Setur e mineradora firmam diálogo para turismo sustentável
O secretário de Estado de Turismo, Adenauer Góes, recebeu na manhã desta quinta-feira (11), três representantes da empresa Araguaia Níquel Mineração Ltda, subsidiária da Horizonte Minerals: o consultor Carlos França, a gerente de Sustentabilidade e Relações Governamentais, Katie Millar, e o sócio diretor da companhia, Antônio Valério. Eles vieram conhecer o planejamento da Setur e as ações previstas de turismo sustentável, bem como os projetos da cadeia Turismo e Gastronomia do Pará 2030, que possam se integrar aos planos da mineradora.
Em junho de 2016, o Projeto Araguaia Níquel recebeu a Licença Ambiental Prévia (LP) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), que concedeu a autorização prévia para o projeto de extração e planta de beneficiamento para produção de ferro-níquel. A LP é um marco importante que demonstra a viabilidade ambiental do Projeto Araguaia, a qual representa a aprovação do Governo do Estado para o projeto planejado.
“A linha que trabalhamos é que as empresas possam ter o seu lucro. Não dá para se imaginar uma empresa que não venha auferir lucro, mas que este lucro tenha também o sentido de trazer qualidade de vida para a população paraense. O Estado do Pará é efetivamente rico pela sua natureza hídrica e mineral. É uma história que começou 401 anos atrás. A melhor síntese da Amazônia Brasileira está em solo e terras paraenses. Então, o turismo surge aí como uma oportunidade, desde que se entenda o processo que contemple o turismo como uma atividade econômica, com uma organização e formação de uma rede de prestação de serviços, como por exemplo a hospedagem, restaurantes, acessibilidade, etc. Trata-se de uma atividade paralela (o turismo), que não vai concorrer com a mineração, e que ainda agrega valor quando bem desenvolvido”, afirma Adenauer Góes.
O primeiro projeto apresentado, da Araguaia Níquel Mineração Ltda., mostrou a versatilidade do níquel, usado para a fabricação de aço inoxidável, uma liga metálica imprescindível para a indústria alimentícia, química e petrolífera. A partir do aço são feitos eletrodomésticos, automóveis e ferramentas, materiais de construção civil e instrumentos cirúrgicos. A explanação, feita pelo representante da empresa, Daniel Amaral, destacou a importância da contratação de mão de obra local para o empreendimento, que deve criar 1,1 mil empregos diretos na fase de implantação e 500 na fase de operação.
O projeto se dará com a exploração de sete depósitos de níquel laterítico (encontrado em solos alterados pela ação da chuva, com grandes concentrações de ferro e alumínio) localizados em Conceição do Araguaia. O empreendimento está a cerca de 200 km da Rodovia BR-153, estrada federal que possibilita acesso ao Porto de Itaqui, em São Luís (MA). As rodovias serão o principal caminho para o recebimento dos insumos e exportação da liga ferro-níquel.
Para o consultor Carlos França, que elogiou o planejamento do Governo do Estado, “o turismo para existir também precisa da mineração, seus derivados, seus produtos. A mineração (benefícios) é onipresente, mas isso não significa que ela possa ser uma atividade onipotente. O turismo tem a capacidade de curar os males, é terapêutico. Por isso queremos diversificar e alargar a base industrial. O turismo como um processo de verticalização da produção da mineração é um conceito novo que nós temos aqui”.
O Governo do Estado do Pará considera o Projeto Araguaia como um potencial econômico chave para a região sudeste do estado. O forte apoio da comunidade em relação ao projeto pôde ser evidenciado durante a Audiência Pública 2015 realizada em Conceição do Araguaia.
“O objetivo de uma mineradora tem que ser diversificar a economia em regiões muito pobres, reduzindo o desemprego e aproximando a comunidade. Nós escolhemos o turismo pela capacidade que a região já apresenta em Conceição do Araguaia”, garante Katie Millar, gerente de Sustentabilidade e Relações Governamentais do Projeto Araguaia.