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Governo reforça a importância da atuação dos médicos no combate à Covid-19

O sentimento de gratidão marca o dia 18 de outubro, data em que é celebrado o Dia do Médico

Por Giovanna Abreu (SECOM)
18/10/2020 09h06

Aos 99 anos, dona Raimunda Amorim venceu a Covid-19 com a ajuda da equipe multidisciplinar do Hospital Abelardo Santos, em Belém"Curar quando possível; aliviar quando necessário; consolar sempre”. A famosa frase de Hipócrates, considerado o pai da medicina, faz ainda mais sentido diante da atuação incansável dos profissionais desde o início da pandemia de Covid-19. Neste 18 de outubro, data em que é celebrado o Dia do Médico, o sentimento de gratidão pela dedicação desses profissionais é ainda maior.

"A doação dos médicos, especialmente durante a pandemia, é uma grande demonstração de coragem  e amor a profissão que escolheram. Colocaram as suas vidas em risco e viveram momentos de muita tensão longe de sua família. Infelizmente, muitos se tornaram vítimas fatais. Todos os médicos merecem todo o nosso reconhecimento", ressalta Romulo Rodovalho, titular da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa).

O médico Eliezer Santino, que teve a sua formatura antecipada pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), iniciou a sua trajetória profissional no combate ao novo coronavírus atuando na Policlínica Metropolitana do Estado. “Nunca imaginei viver isso. Atendíamos, em média, cinco pacientes em cada aula de Saúde Coletiva e passamos a atender 50 pessoas por dia com sintomas de uma doença que ninguém conhecia”, relembra. 

Equipes médicas são incansáveis no cenário da pandemia e têm cruzado o território paraense para chegar às pessoas que mais precisam Segundo o profissional, o aprendizado era diário. “Os médicos não paravam de estudar os protocolos de tratamento do mundo todo. Nos dedicamos muito para garantir o melhor atendimento a cada paciente”, ressalta. 

Um dos momentos mais difíceis neste período para Eliezer foi atender o seu próprio tio, que faleceu. Ele acredita que essa foi uma das grandes dificuldades para todos os médicos que atuaram na pandemia. “Fiquei 45 dias hospedado em um hotel para preservar a minha família. E quando perdi o meu tio fiquei sem chão. Não podia abraçar ninguém, foi muito difícil”, afirmou o médico que também foi positivado para a doença. 

O profissional atendeu na Policlínica Metropolitana e na Policlínica Itinerante, percorrendo oito municípios paraenses nos meses de maio e junho de 2020. “As estratégias utilizadas pelo governo, como disponibilizar os consultórios da Policlínica Metropolitana e a descentralização dos atendimentos para o interior, salvou muitas vidas. Eu tenho orgulho de ter feito parte dessa equipe”, garante.

Vivendo o primeiro Dia dos Médico, o recém formado ressalta o sentimento de doação. “Todos nós vivemos momentos de medo, mas a vocação falava mais alto. Depois de tudo o que passamos nesse ano, levarei para os próximos dias do médico o desejo de ajudar a quem precisa, não importa a circunstância, vamos lutar para proteger e salvar vidas”, finaliza.

O secretário Romulo Rodovalho agradece, em nome de toda a população paraense, a todos os médicos que atuam no dia a dia do Sistema Único de Saúde e que se dedicam para acolher os pacientes que procuram atendimento. E dispensa um agradecimento especial aos profissionais que se doaram e arriscaram as suas vidas no combate ao Covid-19.

Antonio Carlos Filho, um dos pacientes recuperados de Covid-19, atendidos no Hospital de Campanha do Hangar, na capital paraense

"Quem estava na linha de frente não podia cair, a gente tinha de levantar, tinha que passar segurança para os pacientes, e havia a preocupação com os nossos familiares que deixávamos em casa, eu acho que esse desafio foi o mais difícil, ser um suporte para as pessoas, transparecer segurança e ao mesmo tempo estar quebrado em mil pedaços, mas é isso que é a medicina, colocar o próximo em primeiro lugar e ajudar, ajudar da melhor forma possível'', recordou a médica Ariana Dia dos Santos, que esteve na linha de frente do Hospital Abelardo Santos, em Icoaraci, distrito de Belém, nos momentos mais críticos da pandemia na capital paraense.

