Qualidade da educação perpassa pelos desafios da gestão escolar
Na data em que se celebra o Dia do Diretor Escolar, 12 de novembro, gestores de unidades de ensino da rede estadual compartilham os desafios para a busca contínua da qualidade na educação na capital paraense e no interior, mesmo durante a pandemia. O profissional é responsável por cultivar bons relacionamentos entre os públicos da comunidade escolar, como alunos, professores e técnicos.
O novo coronavírus alterou a rotina de todos os setores da sociedade. Mas é na escola que o impacto no dia a dia é sentido com a suspensão das aulas presenciais e a adoção de novas técnicas pedagógicas, como o ensino remoto. Indicadores que antes já eram desafiadores, como a evasão escolar, tornaram-se ainda maiores.
Envolver o corpo docente para preparação de aulas virtuais, material de estudos e manutenção do contato com alunos à distância são algumas das atividades que ficam no radar dos gestores das 927 escolas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
“Parabéns, diretor, pela sua valiosa contribuição em prol de uma educação de qualidade para o Estado do Pará. A Seduc tem direcionado esforços que visam promover ações exitosas para esse trabalho que é feito dentro do espaço escolar. Dentre eles, cursos de formação para os gestores mesmo durante a pandemia; além da melhoria da estrutura das escolas, trazendo um espaço agradável para que o aluno e os profissionais de educação se sintam bem”, detalhou Regina Pantoja, secretária Adjunta de Ensino da pasta.
Desde 2016, a frente da Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, em Melgaço, no Marajó, o diretor Hélio Baia afirma que a recente reconstrução auxilia na superação de dificuldades. “Estamos muito focados em melhorar o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da escola, combater a evasão, a distorção idade/ano, ampliar o ensino médio para as comunidades rurais e preparar nossos estudantes para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)”, disse Hélio.
Helio Baia, diretor Tancredo Neves em MelgaçoA implantação de projetos pedagógicos, como festivais de folclore, arte e cultura, das linguagens, jogos internos, música no pátio da escola, intervalo musical, projeto aula no parlamento, semana do meio ambiente e roteiro geohistórico na cidade. “Essas atividades têm refletido positivamente na permanência dos alunos no espaço escolar, assim como, a autoestima daqueles jovens e adolescentes. Durante a pandemia procuramos seguir as diretrizes encaminhadas pelo governo do Estado. Com a disponibilidade do fundo de auxílio fizemos os investimentos conforme as orientações e acompanhamos a vida dos servidores, assim como de seus familiares”, acrescentou o diretor.
Na capital, Silvia Evanovicth Monteiro é diretora da Escola Estadual João Renato Franco, no bairro da Cremação, há cinco anos. Nenhum deles foi tão desafiador quanto este. “Tudo que estava pré-organizado e estabelecido para ser desenvolvido em 2020 foi bruscamente interrompido. E foi preciso nos reunir, dar as mãos e reorganizar pedagogicamente para que o ano letivo não fosse tão prejudicado. Em abril, a escola começou a trabalhar com caderno de atividades onde os professores criaram grupo de WhatsApp e adicionaram pais e responsáveis de cada aluno para enviarem vídeo aulas. Isso trouxe ainda mais união para a equipe docente, pedagógica e diretiva da escola”, admite.
Silvia Evanovicht, diretora João Renato, em Belém
Para a gestora, algumas características são fundamentais para o exercício pleno da função. “Proatividade com o trabalho e aprendizado; a capacidade de liderar; permitir-se dar e receber feedbacks; ser maduro profissionalmente; ter sensibilidade na gestão de conflitos; e saber administrar processos e pessoas”, finalizou.