Agricultores de seis municípios preparam o solo para receber sistemas agroflorestais
Técnicos do Ideflor-Bio estiveram em mais de 50 propriedades para avaliar a recomposição florestal em áreas já alteradas pela agricultura
Em Paragominas na Comunidade Nazaré, Paulo Henrique Santos e o engenheiro Florestal do Ideflor-Bio, Cleberson Salomão Técnicos da Diretoria de Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio) visitaram, no período de 24 a 28 de agosto deste ano, mais de 50 propriedades de agricultores familiares no Pará. Elas foram selecionadas para receber a etapa de preparo do solo, por meio da mecanização agrícola. Posteriormente, serão contempladas com a implantação de Sistemas Agroflorestais – SAFs.
Cada agricultor terá um hectare de terra beneficiado pelo Projeto de Recomposição Florestal Produtiva por Sistemas Agroflorestais (PROSAF). Essas áreas passarão por todas as etapas de implantação do sistema, resultando na recomposição florestal produtiva das áreas alteradas pela ação do homem, mediante o plantio de SAFs com a utilização de espécies frutíferas e florestais. No total, foram percorridos seis municípios paraenses atendidos pelo PROSAF, uma política pública do Governo do Estado, criada e coordenada pelo Ideflor-Bio.
LEVANTAMENTO
Com o objetivo de fazer um levantamento técnico e selecionar as áreas para o processo de mecanização, o engenheiro florestal da DDF/Ideflor-Bio, Cleberson Salomão, visitou 27 propriedades nos municípios de Paragominas (Colônia Nazaré), Ulianópolis (Comunidades Boa Esperança e Bom Jesus) e Dom Eliseu (Comunidades Paraíso e Alto Bonito).
“Das 27, verificamos que 24 são passíveis de preparo mecanizado e as demais deverão receber preparo manual. Além da mecanização agrícola, cada agricultor será também beneficiado com uma tonelada de calcário, um insumo utilizado para corrigir acidez do solo e permitir um melhor desenvolvimento das mudas ali cultivadas”, informou o engenheiro.
Já o engenheiro florestal da DDF/Ideflor-Bio, Estevam Coqueiro, visitou 31 propriedades para selecionar áreas para o preparo de novos plantios nos municípios de Bonito (Comunidade da Estiva), Tomé-Açu (Comunidade Miritipitanga) e Concórdia do Pará (Comunidades Jauíra).
Deste total, 29 são passíveis de preparo mecanizado e as demais deverão receber preparo manual. Os agricultores também receberão uma tonelada de calcário.
Nesse momento, a novidade é que, segundo Cleberson Salomão, em cada local visitado estão sendo coletadas as coordenadas geográficas, com o uso de GPS, para o mapeamento das áreas, registrando as condições desses locais antes e após o trabalho de recuperação da cobertura vegetal.
ESTRATÉGIA
O plantio das espécies que compõem os SAFs está previsto para ocorrer a partir do início do período chuvoso, entre dezembro deste ano a janeiro de 2021. Essa ação é prevista no planejamento de metas definidas no PPA de 2020 do Ideflor-Bio. Dentre as espécies frutíferas cultivadas em SAFs estão o açaí, cupuaçu, cacau, pupunha e muruci.
Diretor de Desenvolvimento da Cadeia Florestal do Ideflor-Bio, o engenheiro agrônomo Kleber Perotes explicou que a mecanização agrícola faz parte de um conjunto de estratégias de implantação da política pública. “Estamos chegando à fase de mecanização, ou seja, essas áreas alteradas que serão reintroduzidas ao contexto produtivo terão de passar por um processo de aplicação de calcário. É uma fase que antecede o plantio do SAF”, disse Kleber Perotes.
O diretor informou ainda que essas atividades obedecem ao calendário agrícola. “O preparo de solo associado à mecanização ocorre nesse período. Porém, existem outras áreas em que o SAF já foi plantado anos atrás, então nós fazemos um monitoramento dessas áreas para analisar como está sendo o processo de recomposição florestal produtiva. Os monitoramentos são feitos através de visitas às comunidades e conversas com os produtores para fazermos uma análise mais eficaz”, ressaltou.
O mapeamento das áreas está sendo executado em parceria com o Núcleo de Geotecnologias (NGeo) do Ideflor-Bio. A partir da coleta das informações das áreas via GPS, o NGeo gera um mapa, que possibilitará o monitoramento do desenvolvimento dos SAFs e contribuirá para o balanço das atividades e futuras apresentações sobre o projeto.