebook do ParáPaz

Se você precisar de ajuda ou conhecer quem precise, acesse a plataforma ParáPaz Acolhe, que oferece apoio a mulheres e crianças vítimas de violência doméstica e sexual no Estado.