Catedral de Belém e Basílica Santuário de Nazaré são referências de fé, devoção e arte
As duas igrejas marcam os dois pontos referenciais do Círio de Nazaré e guardam histórias desde as origens da cidade e do processo de ocupação urbana
Catedral é a chamada Igreja-Mãe de Belém, dedicada à Nossa Senhora da Graça e finalizada pelo arquiteto italiano Antonio José LandiAs estruturas arquitetônicas, os significados e os sentimentos que envolvem a Catedral de Belém e a Basílica Santuário de Nazaré, tornaram essas igrejas grandes pontos turísticos e patrimônio histórico do Pará. Atrações o ano inteiro, religiosidade e fé fazem das igrejas pontos de descanso espiritual e renovação da fé.
A igreja da Sé foi construída entre os anos de 1748 e 1774, finalizada pelo arquiteto italizano Antonio Landi. Mas a primeira capela foi levantada em 1616 por Castelo Branco, no antigo Forte do Presépio, em homenagem a Nossa Senhora da Graça, até ser transferida para o local atual, onde recebeu influências do barroco e do estilo neoclássico.
Para se tornar uma catedral, o então bispo do Pará, Dom Macedo Costa, fez algumas reformas. Com um novo retábulo para o novo altar-mor, novos painéis para os altares colaterais e para as abóbadas, piso em mármore, entre outros. O novo altar-mor, de mármore e alabastro, veio de Roma como oferta do Papa Pio IX. Os altares laterais passaram a ser ocupados por telas do pintor Domenico de Angelis. Ainda no bispado de Dom Macedo Costa, ele consagrou a Catedral a Santa Maria de Belém. E em 1882 a procissão do Círio de Nazaré passou a sair da Catedral. A Catedral de Belém fica localizada na Cidade Velha.
Basílica Santuário de Nazaré foi construída às proximidades de onde a tradição relata o achado da imagem da virgem por Plácido Já a Basílica Santuário de Nazaré é única na Amazônia brasileira e tem sua história vinculada à imagem de Nossa Senhora de Nazaré encontrada por Plácido às margens do igarapé Murutucu. Começou a ser construída em 1909, onde havia uma igreja menor desde o século XVIII. Possui estilos inspirados no neoclássico. Na fachada da igreja, há duas inscrições em latim: “Deiparae Virgini a Nazareth”, que em Português lê-se “Virgem de Nazaré Mãe de Deus” e a inscrição menor, “Salve Regina Mater Misericordiae” que significa “Salve Rainha Mãe de Misericórdia”.
ENCONTRO
“O templo que reúne história de fé, estilos artísticos em sua estrutura arquitetônica - como neoclássico, bizantino e renascentista - é um encontro de beleza, arte, fé e muito amor do povo paraense à Virgem de Nazaré”, afirma Janes Jaques, turismóloga da Pastoral de Turismo da Basílica. Tudo na Basílica dirige-se para o altar, onde está a imagem de Nossa Senhora, e é de lá que os mosaicos, iniciados pela direita, “rezam” o Salve Rainha. Nas áreas laterais também pode-se observar mosaicos das mulheres que estão na Bíblia e guardam lições que serão encontradas na Virgem Maria. A Basílica fica localizada na Praça Santuário, que faz parte do Conjunto Arquitetônico de Nazaré.
Em 2006, foi elevada à categoria de Santuário Mariano Arquidiocesano pelo então Arcebispo Metropolitano de Belém Dom Orani Tempesta. Assim passou a chamar-se Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré por receber romeiros e peregrinos, principalmente durante o Círio de Nazaré.
Segundo Janes Jaques, há um sentimento que é repassado de pai para filho através da celebração do Círio de Nazaré, que estabelece uma relação de carinho e cuidado com a Basílica Santuário. Atraídas pela “devoção, pelo estilo arquitetônico e o Círio de Nazaré”, como destaca Janes Jaques, visitas de todo o Brasil e do mundo vão ao Santuário o ano inteiro.
HISTÓRIA
Desde 2014, o projeto da Pastur da Basílica "Conhecendo a Casa de Maria" recruta jovens acadêmicos e vários profissionais para, voluntariamente, promover a visita guiada no templo. Passando pelo espaço Memória de Nazaré, em que a visita guiada conta a história do achado por Plácido, do primeiro Círio, da história da Corda, testemunhos de fé, entre outras. Além disso, a Casa de Plácido, conhecida por receber os romeiros durante o período do Círio, também faz parte do passeio.
A Igreja da Sé também possui projetos de visitas guiadas por voluntários. Segundo uma das coordenadoras da Pastur, Mônica Sousa, as pessoas se interessam por conhecer a história da capital e em como isso está vinculado à religiosidade.
Mônica Sousa destaca que o “nosso estado tem grande potencialidade de trabalhar outros roteiros religiosos, além do Círio, como o Roteiro das Igrejas do bairro da Cidade Velha, cumprindo o papel de evangelização através do turismo, para que nestes templos haja visitação e circulação de pessoas e que as mesmas possam levar para suas casas um pouco mais do amor de Deus”.
“O turismo Religioso é um dos principais segmentos interligado ao Turismo Cultural e vem crescendo a cada ano. Movimenta a economia local. Tem efeitos positivos em diversas áreas, como a de hospedagem, alimentos e artesanato local”, destaca Janes Jaques.
Quem vem a Belém não pode deixar de visitar essas igrejas. Elas representam fé e devoção; são importantes para a cultura e turismo. Elas estão abertas para visitações o ano inteiro. Hoje, tanto a Basílica de Nazaré quanto a Igreja da Sé estão entre os principais patrimônios históricos do Pará.
(*Com a colaboração de Aila Beatriz Inete)