Amamentação atua na prevenção do câncer de mama; entenda
Nutricionista do Hospital Materno-Infantil de Barcarena aponta os benefícios do aleitamento materno contra a doença
O ato de amamentar traz inúmeros benefícios para o bebê e para a mãe. Além de atuar no desenvolvimento da criança e fortalecer o vínculo entre mãe e filho durante os seis primeiros meses, a amamentação também ajuda na prevenção ao câncer de mama.
Um estudo publicado pela revista médica britânica The Lancet, realizado com pesquisas epidemiológicas em 30 países, aponta que quando uma mulher amamenta, o risco de contrair a doença diminui de 4,3% a 6% para cada 12 meses de aleitamento materno.
Ainda segundo a pesquisa, o aleitamento materno, com incentivo ao ato nos primeiros anos de vida da criança, entre seis meses até dois anos ou mais, evitaria a morte de cerca de 20 mil mulheres vitimadas pelo câncer a cada ano.
Benefícios do aleitamento materno
Segundo Danielly Souza, nutricionista que atua no Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB), isso acontece porque o aleitamento materno cria mecanismos de adaptação e indução no corpo da mulher que auxiliam na prevenção do câncer de mama.
“É nessa fase que a mãe tem um perfil hormonal que induz a maturação das glândulas mamárias tornando as células mais 'estáveis' e menos propensas ao desenvolvimento do câncer”, explica.
A profissional, que é responsável técnica pelo o Banco de Leite Humano do HMIB, destaca ainda que pesquisas apontam que, nesse período, ocorrem trocas de substâncias em que os hormônios agem como fator de proteção em relação ao câncer de mama.
“Esse mecanismo hormonal acontece a partir da estimulação do seio da mãe pela criança. Isso significa que quanto mais a mãe amamentar, mais protegida ela está, pois o tempo de amamentação contribui para uma menor incidência de câncer de mama”, afirma a profissional.
Mas, além de amamentar, a mulher deve realizar o autoexame. Os exames preventivos, como a mamografia, e consultar um médico anualmente, principalmente depois dos 40 anos, ajuda no diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura. Mulheres com histórico de câncer de manda na família também precisam ficar atentas e redobrar a prevenção.