Por mais de dois meses, o Hospital Abelardo Santos recebeu exclusivamente pessoas com sintomas provocados pelo novo coronavírus, atendendo mais de 38 mil pacientes entre 14 de maio e 7 de julho. Com oito anos de atuação profissional, a doutora Ariana Santos relembrou dos dias mais complexos. "A gente realmente não sabia com o que estava lidando, foi difícil em todos os sentidos como médica, como pessoa, mãe, mas a gente precisava ser mais forte para os pacientes, mesmo diante do desconhecido, esse foi o maior desafio que eu tive, e acho que grande parte dos colegas tiveram também''.

GRATIDÃO

"Os médicos cubanos ofereceram um atendimento excepcional no Hangar, assim como os outros profissionais. Eu nunca esperei encontrar uma estrutura de atendimento tão completa. Graças a Deus fui muito bem tratado durante os dez dias da minha internação. Sou muito grato", assegura o representante comercial, Antonio Carlos Filho, um dos pacientes recuperados de Covid-19, atendidos no Hospital de Campanha do Hangar, em Belém. 

Uma das pacientes mais idosas atendidas no Hospital Abelardo Santos, dona Raimunda Amorim, de 99 anos, teve Covid-19 e com o atendimento dos médicos junto a equipe multiprofissional da UTI da Unidade, se recuperou e pode comemorar junto à família a chegada do centenário, no dia 30 de agosto.

A neta da dona Raimunda, Flávia Silva, é grata por todos os cuidados dispensados para a recuperação da sua avó, que estava muito debilitada fisicamente e emocionalmente.

"Quando ela apresentou os primeiros sintomas, fomos orientados por um médico do 192, para que levássemos ela imediatamente para a emergência. E então ela recebeu todo atendimento necessário no Abelardo", conta Flávia, com o coração grato por estar ao lado da sua guerreira.

LINHA DE FRENTE

No combate à Covid-19, o Governo do Pará reforçou o quadro de profissionais na rede pública de saúde, o que foi fundamental para alcançar resultados tão expressivos. Em abril, a Sespa convocou, por meio de chamada pública, oito categorias profissionais para ampliar a atuação no enfrentamento à pandemia. Confira a edição do Diário Ofical do Estado.  

RESIDENTES

O Governo do Estado também autorizou, por meio do Decreto nº 698, a convocação dos médicos que estavam cursando programas de residência médica vinculados aos órgãos e entidades da Administração Pública estadual e a outras instituições, públicas ou privadas, de ensino superior do Pará. Mais de 300 residentes atuaram em unidades de saúde da rede estadual e municipal. 

UEPA

A Universidade do Estado do Pará antecipou a formatura de 80 médicos para atuarem no combate à Covid-19 em Belém, Santarém e Marabá. 

MÉDICOS CUBANOS

Para reforçar o sistema de saúde pública estadual e do município de Belém, o Governo do Pará trabalhou na contratação de 86 médicos cubanos para atuarem no Hospital de Campanha, instalado no Hangar, nas unidades básicas de saúde (UBSs) e de pronto-atendimento (UPAs), além dos prontos socorros (PSs) de Belém. 

INVESTIMENTOS

Na foto, o governador Helder Barbalho em visita a hospital de campanha no momento que conversa com paciente e corpo técnicoDesde a notificação do primeiro caso de Covid-19 no Pará, em 18 de março de 2020, o Governo do Estado reforça investimentos para o combate da doença e fortalece o compromisso com a saúde da população paraense. Já foram investidos R$110.983.238,60 neste período. Para custear os hospitais de campanha foram investidos, de abril a setembro, R$164.438.360. Outros R$582.000.000 foram destinados para o custeio do pagamento de profissionais como médicos, enfermeiros, técnicos e serviços gerais, recolhimentos fiscais, pagamento de prestadores de serviços, compra de materiais descartáveis e medicamentos. 

Para atendimentos mais urgentes em que foi necessário levar pacientes de um município para outro, o Estado investiu R$25.000.000,00 em transporte aéreo entre os meses de abril e setembro. As cidades de Belém, Altamira, Conceição do Araguaia e Cametá receberam R$73.733.828,85 para a aquisição de material químico, farmacêutico, hospitalar e odontológico, além de uniformes e EPI’s. A verba também foi usada para alimentação e pagamento de profissionais.