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Governo do Estado realiza primeira cirurgia bariátrica do Programa Obesidade Zero

Meta são 480 cirurgias bariátricas gratuitas por ano no Pará. Iniciativa integra uma política do Estado que visa a acabar com as filas para atendimentos especializados

Por Giovanna Abreu (SECOM)
01/10/2020 12h40

“Estou vivendo um grande sonho, um recomeço. Só quero olhar para frente. Esse é o primeiro passo para a minha nova vida. É o primeiro degrau de uma escada que eu vou subir em qualidade de vida e saúde, e eu vou chegar lá”, disse emocionada Nadya Siqueira, a primeira paciente a realizar a cirurgia bariátrica por meio do Programa Obesidade Zero, no Pará. Doutor Carlos Ribeiro conversa com paciente do "Obesidade Zero''Com a meta de realizar 480 cirurgias bariátricas por ano, o Programa Obesidade Zero, lançado pelo Governo do Estado, realizou, nesta quinta-feira (1º), o primeiro procedimento cirúrgico para redução de peso. O Programa é pioneiro no Brasil, e acelera o acesso gratuito à cirurgia bariátrica aos pacientes diagnosticados com a necessidade de intervenção médica.

Segundo o coordenador do ‘Obesidade Zero’, o médico cirurgião Carlos Armando Ribeiro, o Programa busca garantir mais saúde para a população obesa e representa uma transformação de vida, um resgate social. “Estamos oferecendo à população o que tem de melhor e mais moderno na medicina em relação à cirurgia bariátrica do Brasil e do mundo’, afirma. 

Lançado no dia 10 de setembro de 2020, o Programa realizará, em média, 40 procedimentos cirúrgicos por mês, no sistema público de saúde, por meio de videolaparoscopia. No Hospital Jean Bitar serão realizadas 20 cirurgias bariátricas por mês, além de toda a avaliação clínica do candidato e acompanhamento no pré e pós-operatório. O Hospital Público Galileu fará as outras 20 cirurgias e o devido acompanhamento.

"Saíremos de cinco cirurgias por mês para uma meta de quarenta, um marco em nosso Estado”, cirurgião bariátrico Marcelo MagalhãesO cirurgião bariátrico Marcelo Magalhães, que participou do primeiro procedimento do Programa, ressalta a importância da iniciativa e do investimento do Governo em materiais modernos que proporcionam maior segurança aos pacientes e aos profissionais.

“Nós vamos sair de um patamar de cinco cirurgias por mês para uma meta de quarenta, o que é um marco na história do nosso Estado”, ressalta o cirurgião bariátrico.

Além de garantir saúde e mais qualidade de vida à população obesa, o médico Marcelo Magalhães frisou que o Programa também é uma forma de reduzir despesas públicas. “Esta iniciativa evita o agravamento de outras doenças e diminui o custo de internações em virtude de enfermidades ocasionadas pela obesidade”. 

Doutor Francisco de Assis, um dos pioneiros em cirurgias bariátricas, no Pará, elogia o Programa Obesidade Zero do Governo do EstadoUm dos médicos pioneiros na realização da cirurgia bariátrica no Estado, Francisco de Assis, elogiou a determinação do Governo diante da gravidade do assunto, não só pela incidência da obesidade, como também por suas comorbidades que podem levar à morte precoce e comprometer a qualidade de vida das pessoas.

“Atuo há 20 anos nessa especialidade. Imagine você não poder entrar em um ônibus, comprar uma roupa. Ver o paciente retomando a sua vida com qualidade é a maior recompensa que um cirurgião bariátrico pode ter. É mérito do Governo ter esse novo olhar”, afirma. 

PRIMEIRA PACIENTE

Há mais de sete anos aguardando uma oportunidade para realizar a cirurgia, Nadya Siqueira, 46 anos, afirma ter sido acompanhada por diferentes endocrinologistas desde a sua adolescência. Realizou inúmeros tratamentos e até conseguia eliminar uns quilos, mas rapidamente recuperava. Em 2013, o primeiro médico indicou a necessidade de intervenção.

Depois dos 24 anos o ganho de peso foi intensificado e começou a gerar problemas de mobilidade, como complicações na coluna, desvio no quadril, o que dificultava a locomoção da paciente; além de dificuldades respiratórias, como asma e cansaço extremo. A paciente, com 1,47 m, pesa 84,3 kg, com um Índice de Massa Corpórea (IMC) de 39,01, o que caracteriza uma obesidade de classe 2. 

“Quando eu olho uma pessoa obesa eu sinto dó, porque sei o que é ser gordo e todo o nosso sofrimento. Esse Programa do Governo do Estado foi a melhor coisa que aconteceu. Estar aqui hoje é o reconhecimento da minha batalha de anos. Quem conhece a minha história sabe o quanto viver isso é importante para mim”, destacou Nadya Siqueira.

OBESIDADE

A obesidade é um problema de saúde pública mundial e causa alterações metabólicas. Uma das principais complicações geradas pela doença é a resistência insulínica. Com isso, o paciente apresenta maior chance de desenvolver a hipertensão e, especialmente, a diabetes, que é uma doença silenciosa e pode gerar Acidente Vascular Cerebral (AVC), perda de membros, cegueira, além de ser um fator agravante para a saúde do paciente.

O público-alvo do ‘Obesidade Zero’ é o paciente obeso, com ou sem outros problemas de saúde. Todos precisarão passar por uma avaliação médica para saber se há indicação para o procedimento. A iniciativa faz parte de uma política do Estado denominada Fila Zero, cujo objetivo é acabar com as filas para atendimentos especializados na área da saúde pública. 

DEMANDA

Cerca de 2.500 pessoas já realizaram o cadastro no site. Segundo Carlos Armando, a grande maioria das pessoas que já se inscreveram tem indicação cirúrgica e serão preparados para a avaliação da equipe multidisciplinar do Programa, para que consigam alcançar os critérios e estar aptos para o procedimento cirúrgico. 

“A cirurgia bariátrica tem alguns diferenciais. O paciente precisa perder peso antes de operar, precisam estar compensados de vitaminas, diabetes, pressão alta, por exemplo. Precisam estar no melhor momento para serem submetidos aos procedimentos”, afirma o coordenador  o ‘Obesidade Zero’, o médico cirurgião Carlos Armando Ribeiro. 

CADASTRO

O primeiro passo para o paciente ser atendido é acessar, pelo site da Sespa (http://www.saude.pa.gov.br), o hotsite do Programa (https://www.obesidadezero.pa.gov.br), desenvolvido em parceria com a Prodepa (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Pará).

É possível esclarecer dúvidas sobre o procedimento e fazer uma autoavaliação, por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). A partir das informações solicitadas pelo hotsite, o interessado pode  identificar se tem ou não indicação para a cirurgia bariátrica. Caso haja, o paciente marcará seu atendimento pelo próprio site e receberá a confirmação do hospital, informando dia e horário que deverá comparecer à consulta. 

INDICAÇÃO

São candidatas à cirurgia bariátrica pessoas com Índice de Massa Corporal igual ou superior a 40 kg/m2, e aqueles com IMC entre 35 e 40 kg/m2, que tenham pelo menos uma doença associada à obesidade - diabetes, pressão alta, colesterol alto, gordura no fígado, artrose ou doenças dos vasos das pernas.