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Hospital Ophir Loyola alerta para casos de câncer de mama em homens

Segundo a unidade, doença afeta um homem a cada 100 mulheres

Por Lívia Soares (HOL)
23/10/2020 12h52

Muita gente não sabe, mas o câncer de mama não é restrito somente às mulheres, homens também podem desenvolver a doença. Ainda que não tenha volume, a mama masculina possui glândulas e tecido mamário onde o tumor pode aparecer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 1% dos casos de câncer de mama é masculino, ou seja, a cada 100 mulheres diagnosticadas, há um homem acometido pela enfermidade.

O tumor é provocado pelo crescimento desordenado das células e podem ser desencadeado por vários fatores, entre eles, o envelhecimento – o câncer de mama acomete homens na faixa etária dos 60 anos. Existem ainda fatores hormonais que ocorrem quando o homem é exposto, durante muito tempo, ao estrogênio devido a alguma doença, como a hepática, que altera a função produzindo mais esta substância.

Os fatores externos  como o sedentarismo, o alcoolismo e obesidade, assim como fatores genéticos relacionados a casos de câncer de mama na família, em mãe ou irmã por exemplo, podem ocasionar a neoplasia maligna. Homens com alterações no gene BRCA2 e síndrome de Klinefelter, que faz com que os testículos não se desenvolvam completamente, aumentam as chances de aparecimento deste tipo de câncer.

Juliana Carvalho, médica mastologista do Hospital Ophir LoyolaA identificação da neoplasia maligna da mama masculina é feita da mesma forma que a feminina, por meio da mamografia, ultrassom e biópsia. Na maioria das vezes, é tardia e tem um pior prognóstico em comparação às mulheres. "O nódulo na mama do homem pode ser percebido mais rápido do que na mulher, isso acontece porque o tecido mamário do homem é menor, tem pouca glândula e menos gordura. O grande problema é que os homens não tem costume de fazer o autoexame, demoram a procurar o médico e somado a isso tem também a questão do machismo atrelado", explica a mastologista do Hospital Ophir Loyola, Juliana Carvalho.

A médica ainda fala que não é padrão fazer exames de rastreamento para este tipo de câncer na população masculina. "Só realizamos em casos em que o homem tem parentes de primeiro grau com histórico deste tipo de câncer ou possuem a mutação do gene BRCA2".

Os principais sintomas envolvem protuberância ou inchaço, geralmente indolor, mudança na textura da pele, retração do mamilo, vermelhidão ou descamação e inchaço nos linfonodos da axila. "Importante ressaltar que, apesar de raro, é necessário alertar e conscientizar para qualquer alteração no corpo, a fim de obter um diagnóstico precoce e aumentar as chances de sucesso no tratamento", ressalta Carvalho.

O pedreiro S.G.A, 77, morador do município de Barcarena, já fazia tratamento contra o câncer de pele no Hospital Ophir Loyola quando sentiu um nódulo no lado direito do peito. Durante consulta, pediu para que a médica o examinasse, logo foi encaminhado para a clínica de mastologia. "Nós já sabíamos que o câncer de mama poderia aparecer em homens, mas a gente nunca imagina que iria acontecer com alguém da nossa família", disse a filha que o acompanha durante todo o tratamento.

Após a confirmação, as opções de tratamento dependerá do estágio do tumor. No sexo masculino, indica-se a cirurgia e, caso necessário, encaminha-se para radioterapia, quimioterapia ou hormonioterapia. "Assim como todos os tipos de câncer, o de mama pode ser prevenido com hábitos saudáveis. A falta de informação e o preconceito são os principais inimigos da doença", avalia a especialista Juliana Carvalho.