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NOVEMBRO AZUL

Hospital Ophir Loyola faz alerta sobre o câncer de próstata

Exames para detectar a doença devem ser realizados a partir dos 50 anos

Por Lívia Soares (HOL)
09/11/2020 10h20

Símbolo do movimento Novembro AzulO mês de novembro é dedicado à conscientização da saúde masculina e marcado por diversas ações no mundo todo para alertar, principalmente, sobre o câncer de próstata e as principais doenças que atingem o homem. O movimento Novembro Azul surgiu em Melbourne, na Austrália, em 2003, quando os amigos Travis Garone e Luke Slattery, incentivados pela campanha da mãe de um colega, que levantava fundos para o combate ao câncer de mama, tiveram a ideia de transformar o bigode no símbolo da saúde masculina.

No Brasil, o movimento chegou em 2008 por meio do Instituto Lado a Lado pela Vida em conjunto com a Sociedade Brasileira de Urologia, com os mesmos objetivos da campanha original. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum, ficando atrás apenas do de pele não-melanoma. Ainda de acordo com o instituto, a estimativa para 2020 é de 65.840 novos casos no país.

A doença é o tipo de câncer mais incidente entre os homens paraenses: são esperados 930 casos novos somente para este ano. Atualmente, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência estadual em oncologia, atende 224 pacientes com a enfermidade.

O câncer de próstata é uma neoplasia maligna que acomete os homens a partir dos 50 anos de idade, atingindo seu pico de incidência em torno dos 60 a 65 anos. O tumor se desenvolve na próstata, glândula do sistema reprodutor masculino, responsável por produzir fluido seminal, líquido espesso que contém espermatozoides. Localizada abaixo da bexiga e à frente do reto, a glândula envolve a parte inicial da uretra, canal por onde a urina armazenada na bexiga é eliminada. É considerada uma doença da terceira idade, já que a maioria dos casos costuma ocorrem a partir dos 60 anos.

Além da idade avançada, outros fatores de risco contribuem para o aparecimento da neoplasia, como histórico familiar, pai ou irmão com a doença, excesso de gordura corporal, dieta rica em gorduras e pobre em fibras, frutas e vegetais; exposição a aminas aromáticas, arsênio e produtos de petróleo, comuns nas indústria química e mecânica. Segundo o urologista do HOL, Frederico Andrade, o fumo, a obesidade e o sedentarismo não são fatores determinantes diretos, mas influenciam no desenvolvimento de um ambiente celular propício para o aparecimento das neoplasias malignas.

O diagnóstico é feito por meio do exame para avaliar a dosagem do PSA (Antígeno Prostático Específico) e do exame de toque retal, sendo um complementar ao outro e devem ser realizados a partir dos 50 anos, homens com histórico familiar de câncer de próstata devem fazer a partir dos 45 anos. Outros exames de imagem podem ser solicitados como tomografia, ultrassonografia e ressonância magnética. A confirmação é feita através da biópsia, onde é retirada amostras de tecido da glândula para análise.

"Os homens são mais desligados, não costumam cuidar da saúde. Quando falamos em exame digital da próstata, o preconceito ainda é enorme, principalmente nos países latinos, em especial no Brasil. Apesar da realização ser rápida e indolor, muitos evitam e, por este motivo, só procuram ajuda quando os sintomas já estão incomodando" - Frederico Andrade, urologista do HOL.

Nas fases iniciais, o cancro da próstata pode ser assintomático, a maioria dos pacientes não apresentam nenhum ou sintomas leves, muitas vezes parecido com o crescimento benigno da próstata, como dificuldade de urinar, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. Nos estágios mais avançados, além dos sintomas urinários, podem surgir dor óssea, insuficiência renal e infecção generalizada.

A escolha do tratamento depende do estágio da doença e do estado do paciente. São utilizadas a cirurgia (prostatectomia), que é a retirada de toda próstata e vesícula seminal, radioterapia e terapia hormonal. "É de extrema importância que os homens façam os exames de rotina, para que qualquer doença seja identificada e tratada precocemente. Em caso do câncer de próstata em fases iniciais, a chance de cura é superior a 90%", enfatiza o médico.

Francisco Farias descobriu que estava doente em uma consulta de rotinaO designer Francisco Farias, 56 anos, descobriu que estava doente depois de uma consulta de rotina. "Eu não sentia nada, fui no médico levar meus exames durante uma consulta e meu PSA estava alterado. Ele me passou antibiótico e pediu para refazer os exames quando acabasse a medicação, mas continuava alterado, então fui encaminhado para o urologista que me diagnosticou”.

Francisco conta que a notícia o abalou muito. "Nós nunca estamos esperando para receber um diagnóstico de câncer, isso mexeu comigo! Deixo um alerta: façam os exames, procurem um médico, é uma doença silenciosa e pode ser que se descubra tarde demais. O exame de toque é um exame normal, esse preconceito é bobo e não deveriam ter. A saúde é mais importante do que o preconceito".