Bibliotecas escolares incentivam a leitura e elevam índices da educação
As irmãs gêmeas Laura e Leia Souza, de 13 anos, junto com o amigo Pedro Pereira, de 12 anos, são as frequentadoras mais assíduas da biblioteca da Escola Estadual Antônio Gomes Moreira Junior, localizada no conjunto Paraíso dos Pássaros, no bairro de Val de Cans, em Belém.
A professora de Língua Portuguesa Ana Padilha, de 56 anos, que coordena a biblioteca, conta que assumiu o espaço em abril deste ano e quando abriu as portas de manhã cedo os três foram os primeiros a entrar e por lá passam todos os dias após as aulas do oitavo ano. Eles sabem em que prateleira encontra-se cada livro.
Laura Souza comenta que ler é uma parte importante da sua rotina, até mesmo quando se depara com livros complexos e não compreende tudo o que lê. “Eu fico muito feliz quando leio. Desperta minha imaginação e a minha criatividade”, diz.
Laura gosta de desenhar e quando crescer quer trabalhar com animação. Depois que começou a ler com mais frequência, ela conta que passou a desenhar cada vez melhor. “Ninguém me ensinou. Eu comecei a ler e a desenhar por mim mesma e os livros me ajudaram muito”, explica a estudante, com uma grande facilidade de comunicação.
Já sua irmã gêmea, Leia Souza, não sabe ainda o que quer ser quando crescer. “Talvez médica, advogada ou professora. Eu só sei que adoro ler e tudo". Ela conta que prefere a literatura romântica e como exemplo de livro preferido cita a obra "O Dom do Crime”, de Marco Licchesi.
O amigo Pedro Pinheiro, 12 anos, que ser programador de computador e se considera um rato de biblioteca. Ele também incentiva os amigos a procurarem a leitura. “Eu que escolho o livro para os meus amigos de acordo com o interesse deles”, comenta Pedro.
Ele lembra que havia um livro muito procurado pelos estudantes, o “Diário de Um Banana” do autor e ilustrador Jeff Kinney, que não constava no acervo da biblioteca. “Eu tinha em casa e doei para a escola”, ressalta orgulhoso.
Bibliotecas Escolares
A rede estadual de ensino possui aproximadamente mil escolas. Destas, 50% estão equipadas com bibliotecas escolares, como explica a coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares (Siebe), Arilene Piedade, que tem a responsabilidade de criar e implantar estes espaços nas escolas da rede estadual de ensino.
Ela destaca que o grande objetivo do Sistema é permitir o acesso à informação e ao conhecimento através de ações de leitura. “Ele articula, organiza e dinamiza os espaços das bibliotecas escolares para que os alunos tenham acesso ao conhecimento”. Ao todo a rede estadual de ensino conta com aproximadamente 650 mil alunos.
Arilene também ressalta que a prática da leitura eleva os índices da educação básica. Para isso as bibliotecas escolares contam com o auxílio de bibliotecários e professores que integram as atividades didáticas desenvolvidas em sala de aula com as bibliotecas. “São eles que dinamizam e que fazem as bibliotecas escolares funcionarem”, comenta a coordenadora.
A professora de Língua Portuguesa Ana Padilha utiliza a biblioteca escolar como ferramenta didática fundamental para o desenvolvimento do aluno. Ela destaca que é um recurso útil não apenas para sua disciplina como para todas as outras do currículo escolar. O aluno que pega livros emprestados e que vai desenvolvendo esse hábito, melhora em todas as disciplinas. “A leitura desenvolve o raciocínio lógico e apura a interpretação de mundo por parte do aluno. Se todos os professores tivessem esta consciência nós teríamos um país e um mundo melhor”, ressaltou.