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PROJETO AQUAVIÁRIO

Uepa integra experimento inédito de monitoramento da Baía do Guajará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
05/05/2017 00h00

A malha fluvial é a principal via de acesso da região amazônica. Um dos maiores problemas enfrentados por quem trafega nos rios é a formação de bancos de areia, que mudam de forma rapidamente com a correnteza das águas. Para auxiliar essa dinâmica, um esforço conjunto de instituições, entre elas a Universidade do Estado do Pará (Uepa), deu origem ao Projeto Aquaviário, apresentado nesta sexta-feira, 5, em Belém.

A iniciativa, liderada pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), utiliza radares para criar modelos digitais que auxiliem na atualização de cartas náuticas de forma mais rápida, eficiente e menos onerosa, mantendo requisitos técnicos e de segurança. A empreitada congrega ainda pesquisadores do Centro de Levantamentos e Sinalização Náutica da Amazônia Oriental (CLSAOR - Marinha do Brasil), da Universidade Federal do Pará (UFPA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O gerente regional do Censipam, Fábio Luiz Simão, ressaltou a importância do empreendimento para revelar dados sobre as marés e a superfície do solo. “O projeto vai além da pesquisa e reflete em algo concreto: a segurança da navegação na Amazônia. A compreensão da dinâmica dos bancos de areia nos rios é fundamental para a circulação das pessoas e para a movimentação econômica”, afirmou.

A atuação do projeto é na foz do rio Amazonas, entretanto, um experimento piloto na Baía de Guajará foi iniciado em 2016. Na apresentação desta manhã, cada instituição exibiu a metodologia utilizada nas coletas de dados. A coordenadora da ação na Uepa e pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Hebe Ribeiro, detalhou a investigação sobre os parâmetros de qualidade da água e do estado trófico tanto da baía de Guajará, quanto do rio Guamá.

Os índices de qualidade serão determinados a partir de equações específicas a partir de captações via satélite. “Os dados, ainda em tratamento, consideram o uso e a ocupação do solo. O recolhimento das amostras de água é feito durante um ciclo sazonal completo, com maior e menor incidência de chuvas”, explicou.

As pesquisas foram integradas aos trabalhos do Grupo de Estudos em Mineração de Dados do Centro de Ciências Sociais e Tecnologia (CCNT) da Uepa. O docente José Alberto Silva de Sá, membro do grupo, também apresentou os métodos aplicados a partir de redes neurais artificiais. “A ideia é desenvolver classificadores e regressores que sirvam como sistema de monitoramento e alerta da dinâmica de formação de bancos de areia nos canais de navegação do rio Amazonas”, afirmou.

A Marinha disponibilizou um de seus navios para servir de plataforma de coleta de dados hidrográficos, maregráficos, meteorológicos e de apoio ao embarque dos pesquisadores, além de pessoal técnico para execução dessas atividades. A embarcação contém ainda uma lancha e um bote de apoio. A próxima fase do Projeto Aquaviário é o tratamento dos dados coletados, que deve ocorrer até outubro deste ano.