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Diretorias e torcidas do Remo e Paysandu aderem à luta contra a LGBTFobia

Por Redação - Agência PA (SECOM)
11/05/2017 00h00

Não deu para o time paraense no jogo da última quarta-feira (10), pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O Paysandu perdeu por 3 x 1 para o Santos (SP), no Estádio Olímpico do Pará, o Mangueirão. Mas apesar do placar desfavorável, o time caiu nas graças de um importante segmento social, e de todos que fortalecem a cultura da não violência.

Pouco antes da partida, uma bandeira de 09 x 7 metros, do Movimento LGBT, desceu sobre a torcida Banda Alma Celeste, após a execução do Hino do Pará, trazendo o colorido da diversidade, do respeito às diferenças, e a alegria da convivência pacífica entre todos. A ação fez parte da Campanha Contra a LGBTFobia, do Governo do Pará, lançada esta semana no Teatro Margarida Schivasappa, em Belém, e abraçada pela torcida bicolor.

Durante o pré-lançamento da campanha, no jogo entre Remo e Paysandu, na final do Campeonato Paraense, no último domingo (7), os jogadores das duas maiores forças do futebol paraense entraram em campo vestidos com a camiseta da campanha, estampando o slogan “Diversidade. Eu respeito e você?”, diante de um público de mais de 30 mil pessoas.

Para Jorge Toti, diretor de Marketing e Comunicação do Paysandu, a ação traz um retorno positivo à imagem do clube e toca em um dos pontos primordiais da ética do time: o combate a qualquer tipo de discriminação. “Temos convicção da importância desta campanha para o Estado, e muito mais dentro dos estádios. A discriminação é um mal a ser execrado da sociedade e, pra nós, participar desta ação que envolveu os maiores clubes da Região Norte do país é de extrema necessidade para esta causa”, afirmou.

Do mesmo pensamento comunga o diretor de Marketing do Clube do Remo, André Margalho, para quem a campanha acaba surtindo um efeito positivo dentro do próprio clube, no sentido de também prover ações de paz nos estádios. “Os próprios jogadores, como formadores de opinião, sabem da importância de se envolver em causas como essa, para que o alcance seja eficaz a toda a nação azulina”, reiterou.

Estádios para todos - Na noite do jogo pela Copa do Brasil, a torcida organizada Banda Alma Celeste resolveu aderir à campanha e desfraldou a bandeira LGBT, símbolo maior da luta contra o preconceito de gênero, diante de quase 13 mil pessoas. Para a integrante da torcida, Jade Oliveira, o grupo se dispõe a levantar a bandeira de combate a qualquer tipo de discriminação nos estádios, por acreditar que os estádios são para todos, sem distinção de gênero, raça, cor ou orientação sexual. “Sabemos da importância de combater o preconceito à classe LGBT dentro do mundo do futebol, porque esse âmbito ainda é predominantemente homofóbico”, ressaltou Jade Oliveira.

Na final do Campeonato Paraense, a campanha propôs às cheerleaders (líderes de torcida) dos dois clubes que também aderissem à causa. Tanto as Leoas Azulinas, do Clube do Remo, quanto as Bicolindas, do Paysandu, aceitaram o desafio e deram uma volta olímpica no Mangueirão, erguendo a bandeira LGBT antes do RexPa.

Renata Rocha, integrante das Leoas Azulinas, acredita no impacto positivo da campanha dentro dos “redutos masculinos”. “Buscar o respeito e a igualdade sempre foi o principal embate das torcidas femininas nos estádios. Levantar uma bandeira de respeito à população LBGT foi uma forma de alertar que temos espaços pra todos no esporte”, acrescentou.

Mobilização - A Campanha Contra a LGBTFobia é a terceira promovida este ano pelo Governo do Pará, que já abordou temas como “Combate à violência contra a mulher” e “Incentivo à Leitura”, envolvendo de forma direta e indireta toda a estrutura do Estado de maneira integrada. A Campanha Contra a LGBTFobia é coordenada pela Secretaria de Estado de Justiça de Direitos Humanos (Sejudh), Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), Fundação Pro Paz e Cultura Rede de Comunicação. 

Durante o lançamento houve a apresentação da Cartilha de Cidadania LGBT do Pará, produzida pela Sejudh, um importante instrumento usado pela Gerência de Livre Orientação Sexual (Glos) da Secretaria, com o objetivo de sensibilizar e capacitar até mesmo a estrutura de governo sobre o respeito às pessoas que integram o segmento LGBT. O evento contou ainda com mesa de debate, apresentação do tease do webdocumentário “Bichas”, com a presença do diretor, o publicitário pernambucano Marlon Parente, e show com a cantora Lia Sophia.

A campanha tem uma página na internet (www.pa.gov.br/diversidade), com notícias, dados e informações sobre toda a rede de atendimentos disponibilizada pelo Estado para o público LGBT. O encerramento será com um pocket show da cantora Lia Sophia. No decorrer deste mês, a campanha prossegue com ações voltadas ao combate à LGBTFobia.